O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou na noite desta segunda-feira que as cúpulas do Judiciário e do Ministério Público operam contra o partido e a tentativa de reeleição da presidente Dilma Rousseff no ano que vem. A declaração foi dada durante cerimônia de posse da nova direção estadual do partido em São Paulo.
Falcão disse não se preocupar com o baixo percentual do pré-candidato do PT ao governo estadual, o ministro da Saúde Alexandre Padilha, que tem 4% nas pesquisas, ao mesmo tempo em que afirmou que a recuperação da popularidade e do favoritismo de Dilma não deve levar a militância a acreditar que a vitória já esteja garantida. Para Falcão "muita água vai rolar" até 2014 e é preciso cuidado com os movimentos da oposição, da mídia, do Judiciário e do Ministério Público. "Não vamos levar recado para casa", disse.
No discurso de posse, o novo presidente estadual Emídio de Souza retomou as críticas de Falcão. "Poucas vezes houve uma perseguição tão vil quanto a que ocorre contra o PT. O Judiciário age com tanta politização que parece um partido", disse. Militantes da tendência interna "O Trabalho" levaram uma faixa pela anulação da Ação Penal 470, que levou à prisão petistas históricos que participaram do escândalo do mensalão.
A posse teve clima de pré-campanha em torno da candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao governo estadual. Padilha, em seu discurso, criticou os governos tucanos por não terem reduzido a desigualdade no Estado nas duas décadas em que estão no poder, enquanto o PT o fez no nível nacional, desde a chegada do ex-presidente Lula ao governo federal, em 2003. Padilha reconheceu que o programa Mais Médicos "não resolve todos os problemas da saúde" no país mas seria o primeiro passo para mudanças profundas. Sua prioridade para São Paulo, afirmou, é, em primeiro lugar "educação, educação, educação".
Sobre a baixa popularidade do prefeito Fernando Haddad, Emídio de Souza afirmou que "vamos ser parceiros nos momentos fáceis e mais ainda nos mais difíceis". "Quero convocar os militantes e dizer que o Fernando Haddad é patrimônio do PT", afirmou. A não recuperação da aprovação de governo do prefeito, depois dos protestos de junho, é uma preocupação dos petistas, pois sua administração é vista como uma possível vitrine para puxar votos para Padilha no ano que vem.
do Valor
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