A resposta foi o silêncio quando a presidente Dilma Rousseff cancelou a visita de Estado aos Estados Unidos e aproveitou discurso na Assembleia Geral da ONU para denunciar que a Agência Nacional de Segurança americana havia bisbilhotado seu e-mail e celular.
Na época, as informações publicadas por diversos jornais, principalmente pelo The Guardian, de Londres, davam conta de que ocorrera o mesmo com líderes de outros países – entre eles o México. Os Estados Unidos prometeram estudar melhor tal tipo de espionagem e assunto saiu das manchetes.
Agora voltou por provocação, outra vez, do The Guardian. “Estados Unidos espionaram os celulares de 35 líderes mundiais”, estampou o jornal – entre eles o da primeira ministro alemã Angela Merkel e o do presidente francês. Foi um alto funcionário da Casa Branca que forneceu os números para a escuta.
Bem, dessa vez mexeram com quem de fato tem poder. E a reação dessa gente foi a mesma da Dilma – a denúncia. Nenhum chefe de Estado pode ficar calado ante a notícia de que um país amigo escuta suas conversas mais reservadas e tem acesso à sua correspondência mais íntima.
Mas fora o vexame diplomático que o barulho pode causar, não se espere mais nada – não nesse caso. Os Estados Unidos funcionam como uma espécie de poder imperial. A maior potência econômica e militar do planeta julga-se no direito de espionar quem quiser e onde quiser em nome de sua segurança particular.
Potências de calibre menor procedam da mesma maneira. A prostituição e a espionagem competem pelo título de a profissão mais antiga do mundo. Remotamente o atual escândalo dará origem a uma espécie de protocolo que ao menos regule a espionagem entre países aliados. Seria embaraçoso.
Em breve o assunto desocupará parte da agenda dos grandes líderes. Para retornar em qualquer outra ocasião. Quem tem cacife e meios para espionar, espiona. Quem não tem finge que não é espionado. Sempre foi assim. Sempre será assim. Em nome dos superiores interesses de cada Nação.
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