desPoetizando Francislost

O inimigo 

Meu inimigo sou eu
mergulhado em ondas de pavor e covardia
sólida
sem rosto, sem voz, sem impressão digital
com vergo de coluna

De início, um ping tão perceptível
Quanto a gota d’água caindo a léguas
(nem anos-luz seriam obstáculos).
No primeiro momento, pensei:
Virá a mim em linha reta
Ou em espirais
Virá feito águas, toalhas ou feito serpentes
virá
Feito um projétil ou um câncer.
Ledo engano, vã esperança...
Nunca virá porque sempre esteve aqui
Comigo em mim e
Antes de mim
E nunca irá porque estará sempre aqui
Depois de mim...

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