O que diz o Ministro Mantega sobre o “estelionato fiscal” ?:

- restos a pagar são despesas que estavam previstas no Orçamento e não foram gastas;

- restos a pagar não são um "orçamento paralelo", clandestino, concebido na caverna de um Ali Baba petista (as expressões ministeriais são mais educadas…), mas aprovadas no Congresso;

- empréstimo do Tesouro ao BNDES não é despesa (o Ministro ficou "abismado" com essa confusão, que levou à afirmação "inimaginável", disse ele, de que houvesse uma despesa adicional de R$ 200 bilhões !!!;

- não há hipótese de o Governo não cumprir a meta – 3,1% do PIB – do superávit fiscal (necessário para pagar a dívida);

- o Governo reincorporou ao Orçamento R$ 12,5 bilhões do Fundo Soberano, criado com dinheiro da arrecadação exatamente para essas circunstâncias: a economia cresce menos e os Estados e Municípios arrecadam menos;

- valer-se dessa poupança é absolutamente lícito;

- incluir nas contas os dividendos antecipados das empresas estatais é lícito e está previsto no Orçamento;

- a dívida líquida – que é o que interessa, ou seja, a capacidade de o Governo pagar a dívida – caiu de 36,4% do PIB no ano passado para 35% este ano;

- as maiores despesas do Governo estão em queda: os juros, a maior delas, caiu de 5,8% do PIB para 4,9% este ano; o gasto com funcionalismo, de 5% para 4,3%; e o deficit da Previdência caiu de 1,8% do PIB para 0,8% do PIB;

- por isso, "é inaceitável que se afirme que as contas públicas não estão bem administradas";

- o BNDES tem a menor inadimplência de todo o setor financeiro: 0,8%;

- os bancos públicos brasileiros são mais sólidos que os privados que, por sua vez, são bastante sólidos;

- a dívida líquida em 2013 deve ser de 34%;

- se houvesse "estelionato fiscal", o "mercado" saberia. No ano passado, o investimento estrangeiro direto – que não toma conhecimento da Urubóloga – foi de US$ 60 bilhões, o maior da História;

- em 2012, os bancos brasileiros captaram lá fora US$ 50 bilhões, um record;

- o Tesouro brasileiro capta no mercado externo, em títulos de dez anos de prazo a uma taxa (3,5% ao ano), que é a mesma que o Banco Central americano pagava, antes de realizar o "quantitative easing", ou seja, antes de derramar dinheiro no mercado e reduzir dramaticamente as taxas de juros.

Navalha2

A expressão "estelionato fiscal" é uma adaptação da Urubóloga – - sempre tão original – do "estelionato eleitoral" que o Delfim Netto aplicou à eleição do Fernando Henrique, em 1998.

Como se sabe, ali, o Fernando Henrique tinha quebrado o Brasil e ia para eleição contra o Lula.

O Clinton empurrou pela goela abaixo do FMI um "empréstimo-ponte salvadora" e o FHC segurou a cotação do Real.

Ganhou a eleição.

Na verdade, ganhou a re-eleição que ele tinha comprado a R$ 200 mil/deputado.

Na semana seguinte à vitória, desvalorizou o Real.

Foi o que o Delfim chamou de um "estelionato eleitoral".

Como se sabe, Fernando Henrique, o guru do Aécio – ôba ! – quebrou o Brasil três vezes e três vezes foi ao FMI.

Clique aqui para ver que o FMI chamou os neolibelês às falas.

Não deixe de ler também: 'A ação do governo foi normal e usual', diz secretário do Tesouro.

Paulo Henrique Amorim  

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