Para fechar o ano com Chave de Ouro

A mais bela e singela poesia de 2015

O meu abraço de Ano Novo aos que me dão o melhor: a sua atenção

obrigado
Aprendi a frase e o sentimento com Leonel Brizola, um homem a quem injustamente atribuem parcas emoções e minúscula gratidão. Mas concedo, sim, que é pouco crível que dúzias de vezes ele tenha repetido nas conversas privadas:
“Declaração de amor, Brito, nunca é demais”,
Sim, é sempre menor que o amor, mas é necessária. E é ato de humildade ainda mais necessário porque ser amado é mais fácil que amar.
Porque ser amado é fácil e vão, mas amar exige esforço, trabalho, cuidado, renúncia. Exige sair de sua autoconcedida grandeza e ser pequeno ao ponto de saber que toda ela é nada sem quem te oferece o tempo e os ouvidos ao que você diz e sente, o ombro às suas lutas, a tolerância com seus erros e asneiras, porque erros cometemos e  porque asneiras volta e meia dizemos, ainda mais quando falamos e escrevemos muito.
Não é o acerto permanente que une as pessoas, nem as palavras bem escolhidas,  nem a sabedoria luzidia, nem a proa erguida dos pretensiosos. O que une as pessoas é a confiança e a sensação de que desejamos o mesmo, que sentimos o mesmo – cada um na forma que isso toma em si – e a liberdade com que se dá nosso convívio.
E é por isso que só tenho uma coisa a dizer neste final de um ano amargo, em tanta coisa, mas doce ao menos em um mapa nós dois, querido leitor e gentil leitora.
Muito obrigado por darem sentido à minha vida, a pessoal e a profissional.
Pesa, sobretudo, ter uma multidão de gentes – alguns dias, mais de 200 mil pessoas – lendo o que você escreve, ouvindo o que você diz, gostando e desgostando de cada ideia, de cada palavra.
Todo dia, de domingo a domingo, sem um dia sequer sem que eu tenha de dizer, sem que eu tenha alguém a me ler, sem que eu tenha de submeter o que penso a todos os que leem este blog.
Mas é no peso que lhe põem ao lombo que um homem mostra que é útil e, afinal, é tudo o que um homem pode querer: ser útil aos seus semelhantes.
Assim, no último dia do ano, a todos os que leem, que comentam, completando, elogiando ou desancando o que digo,  é aos leitores que sinto vontade de, mais que agradecer, dizer de coração que o pouco que eu sou devo a vocês, muito mais do que a mim.
Obrigado, de coração, por tudo o que vocês me animam a ser.
Amar a humanidade, o Brasil, seu povo e nosso destino não é uma tarefa fácil.
Por isso mesmo, é muito difícil, impossível mesmo, fazer isso sozinho.
Eu devo a vocês, não a mim, poder fazer, todo dia, essa declaração de amor, que sempre será pequena, para tão grande amor, será a vida.
do poeta Fernando Brito - Tijolaço

2 comentários:

  1. Mais que um jornalista, mais que poeta, mais que tudo Fernando Brito é um ser humano que engrandece a humanidade, pelas virtudes incontáveis. Porém destaco uma:

    Humanismo!

    ResponderExcluir