Diogo Costa: Quem de fato massacrou a classe média?

- Virou senso comum, teleguiado pelos meios desinformativos, dizer que o Partido dos Trabalhadores "massacra" a classe média em Pindorama.
Um dos pontos levantados para defender a esdrúxula e estapafúrdia tese é a questão do Imposto de Renda. Mais uma vez é preciso derrocar o senso comum teleguiado e analisar o que de fato houve desde a implantação do Plano Real de Itamar Franco.
Vejamos:
Defasagem na correção da tabela do Imposto de Renda (1995/2014)
1) Governo FHC-PSDB (1995 a 2002)
-Inflação acumulada: 100,6%;
-Correção acumulada da tabela do Imposto de Renda: 33,01%;
-Defasagem: 67,59%.

2) Governo Lula-PT (2003 a 2010)
-Inflação acumulada: 56,6%;
-Correção acumulada da tabela do Imposto de Renda: 41,67%;
-Defasagem: 14,93%.

3) Governo Dilma Rousseff-PT (2011 a 2014)¹
-Inflação acumulada: 27,0%;
-Correção acumulada da tabela do Imposto de Renda: 19,25%;
-Defasagem: 7,75%.

4) Governos Lula-Dilma-PT (2003 a 2014)
-Inflação acumulada: 99,0%;
-Correção acumulada da tabela do Imposto de Renda: 68,9%;
-Defasagem: 30,1%.

Cumpre destacar que até 1995 existiam 03 faixas de contribuição do Imposto de Renda. O governo FHC alterou e diminuiu o número de faixas, para apenas 02.
Em 2008 (passou a vigorar em 2009) o governo Lula duplicou o número de faixas, passando para as atuais 04 que temos até hoje. A alteração de 2008, sem dúvida alguma, aumentou a progressividade do imposto.
Apenas para citar um exemplo, basta dizer que quem recebe R$ 2.500,00 paga 7,5% a título de imposto de renda. Sem a alteração de 2008 essa pessoa pagaria hoje o dobro, ou seja, uma alíquota de 15%.
Constata-se, portanto, que de fato existe uma defasagem na correção da tabela do Imposto de Renda. Contudo, a maior defasagem desde a implementação do Plano Real, de longe, foi a que ocorreu no governo do PSDB.
Isto sem falar que o governo FHC, como vimos anteriormente, praticou uma política regressista ao eliminar as 03 faixas existentes em 1995 e ao adotar apenas 02.
O PT, ao contrário, melhorou significativamente a justiça tributária através do aumento na progressividade do imposto, em 2008, quando duplicou o número de faixas de contribuição (de 02 faixas para 04).
Para além do tema da defasagem, seria preciso insistir para que o governo Dilma criasse pelo menos mais 02 faixas, fechando um total de 06. Assim seria possível manter a justa consigna: quem tem mais, paga mais; quem tem menos, paga menos.
¹ Se mantiver a política de correção anual de 4,5% na tabela do Imposto de Renda, Dilma terminará os seus mandatos, em 2018, com uma correção acumulada de 42,21% (a maior de todo o Plano Real).

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