O jornalismo praticado pelo dispositivo conservador tem cada vez mais o prazo de validade de um pote de iogurte, vencido.
A 'grave denúncia' da noite azeda no contato com o oxigênio da manhã.
A manchete garrafal e assertiva da hora desaba ao primeiro sopro dos fatos. Como um frango desossado da Sadia, não se sustenta sem os ganchos de uma desconcertante indiferença à realidade.
No futuro, quando o historiador autopsiar esse açougue onde cortes especiais redesenham o país ao gosto de interesses pantagruélicos, será possível avaliar melhor as consequências da injeção sistemática de semi-informação, meias verdades, semi-cultura, vulgaridades e mentiras no imaginário de um povo. Por ora, trata-se de resistir à matéria tóxica. Sempre se poderá alegar em defesa do imobilismo que o limite do abuso é o contrapeso da realidade objetiva. Em termos.
O economicismo que se acredita autossuficiente na disputa pela hegemonia da sociedade é tão equivocado quanto o laissez-faire. Ambos entregam o destino da Nação às forças de mercado. Com as consequências conhecidas, quando o conflito de interesses atinge a polarização prenunciada nas manchetes da semana que passou.
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