O referendum de 5 de julho de 2015 ficará na história como momento raro, quando uma pequena nação europeia levantou-se contra a servidão da dívida.Como todas as lutas por direitos democráticos, também essa rejeição histórica ao ultimatum que o Eurogrupo nos fez dia 25 de junho de 2015 arrasta com ela uma etiqueta de alto preço. É pois essencial que o grande capital político que foi outorgado ao nosso governo pela esplêndida votação que o NÃO recebeu seja imediatamente investido num SIM às correspondentes coragem e decisão – para um acordo que envolva reestruturação da dívida, menos austeridade, redistribuição a favor dos mais necessitados e reformas reais.Imediatamente depois do anúncio dos resultados do referendum, fui informado de uma preferência, de alguns participantes do Eurogrupo e de variados ‘’parceiros’’, que apreciariam minha… ‘’ausência’’ de futuras reuniões; ideia que o Primeiro-Ministro considerou potencialmente útil para que ele alcance algum acordo. Por essa razão, estou deixando o Ministério das Finanças hoje (6/7/2015).Considero meu dever ajudar Alexis Tsipras a explorar, como melhor lhe pareça, o capital que o povo grego nos assegurou, mediante o referendum de ontem.E a ira dos credores é trunfo que ostento com orgulho.Nós da Esquerda sabemos como atuar coletivamente, sem interesse pelos privilégios do poder. Apoiarei firme e integralmente o Primeiro-Ministro Tsipras, o novo Ministro das Finanças e o nosso governo.O esforço sobre-humano para honrar o bravo povo da Grécia e o famoso OXI (NÃO) que os gregos avalizaram para todos os democratas em todo o mundo, está só começando.
Yanis Varoufakis
Ministro, não mais!
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