É o futuro repetindo o passado, como profetizou o poeta Cazuza.
Documentos verificados pelo Blog do Briguilino mostrarão que a maior rede de televisão brasileira vendeu cobertura favorável para políticos tucademos em seus principais jornais e programas de entretenimento, além de tê-los usado para difamar um popular líder da esquerda.
Os documentos consistem em dezenas de arquivos de computador e foram descobertos apenas algumas semanas após as eleições presidenciais de 2014. Coincidiram com a aparição dos arquivos enérgicos movimentos de protesto que acusavam a Quadrada de manipulação da cobertura das eleições em favor do candidato derrotado.
Entres os arquivos, que remontam ao começo do julgamento do "mensalão", há:
uma descrição das taxas cobradas para tornar nacional a figura de um ex-governador;
uma estratégia midiática evidentemente criada para torpedear a candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT);
acordos de pagamento que sugerem um gasto exorbitante de dinheiro público para promover o ex-candidato a presidente da oposição.
Embora não tenha sido possível a comprovação da autenticidade dos documentos que foram transmitidos ao Blog do Briguilino por uma fonte que trabalhava na Óia, o cruzamento de dados mostra que nomes, datas e circunstâncias mencionados alinham-se amplamente aos acontecimentos.
Num país em que o público leitor de jornais e revistas é minúsculo e o alcance da internet e da tevê a cabo limita-se às classes médias, a Quadrada exerce uma influência enorme na politica nacional.
Contatada pelo Briguilino, a Quadrada declinou esclarecer a relação com o candidato a presidente da oposição. Um porta-voz recusou comentar as alegações antes de verificar os documentos.
Os documentos consistem em dezenas de arquivos de computador e foram descobertos apenas algumas semanas após as eleições presidenciais de 2014. Coincidiram com a aparição dos arquivos enérgicos movimentos de protesto que acusavam a Quadrada de manipulação da cobertura das eleições em favor do candidato derrotado.
Entres os arquivos, que remontam ao começo do julgamento do "mensalão", há:
uma descrição das taxas cobradas para tornar nacional a figura de um ex-governador;
uma estratégia midiática evidentemente criada para torpedear a candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT);
acordos de pagamento que sugerem um gasto exorbitante de dinheiro público para promover o ex-candidato a presidente da oposição.
Embora não tenha sido possível a comprovação da autenticidade dos documentos que foram transmitidos ao Blog do Briguilino por uma fonte que trabalhava na Óia, o cruzamento de dados mostra que nomes, datas e circunstâncias mencionados alinham-se amplamente aos acontecimentos.
Num país em que o público leitor de jornais e revistas é minúsculo e o alcance da internet e da tevê a cabo limita-se às classes médias, a Quadrada exerce uma influência enorme na politica nacional.
Contatada pelo Briguilino, a Quadrada declinou esclarecer a relação com o candidato a presidente da oposição. Um porta-voz recusou comentar as alegações antes de verificar os documentos.
"Nós não podemos opinar sobre informações e documentos que desconhecemos", disse.
Muitos dos arquivos estavam salvos sob o nome de Cascata, que à época era cúmplice da Óia e repassava informações a Monicarpo Neto.
Um dos arquivos é uma apresentação em PowerPoint que declara ter como objetivo a certeza de que "Lula não vença as eleições de 2006". Ele havia sido criado pouco após a meia-noite do dia 4 de abril de 2005, horas depois do ex-presidente Ofélia ter se encontrado com os dirigentes da Quadrada e da revista Óia. A eleição terminou com o presidente Lula reeleito.
Consta nos arquivos que o objetivo a longo prazo é o "desmantelamento da sensação popular de que Lula é um mártir". As estratégias para isso consistiam em dinamizar a cobertura de crimes na capital e a revisitação de casos de corrupção para envolver o líder do PT. O plano também compreendia "veicular histórias pessoais de celebridades vítimas de crime na capital do país" e "insistir com que os participantes do Big Brother contem casos". Estrelas da Quadrada fizeram justamente isso em maio daquele ano.
A maioria dos outros arquivos mostram estratégias e orçamentos associados a elas.
Eles incluem três planilhas intituladas "Enrique Alcool em mim: Orçamento 2005-2006". Cada planilha detalha aproximadamente 200 reportagens, entrevistas e programas de entretenimento. A primeira versão estipula o preço dos serviços em 346,326,750 milhões de reais. O último inclui uma "redução de 50% das taxas".
Tucademos há muito tempo são criticados por gastar prodigamente para promover as realizações de suas administrações. Raúl Tejo, especialista em mídia, disse que as práticas detalhadas nos documentos não são ilegais no Brasil, só antiéticas.
Os arquivos ainda contém propostas, orçamentos e materiais promocionais envolvendo políticos do PSDB/DEM/PPS.
Nenhum citado nos arquivos quis dar entrevistas. A presente onda de protestos contra os truques da mídia recrudesceu no dia 10 de maio, quando a Quadrada minimizou a Caravana da Cidadania onde ex-presidente Lula discursava.
Num recente ato, um manifestante carregava uma placa com os dizeres: "nem minha mãe me manipula como a Quadrada".
Enquanto protestos contra a parcialidade da imprensa ganham popularidade, a Quadrada esforça-se em provar que sua cobertura é ponderada. O movimento é coberto em detalhes e os âncoras do principal jornal televisivo recentemente entrevistaram o candidato da oposição de maneira severa. No ápice das manifestações, um debate presidencial foi transmitido no horário de maior audiência da Quadrado, que no debate anterior reservou horário para um show de talentos.
O ex-empregado da Quadrada disse que o império midiático promovia satisfeito o candidato a presidente da oposição quando vendia "ele como o melhor produto", o compromisso não necessariamente será duradouro. A fonte apontou para o fato de que o tucademo dava-se muito bem com a Televisa antes da campanha. "Nunca perca de vista que estamos falando de negócios. A fidelidade é à posição, não à pessoa".
Muitos dos arquivos estavam salvos sob o nome de Cascata, que à época era cúmplice da Óia e repassava informações a Monicarpo Neto.
Um dos arquivos é uma apresentação em PowerPoint que declara ter como objetivo a certeza de que "Lula não vença as eleições de 2006". Ele havia sido criado pouco após a meia-noite do dia 4 de abril de 2005, horas depois do ex-presidente Ofélia ter se encontrado com os dirigentes da Quadrada e da revista Óia. A eleição terminou com o presidente Lula reeleito.
Consta nos arquivos que o objetivo a longo prazo é o "desmantelamento da sensação popular de que Lula é um mártir". As estratégias para isso consistiam em dinamizar a cobertura de crimes na capital e a revisitação de casos de corrupção para envolver o líder do PT. O plano também compreendia "veicular histórias pessoais de celebridades vítimas de crime na capital do país" e "insistir com que os participantes do Big Brother contem casos". Estrelas da Quadrada fizeram justamente isso em maio daquele ano.
A maioria dos outros arquivos mostram estratégias e orçamentos associados a elas.
Eles incluem três planilhas intituladas "Enrique Alcool em mim: Orçamento 2005-2006". Cada planilha detalha aproximadamente 200 reportagens, entrevistas e programas de entretenimento. A primeira versão estipula o preço dos serviços em 346,326,750 milhões de reais. O último inclui uma "redução de 50% das taxas".
Tucademos há muito tempo são criticados por gastar prodigamente para promover as realizações de suas administrações. Raúl Tejo, especialista em mídia, disse que as práticas detalhadas nos documentos não são ilegais no Brasil, só antiéticas.
Os arquivos ainda contém propostas, orçamentos e materiais promocionais envolvendo políticos do PSDB/DEM/PPS.
Nenhum citado nos arquivos quis dar entrevistas. A presente onda de protestos contra os truques da mídia recrudesceu no dia 10 de maio, quando a Quadrada minimizou a Caravana da Cidadania onde ex-presidente Lula discursava.
Num recente ato, um manifestante carregava uma placa com os dizeres: "nem minha mãe me manipula como a Quadrada".
Enquanto protestos contra a parcialidade da imprensa ganham popularidade, a Quadrada esforça-se em provar que sua cobertura é ponderada. O movimento é coberto em detalhes e os âncoras do principal jornal televisivo recentemente entrevistaram o candidato da oposição de maneira severa. No ápice das manifestações, um debate presidencial foi transmitido no horário de maior audiência da Quadrado, que no debate anterior reservou horário para um show de talentos.
O ex-empregado da Quadrada disse que o império midiático promovia satisfeito o candidato a presidente da oposição quando vendia "ele como o melhor produto", o compromisso não necessariamente será duradouro. A fonte apontou para o fato de que o tucademo dava-se muito bem com a Televisa antes da campanha. "Nunca perca de vista que estamos falando de negócios. A fidelidade é à posição, não à pessoa".
Traduzindo:
ResponderExcluirQuadrada = Globo
Óia = Veja
Cascata = Cachoeira
Monicarpo Neto = Policarpo Jr.