As forças não tão ocultas


As forças ocultas que conspiram contra a distribuição de renda, contra a melhoria na educação, segurança pública e saúde, são as mesmas que se apresentam como democráticas e éticas. Nosso dilema enquanto país, é sermos uma nação criativa, trabalhadora e ao mesmo tempo atrasada, conservadora, elitista e subdesenvolvida. Uma verdadeira batalha se trava todos os dias nas ruas, no mercado corrupto e entreguista das Bolsas de Valores, levando embora nossas riquezas através de números pela internet, dinheiro real não existe, só virtual (as fortunas), nas periferias, no trabalho, nas escolas, na sociedade toda. Batalha essa que só mostra um vencedor, que é justamente o erro e a arbitrariedade de sermos um país desigual. Governo e elite não se importam. População e mídia, tem uma relação interessante neste processo. As grandes mídias controlam as mentes e os corações das pessoas, e o governo, com um pesado programa social paliativo, lembrando muito uma velha história sobre a política do "pão e circo" da Roma Antiga. Big Brothers e Bolsa Gás fazem a festa eleitoral da não mudança. Esse ciclo necessita de avanços urgentes, ou ficaremos cada vez mais para trás. Uma ruptura é necessária, urgente e essencial neste momento. Nosso desenvolvimento enquanto país "independente" depende disso. As luzes da mudança e da esperança devem ser reacendidas a qualquer momento.

Nunca se denunciou as injustiças da história como hoje. Internet, computadores e celulares com seus SMS são a verdadeira revolução do presente. As informações estão sendo trocadas num ritmo cada vez mais rápido. O que falta é o direcionamento, a proposta, o objetivo dessas trocas de informações. Têm consistência intelectual? Estão bolando e organizando pelos SMS uma revolta armada ou revolução? Em muitos lugares não, nosso caso por exemplo, mas no mundo árabe a história é outra. A Primavera Árabe derrubou reis, monarcas do poder, exigindo democracia, direitos e reivindicando como nunca fizeram antes. Mas quem esteve por trás de tais eventos? O povo simples, humilde e trabalhador do Oriente Médio. Através de celulares organizaram e derrubaram o poder estabelecido. E o mais importante, não apareceu nenhum "herói" salvador da pátria, foi um movimento genuinamente de rua, popular e independente. Precisamos e temos muito o que aprender com a Primavera Árabe. Se existe um modelo a ser copiado para exigir a verdadeira liberdade, este modelo é o árabe. 

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