Corretamente, sabe e por isso vai a Nova York defender nossa política econômica e cobrar responsabilidade dos irresponsáveis que causaram a crise em 2008.
por Diego Sartorato, na RBA
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participará da festa de 34 anos do Partido dos Trabalhadores nesta segunda-feira (10), no Centro de Exposições Anhembi, na capital paulista. A presença da presidenta Dilma Rousseff está confirmada. Durante discurso de lançamento da Caravana Horizonte Paulista, em Ribeirão Preto, ontem (8), Lula disse que vai aos Estados Unidos para participar de um debate em que defenderá a política econômica do Brasil e atacará os responsáveis pela crise econômica de 2008. Neste domingo (9), o Instituto Lula divulgou que o ex-presidente tem prevista uma reunião com o americano Bill Clinton, na Fundação Clinton, que "desde 2010 ajuda a melhorar a saúde, a economia e o desenvolvimento da infância em nível mundial". De acordo com a nota, ele volta ao Brasil na quarta-feira (12).
"Vou a Nova Iork porque estou cansado de ver matéria negativa sobre o Brasil na mídia internacional. Temos a menor taxa de desemprego do mundo, e aí falam de inflação. Mas não dizem que quem defende inflação zero defende tirar o emprego", apontou. O ex-presidente afirmou que os críticos da política econômica de seus governos se sentem "incomodados" com o dinheiro empenhado nos bancos estatais.
"Durante a crise de 2008, acabou o crédito no mundo. A Petrobras, que tinha acabado de descobrir o pré-sal, não conseguia crédito", lembrou. "Abri R$ 100 bilhões no compulsório, os bancos privados compraram títulos do governo, mas não emprestaram." O ex-presidente ressaltou que só depois que os bancos estatais liberaram mais de R$ 2 bilhões em crédito foi que "o pobre parou de ser tratado como bandido no banco" e a economia pôde ser mantida estável.
Apesar de não comparecer ao aniversário do partido, Lula demonstrou entusiasmo nos elogios à legenda que ajudou a fundar. "Hoje, este é o maior partido de esquerda da América Latina. E é um partido sem dogmas, democrático. Aqui ninguém tem que abandonar sua religião. Ninguém tem de abrir mão das suas convicções. Tem apenas de ter o compromisso de lutar para que a pessoa mais humilde conquiste a cidadania. O nosso socialismo não está nos escritos do Lênin. Está nas relações que conseguirmos desenvolver aqui", discursou.
Críticas ao STF
Em seu discurso, o ex-presidente foi enfático na defesa dos condenados no julgamento da AP 470, conhecida como "mensalão", e na crítica à postura midiática e partidária de parte dos ministros. "O papel de um ministro da Suprema Corte é falar nos autos do processo, não ficar falando para a televisão", disse. "Quando você indica alguém para o STF, está dando um emprego vitalício, e o cidadão, se quiser fazer política, que diga: 'Não aceito ser ministro, vou ser deputado, vou entrar num partido político e mostrar a cara'. Mostre a cara", sentenciou. Sem citar nomes de condenados no julgamento, Lula disse que "está sofrendo porque tem companheiros presos".
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