Do blog do Zé Dirceu


ptestrela Está à altura de um partido que governa o Brasil – e por decisão popular soberana, governará pela 4ª vez – a resolução política elaborada e divulgada agora pelo PT. É um documento que responde às razões pelas quais o povo, reelegendo a presidenta Dilma Rousseff, dá ao PT pela 4ª vez o mandato para aprofundar e fazer avançar as mudanças iniciadas pelo ex-presidente Lula na direção de um Brasil autônomo, independente, democrático e justo.

Em seu balanço sobre as eleições, a resolução aprovada neste início de semana (ontem) na reunião da Comissão Executiva Nacional, em Brasília, destaca que se tratou de uma “disputa duríssima, contra adversários apoiados pela direita, pelo oligopólio da mídia, pelo grande capital e seus aliados internacionais”.

“Vencemos graças à consciência política de importantes parcelas de nosso povo, da mobilização da antiga e da nova militância de esquerda, da participação de partidos de esquerda e da dedicação e liderança do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma”, reconhece o documento.

A resolução avalia, ainda, a polarização em nossa sociedade e critica o nefasto papel da oposição em seu questionamento do resultado eleitoral, “investindo contra a normalidade institucional”. A resolução também alerta para a urgência de se “construir hegemonia na sociedade, promover reformas estruturais, com destaque para a reforma política e a democratização da mídia”.




Diálogo

“Para tanto, antes de tudo é preciso dialogar com o povo, condição vital para um partido de trabalhadores”, pondera. A Executiva do PT convoca a todos para, “em conjunto com partidos de esquerda”, desencadear “um amplo processo de mobilização e organização dos milhões de brasileiros e brasileiras que saíram às ruas para apoiar Dilma Rousseff, mas também para defender nossos direitos humanos, nossos direitos à democracia, ao bem estar social, ao desenvolvimento, à soberania nacional”.

“As eleições de 2014 reafirmaram a validade de uma ideia que vem desde os anos 1980: para transformar o Brasil, é preciso combinar ação institucional, mobilização social e revolução cultural. O Partido dos Trabalhadores, como principal partido da esquerda brasileira, está convocado a encabeçar este processo de mobilização cultural, social e política”.

Um processo de mobilização, afirma o documento, “que exigirá renovar nossa capacidade de compreender a sociedade brasileira, a natureza do seu desenvolvimento capitalista, a luta de classes que aqui se trava sob as mais variadas formas”. Para tal, o partido propõe um grande balanço, “consolidando dados mensuráveis, ouvindo distintas opiniões e produzindo uma reflexão à altura do processo extraordinariamente rico que vivemos, só comparável à campanha de 1989″.

Ações

O documento também sugere iniciativas de curto, médio e longo prazo para construir uma nova forma de atuação e de organização, abrangendo desafios importantes “como a movimentação do campo democrático-popular, a batalha da cultura, da atuação da mídia e das redes sociais”.

Diz o texto: “o PT pretende também apresentar propostas para ajudar a promover ações estruturais, com destaque para a reforma política e a regulação da mídia.” Segundo a resolução, antes de tudo será preciso dialogar com o povo, condição vital para um partido de trabalhadores”. Aponta, ainda, o 5º Congresso do PT como um espaço de diálogo entre o Partido e os milhões de brasileiros que foram às ruas. “Um diálogo tanto com os petistas quanto com aqueles que não são do PT e que criticam, sob diferentes ângulos, nosso Partido”.

O PT também destaca entre vários pontos de sua plataforma de lutas a reforma política, “precedida de um plebiscito, através de uma Constituinte exclusiva” e a defesa da ” democracia representativa, democracia direta e democracia participativa, para que a mobilização e luta social influenciem a ação dos governos, das bancadas e dos partidos políticos”.

Retomar a capacidade de fazer política

Em outro trecho, a resolução aponta que diante desta eleição, “a mais difícil já disputada por nós, em que ganhamos enfrentando um vendaval de acusações não apenas sobre nossa política, mas sobre nosso partido”, é necessário ao PT “retomar sua capacidade de fazer política cotidiana, sua independência frente ao Estado, e ser muito mais proativo no enfrentamento das acusações de corrupção, em especial no ambiente dos próximos meses, em que setores da direita vão continuar premiando delatores.”

“O PT deve buscar participar ativamente das decisões acerca das primeiras medidas do segundo mandato – antecipa o documento – em particular sugerir medidas claras no debate sobre a política econômica, sobre a reforma política e em defesa da democracia nos meios de comunicação. É preciso incidir na disputa principal em curso neste início do segundo mandato: as definições sobre os rumos da política econômica”.

Cliquem aqui e confiram a íntegra da resolução política do PT. E não deixem de ler o artigo do jornalista Breno Altman ”Não está na hora do PT reagir?” publicado no Opera Mundi. Um importante alerta sobre a necessidade de reação do partido frente à ofensiva conservadora sobre o Estado e a sociedade.

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