Penas tucanas voaram para todos os lados


  
Voou pena para todos os lados. Em encontro na quarta-feira (28), em São Paulo, os tucanos paulistas mostraram que não existe unidade de pensamento sobre o momento pelo qual o partido passa. Cada um dos líderes mais conhecidos da legenda tem sua própria avaliação sobre a crise partidária, consumada pela derrota do candidato a prefeito da capital José Serra e pelo declínio na popularidade do governador Geraldo Alckmin.

Um dos discursos mais enfáticos foi o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que deu um verdadeiro puxão de orelhas na militância. "Precisamos voltar às ruas", disse. "Nossos militantes estão apáticos". Ele virou suas baterias, em seguida, sobre o PT e ex-presidente Lula, mas os tucanos estavam mesmo interessados em lavar a própria roupa suja.

O encontro com os 176 prefeitos exaltou até mesmo o comedido governador Alckmin, que até chegou a falar palavrões. Adiantando que iria falar algumas "verdades" para os novatos do partido, Alckimin disse que "política é que nem mosca no mel: atrai tudo quanto é picareta, safado querendo vender coisa para o governo. E foi mais longe, referindo-se a uma notícia que assistiu na TV de um prefeito de uma cidade onde havia caído uma ponte e que dizia que iria pedir auxílio ao governador: "E eu pensando, porra, não é possível. É prefeito e não arruma uma ponte?! É muita acomodação".

O normalmente esquentadinho Barros de Munhoz, presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, cujo pelido é Berros Munhoz, chegou a ser engraçado: "Depois de 20 anos no poder, até a gente enjoa da gente. O poder desgasta a essência do partido". Se ele está dizendo isso agora, o que dirão os eleitores nas urnas em 2014?

E acrescentou, por mais espantoso que possa parecer, que o grande inimigo do partido é o Ministério Público: "Eles fazem perseguição política e não há quem os puna."

Pedro Tobias, presidente estadual do partido, preferiu bater no prefeito Gilberto Kassab: "Aliado como esse nós não queremos mais".

O ex-governador José Serra, que costuma se atrasar a todo e qualquer compromisso, não estava lá para defender o ex-aliado: chegou atrasado, depois do encerramento do evento. Avisou aos mais próximos que irá para a Europa nos próximos dias. A respeito de seu futuro político, mostrou que mal sabe o que vai acontecer. "Ainda não estou a fim de falar".

Fonte: Portal 247

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