É emocionante ver como Zé Dirceu e Delubio estão cuidando do meu pai, Miruna Genoino

Ontem Miruna Kayano Genoino visitou o pai em Brasília.

Companheiros de cela no Complexo da Papuda, em Brasília, os réus condenados no julgamento do mensalão José Dirceu e Delúbio Soares fazem as vezes de enfermeiros do correligionário José Genoino no cárcere. Quem conta é a filha de Genoino.
 
Antes de ser transferido para o regime semiaberto, no Centro de Internamento e Reeducação da Papuda, Genoino chegou a tomar água de torneira.
 
— Você não pode beber isso — afirmou Dirceu, que pediu água mineral para o companheiro de cela. Foi atendido.
 
Ele e Delúbio também notaram que o ex-presidente do PT tossia com sangue e trataram de avisar o diretor do presídio.
 
— É emocionante ver como Zé Dirceu e Delúbio estão cuidando do meu pai — contou Miruna.
 
Para ela, tudo ali remete aos tempos da ditadura. Até mesmo a água. Nos anos 70, Genoino recebeu choques elétricos na cadeia e passou sede. Desfalecido, implorou pela água durante horas, até que um carcereiro, escondido, jogou uma garrafa na cela. Genoino nunca viu o rosto dele. Eleito deputado federal, contou o episódio em uma entrevista e o policial se apresentou.
 
Embora todos os condenados do PT se definam como "presos políticos", o deputado licenciado é o que mais preocupa a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os dirigentes do partido.
 
— A prisão, para ele, é uma sentença de morte — afirmou Renato Simões (SP), secretário de Movimentos Populares do PT, que ocupa a vaga de Genoino na Câmara.

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