Volto animado na manifestação (em Fortaleza) muito mais que pelo número imenso de pessoas – há quem fale em tantos mil, há os que falem em mais tantos mil – pelas características de quem lotou a (Praça do Ferreira).
Não contei pessoas, olhei pessoas.
Os "coroas" como eu, se tanto, éramos 10%. Garotada, a juventude, aqueles moleques sobre os quais, orgulhosamente, pensamos serem nossos filhos.
De alguma forma o são, porque são os proprietários , mais que herdeiros, da liberdade que construímos com sacrifício.
Ela é deles, não nossa, que já cuidamos dela mais como patrimônio do que como fruição.
Havia, também , mais negros em quaisquer 10 metros quadrados que se escolhesse do que em toda a Avenida Paulista no domingo.
Bem como nós somos: brancos, negros, amarelos, índios, com licença até para uns "cor-de-abóbora" de cabelos azuis.
Não havia zumbis, não vai provocadores, ninguém queria bater em um ou outro que, a caminho das barcas, passasse repetindo o que a Globo diz.
Havia gente livre e gente livre é dura de enfrentar.
Não são zumbis.
As pessoas livres pensam, ouvem e agem.
Diferentemente, é claro.
Justamente porque não são zumbis.
Os zumbis se dissolvem com a luz, tal como foram criados com a treva.
E a luz é a liberdade, a tolerância, a diversidade que nos une na mesma condição de cidadãos deste pais.
O povo brasileiro, como todos os povos, referencia-se em líderes.
A parcela elitista do Brasil encontrou o seu, Sérgio Moro.
Mas a excluída, oprimida, humilhada começou a reencontrar o seu.
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