Acredito na justiça, no MPF, na Policia Federal, pois existem pessoas sérias e honradas nessas instituições, porém não posso acreditar na operação Lava Jato como ferramenta de justiça.
Muito já se falou nessa operação, na seletividade, no uso excessivo da delação premiada, fala-se até que o juiz Sérgio Moro constituiu uma indústria de delações. A prova material, base do nosso direito penal, foi abandonada definitivamente pelo juiz Moro; a presunção do crime citada em delação, para Moro, é prova cabal para justificar as prisões.
E os vazamentos da operação? São simultaneamente estampados na Globo, TV e jornal, como a denúncia contra o ex-presidente Lula, de 12/8: "Dinheiro liga doleiro da Lava Jato à obra no prédio de Lula." Os vazamentos de delação só acontecem contra partidos da base do governo e principalmente contra Lula, Dilma e o PT! Nenhum vazamento contra o PSDB e vários parlamentares do partido foram citados. Várias delações também apontaram o governo de Fernando Henrique Cardoso como antro de corrupção na Petrobrás, e o juiz Moro e sua força tarefa fingem que não veem.
Outra coisa, a Lava jato anuncia que vai no exterior investigar a Petrobrás. Ainda nem pegou os tucanos e nem investigou o governo de FHC na Petrobrás e já quer cair fora. Digo isso porque o juiz Moro participou da AP 470, mensalão, e lá também os tucanos não foram investigados, com o agravante de o mensalão do PSDB ter sido anterior ao do PT, e o pior, os crimes dos tucanos estão prescrevendo.
A Petrobrás e os petroleiros apoiam a investigação, até porque, durante as investigações, todos os indicadores da empresa melhoraram. E Lugar de corrupto é na cadeia! E parar a Petrobrás é parar o país. O Brasil é o segundo parque de obras do planeta, só perdendo para a China, e a Petrobrás financia, com os impostos que paga, 80% das principais obras do Brasil, conhecida como obras do PAC.
Sérgio Moro, o chefe da Lava Jato, diz ser a favor dos acordos de leniência mas os procuradores da sua força tarefa são contra. Resultado: estaleiros parados, fábricas de sonda de petróleo parando, trabalhadores perdendo seus empregos, etc. Eles na verdade querem entregar a Petrobrás para os gringos como sempre quiseram! Um dos procuradores do Lava Jato (Carlos Fernando Lima), disse à imprensa: " A CGU foi feita para controlar corrupção de funcionários, não para ser salvadora do emprego. Se o governo quer criar um Proer, que faça no lugar certo, que é o Congresso" .
No país onde Moro estudou, nos EUA, nenhuma empresa deixou de fabricar por conta de investigação ou prisão de executivos. No EUA, a prioridade são os interesses da nação, para o Lava Jato qual é a prioridade?
Não podemos esquecer que o governo tucano de FHC tentou privatizar, sem sucesso, a Petrobrás, com apoio da Globo que, na época, comparou a Petrobrás a um paquiderme e os petroleiros chamados de marajás, mas eles não desistem. É a mesma Globo que deu o prêmio de personalidade do ano ao juiz Sérgio Moro. Além disso, a advogada e mulher do juiz Moro, Rosangela Wollf Moro, trabalha para o PSDB do Paraná e para empresas estrangeiras de petróleo, concorrentes da Petrobrás. Ninguém vai argüir a suspeição do juiz Sérgio Moro? Pois sua situação está prevista no código de Processo Civil na situação de juiz em que haja falta de imparcialidade, que pode ser alegada por ele ou pela parte.
As milícias estaduais são combatidas pelas Secretarias Estaduais de Segurança Pública. Quando é que as instituições brasileiras vão se pronunciar sobre a milícia nacional?
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
Rio de Janeiro, 12 de agosto de 2015
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
http://emanuelcancella.blogspot.com.br/
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