“De boas intenções o inferno está cheio”, dizia o refrão popular. Está na hora de refluir o movimento pelo passe livre e demais reivindicações. É imprescindível que os jovens deixem as ruas. Obtiveram sucesso. Em quase todas as cidades do país os prefeitos revogaram o aumento das passagens dos transportes coletivos. Provavelmente o governo federal tomará a iniciativa de investir mais em educação e saúde.
Então, chega! Basta! Porque as manifestações ditas pacíficas transformaram-se na guerrilha urbana mais violenta de nossa História. Por certo que sem desejar a imensa baderna que nos assola, os líderes não tiveram força para impedir a ação do que chamam de minorias empenhadas em depredar, invadir, assaltar e destruir. Minorias? Há dúvidas. São esses animais que hoje chefiam o movimento de protesto. Filmados e fotografados, mas não presos, eles instituíram a violência como regra, aproveitando-se da ingenuidade da maioria. Ou da complacência, talvez conivência, também.
Está demonstrado que as autoridades públicas tornaram-se incapazes de preservar a ordem. Policiais militares fugindo só não é imagem mais deprimente do que policiais militares atirando sobre a multidão, mesmo quando as balas são de borracha. Prédios públicos atingidos, lojas comerciais saqueadas, avenidas sitiadas e gente ferida – é esse o saldo dos protestos urbanos que já duram dez dias. Até agora, um cadáver, mas quantos outros, se a baderna continuar?
Vem à lembrança o episódio do aprendiz de feiticeiro. Passou a hora de ficar apenas elogiando as monumentais passeatas, a coragem dos jovens em reivindicar melhores condições de vida e mais eficientes estruturas institucionais. Aplausos para eles, mas chega! Basta! Os efeitos da iniciativa tornaram-se incontroláveis. As criaturas ultrapassaram os criadores. Para interromper o vandalismo generalizado que conquista cada vez mais adeptos, a solução deixa de passar pelas polícias. Está provada a insuficiência delas. É preciso interromper essa prática antes dita democrática e agora transformada em portal do caos.
Se houver patriotismo e bom senso por parte dos líderes e do conjunto de manifestantes, devem ficar em casa. Deixar que os animais fiquem sozinhos e isolados, se decidirem continuar.
A PATA DA DIREITA
Representantes da finada ditadura militar esfregam as mãos de satisfação. Espalham que no tempo deles conseguiram calar a voz jovem das ruas e obtiveram o apoio do cidadão comum. Afiam suas garras, imaginando poder, de novo, botar a pata em cima da nação. Que Deus nos proteja deles.
PENSARAM OU AINDA PENSAM?
No auge das lamentações sobre a baderna de quinta-feira funcionários da Fifa pensaram em suspender a Copa das Confederações, alegando falta de segurança para eles e para os competidores. Ainda pensam, se não houver a interrupção das manifestações. Quanto à Copa do Mundo do ano que vem , vão pensar muito, inclusive na imensa multa que o governo brasileiro precisará pagar, por contrato.
VEXAMES
Fora algumas exceções, foi monumental o vexame oferecido pelos âncoras das principais redes de televisão, na tentativa de descrever as manifestações. Se as imagens fornecidas pelos cinegrafistas foram excepcionais, assim como o relato dos repórteres, quando chegava a vez dos comandantes das transmissões, só restava ao telespectador rir para não chorar. Mostrando São Paulo, imaginavam, ser o Rio. Sequer conheciam as cores do fardamento das polícias militares, fator que lhes pouparia a credibilidade. Além de pontificarem, eles e elas, com ridículos sermões patrióticos.
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