by Cesar Maia - Ex-blog
1. Há 3 vetores que tendem a envolver a decisão de voto para prefeitos nas eleições de 2016. O primeiro é a situação econômica entendida como riscos de desemprego, redução de renda real e inadimplência, que desde já é sentida.
2. O segundo é o ambiente moral afetado pela sensação de ampla corrupção associada à política, exponenciada pelo Petrolão. Basicamente foi este o impulsionador das manifestações nas ruas, panelaços e especialmente as vozes sistemáticas nas redes sociais.
3. O terceiro é a crise política sublinhada pela entressafra de lideranças políticas. Sem referências e alternativas, as pessoas não conseguem ver luz no fim do túnel e a indignação vem acompanhada de ansiedade.
4. Quanto e de que maneira os prefeitos atuais serão atingidos por estes vetores, sejam candidatos à reeleição ou referenciais de seus sucessores? Nos Estados em que os desdobramentos dos 3 vetores são maiores -como o Rio de Janeiro e São Paulo- as repercussões eleitorais serão maiores. Mas apenas maiores, pois o ambiente de opinião pública já mensurado pelos principais institutos de pesquisa mostra que é generalizado, seja por região, seja pelo tamanho da cidade, seja pelos cortes etários, níveis de renda e de instrução.
5. A probabilidade que o NÃO VOTO, ou seja, a soma de abstenção, brancos e nulos, seja recorde em 2016 é muito grande, o que aumenta o grau de imprevisibilidade dessas eleições. É um campo farto para a oposição. Mas não para a oposição partidária tradicional, mas para os candidatos que emitam sinais ante os 3 vetores e que os comuniquem construindo alternativas e confiança.
6. Por isso, as forças políticas que disputarão as eleições em 2016 devem antecipar as pesquisas de opinião política para já. Normalmente elas começam um ano antes da eleição. Agora devem começar um ano e meio antes das eleições.
7. E aprimorar a comunicação direta, tornando-a sistemática desde já. A comunicação direta deve tratar de temas locais e do cotidiano e deve agregar a abordagem pessoal nas ruas e a virtual nas redes.
8. Em ambos os casos não deve emitir os tradicionais sinais de interesse partidário, sombreando a comunicação. E, ao mesmo tempo, evitar o oportunismo da antipolítica, porque se essa levar a vitória, não terá sustentabilidade. É um quadro complexo e, por isso mesmo, exige antecipar as análises e reflexões como nunca.
Economia e política
Como a crise vai influenciar as eleições em 2016?
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