A frase famosa de James Carvillie, o marqueteiro de Bill Clinton, só pode ser traduzida assim para o caso do grampeamento, pelo governo dos EUA, dos telefones e e-mails da presidenta Dilma Rousseff.
Não surpreende que seja, nem para ela própria, como registra hoje o Painel da Folha, dando conta de que, numa reunião com ministros, ela teria apontado o leilão do pré-sal como motivo para ser espionada pelos EUA.
Leilão do pré-sal entenda-se como a outorga do campo de Libra, prevista para outubro, onde se decidirá quem vai, ao lado da Petrobras, explorar a maior área petrolífera nova do planeta.
Mas há outras iniciativas bem menos zerozerosséticas para servir estes interesses.
Fora do governo, na oposição, elas são evidentes desde que José Serra se encontrou com dirigentes da Chevron e disse para não se preocuparem com a regras criadas por Lula e Dilma sobre o pré-sal que, na Presidência, ele as jogaria no lixo.
Mas elas existem dentro do governo, também.
Ou alguém acha que foi por acaso que "fontes do Planalto e do Banco Central" sugeriram "rediscutir" a parcela mínima da Petrobras no pré-sal?
Ou que a Dona Magda Chambriard, diretora da ANP, mandou os congressistas abrirem um debate sobre a conveniência de manter as regras atuais?
Se para vender umas centenas de trens para São Paulo os interesses das grandes corporações fizeram o que agora se sabe terem feito, o que dirá para botar a mão na maior província petrolífera a ser explorada, hoje?
A Petrobras tem de fazer o possível e o impossível para chegar a 50% mais um do controle de Libra. É vital para o país, não apenas porque é estratégico controlar tamanha riqueza quanto porque é dinheiro certo e muito.
Tanto que explica até as orelhas compridas da espionagem americana.
Por: Fernando Brito
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