Taki Inoue (foto, à esquerda) foi eleito, recentemente, numa eleição informal do site britânico Autosport, o pior piloto de Fórmula 1 dos últimos 20 anos. O cara é muito lerdo. No Brasil, talvez se tornasse presidente do Banco Central.
Alexandre Tombini (foto, à direita), presidente do BC, conseguiu o que queria. Travou o crescimento econômico, para alegria da urubuzada. A prévia do PIB divulgada pelo Banco Central há pouco aponta uma queda de 1,4% em maio, sobre o mês anterior. Tombini e os sete tombinitos do Comitê de Política Monetária merecem uma salva de palmas da banca internacional, interessada mais no peru com batatas do dinheiro fácil, do que nos riscos de longo prazo dos investimentos em produção.
As “ruas” vão adorar saber que os juros estão subindo na contramão do PIB. É uma equação básica numa economia capitalista: sobe-se os juros, como premissa, queda do PIB como consequência.
O “gigante”, quando acordar outra vez, bem que podia dar uma passadinha na entrada do BC. Infelizemente a mídia gosta de juro alto e não vai contar nada pro grandão e seus amigos de facebook. Ele não vai ficar sabendo, portanto, que os investimentos em saúde, educação e mobilidade urbana, que ele tanto pede -aos gritos – aos governos, serão tungados com o pagamento de juros à classe rentista. A reclamação do custo dos estádios parece piada quando se pensa quanto o Brasil ainda gasta com juros anualmente. A gente informa por aqui: nos últimos 12 meses, o Brasil gastou mais de R$ 200 bilhões em juros. Dava para fazer umas quatro ou cinco Copas e umas três Olimpíadas. Mais uns 5 ou 6 trens-bala…
Ah, claro, tem a inflação, o ~pior dos males~. Acontece que, há anos, economistas mais progressistas tentam se convencer os burocratas do BC que o tipo de inflação vivida no Brasil não é inflação de demanda. Por mais que o brasileiro tenha aumentado o consumo de bens e serviços, a sociedade como um todo ainda registra um consumo bem abaixo do potencial de produção no país.
Não se combate inflação detonando o crescimento econômico. Inflação se combate com controle dos custos essenciais, aumento da oferta, incremento na infra-estrutura. Em que juros mais altos podem ajudar neste sentido? Nada.
Fiz uma tabelinha com os presidentes do Banco Central nos últimos governos, só para relembrar ao senhor Tombini e à presidenta, que o cargo pertence ao povo, e trocar um presidente de BC não é nenhum bicho de sete cabeças. Se Tombini continuar pisando forte no freio, a economia vai parar, as ruas vão chiar, e aí tudo degringola de vez. Se a disposição de Tombini, portanto, e de seus tombinitos, é de continuar elevando juros e prejudicando a economia brasileira, talvez seja a hora da presidenta experimentar um outro time.
É preciso ter juízo. Aumentar juro gera desemprego lá na frente. Se as pessoas estão insatisfeitas com uma situação de emprego pleno, é um tanto alarmante pensar o que acontecerá se ficarem sem trabalho. Aí não serão jovens de classe média a ir pra rua. Será o povão, o último bastião que ainda confia na presidenta e pode lhe garantir a reeleição.
Fernando Brito
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