O povo saiu às ruas para inserir na pauta política as reformas clamadas desde João Goulart
Na Praça do Ferreira, a semente da grande revolta popular de 1958, na qual comecei a entender o porque das manipulações dos podres poderes. Roberto Amaral foi um dos líderes do movimento.
Enfim, uma o impulso da lucidez não resgate do óbvio. Em artigo na revista Carta Capital, Roberto Átila do Amaral Vieira, cearense com quem partilhei da revolta popular de 1958 em Fortaleza, nossa terra, valeu-se dos mais de 55 anos de militância para escrever a melhor peça sobre esses acontecimentos que têm tudo para refazer o caminho da nossa manipulada vida democrática.
Ex-ministro de Estado e vice-presidente nacional do PSB, esse advogado de profundas convicções socialistas nos oferece o ponto de partida para o entendimento desse fenômeno inesperado, a tomada das ruas por uma população que cansou de ficar calada e que, se não produziu um grito de uma nota só, se deu margem a todo tipo de ilações, teve o grande mérito de abalar os alicerces de todos esses podres poderes.Sob o título É a política, estúpido, Roberto Amaral discorre com tranquilidade e acende uma luz forte sobre os acontecimentos. A partir de seu artigo, pretendo abrir uma discussão sobre a verdadeira essência de uma reforma política honesta e eficiente, capaz de resgatar o espírito da democracia, ainda tida e havida como o sistema de poder mais razoável.
O povo saiu às ruas para terminar a obra renunciada pelos partidos: inserir na pauta política as reformas clamadas desde João Goulart
Roberto Amaral
Publicado em 26 de junho de 2013, na revista CARTA CAPITAL
Certamente, o melhor caminho para esse artigo será começar com uma comemoração: viva o fim da pasmaceira, viva a redescoberta da política, amaldiçoada pela grande imprensa, condenada pela direita e ignorada por uma esquerda que renunciou à luta ideológica.
Os jovens romperam com a esquizofrenia dos dois mundos contemporâneos, o falso mundo da alienação diante dos problemas sociais, e o mundo real da crise social - o mundinho do político fazendo politicazinha, aprovando emendinhas, verbinhas para pontezinhas, e o mundo real da tragédia urbana. Enquanto o País fervia nas ruas, a Câmara Federal discutia a matança de cachorros no interior do Pará, e o seu presidente, em doce vilegiatura em Moscou, se divertia enviando fotos do Kremlin. Foi o melhor uso que encontrou para o Twitter.
Mas o gigante despertou e decidiu da melhor maneira que se conhece na democracia: pela voz das ruas.
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