Em editorial, o jornal O Globo de hoje capricha para encerrar o ano com a mensagem mais agourenta possível. Ele prevê que o início da redução dos estímulos monetários do Banco Central americano poderia deflagrar o início da “tempestade perfeita”, expressão algo misteriosa de economistas neoliberais para pressionar o Brasil a aumentar juros e cortar despesas sociais.
Observe bem, o Banco Central americano, ao invés de injetar US$ 85 bilhões mensais no mercado financeiro, gastará US$ 75 bilhões. Se considerarmos que essa grana jamais pagou a cerveja de um brasileiro, não creio que essa mudança fará diferença para nossa economia.
O ano de 2014, ao contrário do que prevê o Globo, pode ser o início de um novo ciclo de crescimento econômico no país. A entrada em produção de novos poços do pré-sal e o início da exploração em outros (Libra, por exemplo), a aceleração de várias obras estruturais, a realização da Copa do Mundo (que atrairá milhões de turistas), as eleições estaduais e presidenciais (que fazem governantes abrir a torneira), a previsão de um melhor ano para a indústria, tudo aponta para um cenário mais otimista do que o dos últimos dois anos.
Aliás, a própria decisão do governo americano de reduzir os estímulos monetários nasce da constatação de que a economia do país (e do mundo) está se recuperando e pode andar com as próprias pernas. As análises econômicas mais sensatas indicam um acomodamento das economias desenvolvidas e um período menos turbulento nos próximos anos.
Claro, tudo pode acontecer, até cair um meteoro gigante na Terra e destruir o planeta (bate três vezes na madeira), mas não há “tempestade perfeita” nenhuma à vista. A economia brasileira vai muito bem, obrigado, porque amparada em produção física real, consumo físico real, empregos físicos reais e investimentos produtivos físicos reais. Teremos outra safra recorde de grãos a ser colhida em 2014, achamos cada vez mais petróleo, a indústria está se recuperando e o Brasil é atualmente um dos países que mais realiza obras de infra-estrutura no mundo.
Talvez o editorial dos Marinho tenha se confundido. Ao invés de “tempestade perfeita”, ele queria dizer que 2014 pode assistir a outra “sonegação perfeita”, como a que fizeram em 2002, quando compraram os direitos de transmissão da Copa através de uma mutreta ilegal nas Ilhas Virgens Britânicas. Só que agora existe a blogosfera e ficaremos de olhos mais abertos.
Pensando bem, não foi uma sonegação tão perfeita assim…
por Miguel do Rosário no Tijolaço
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