Eduardo Cunha é fantasminha de lençol. Sabe podres dos outros, mas esses sabem os dele. É balança mas não cai
Ando meio nostálgico. O que já fica claro no título. Mas não posso ver tanta gente inteligente dando ao novo presidente da Câmara Eduardo Cunha um poder que ele não tem.
Alguém acha que Cunha vai fazer e acontecer? Que vai derrubar Dilma, recém e democraticamente eleita, no maior país da América Latina, um dos seis mais poderosos do mundo, o B do BRICS, apenas porque está na presidência da Câmara?
Ora, já estiveram nesse cargo incompetências e jogadores como Severino Cavalcante e Aécio Neves.
O Congresso, embora em grande parte reaça, corporativo e corrupto é a praça da democracia, por mais que esteja suja, esburacada, com os bancos quebrados.
Boa parte quer o bem do país. Outra, os bens. Mas que Eduardo Cunha não tente confundir uns com outros. Ou cai antes tão estrondosamente quanto se elegeu.
No Executivo há espaço para soluções dramáticas – um tiro no peito, uma renúncia depois de um porre.
No Congresso não. Ali é o lugar da negociação. Não tanto ao mar nem tanto à terra.
O caos não interessa a ninguém. Políticos recém eleitos ou reeleitos vão cobrar do governo Dilma a derrota fragorosa. Mas só quem pode derrubar a presidenta é a própria Dilma.
Como venho repetindo desde a reeleição: Quem se cerca de CardoZzzzzo e Mercadante vai colher merda adiante.
A eleição de Cunha, mais do que um suposto poder dele, mostra a insatisfação que existe em relação ao comportamento político da presidenta, que já passou dos adversários para recentes e antigos apoiadores.
Mas convém não confundir o orifício central com seu entorno. Ou, em menos letras, C com B.
Nenhum comentário:
Postar um comentário