Fernando Brito - Barroso ainda não venceu o troféu "Pollyanna Togada"

pollyana

Para os mais novos, Pollyana, de Eleanor Porter,  era um livro que, tempos atrás, se cosntumava dar às moças.

Pollyana, muito cedo, vira orfã de pai e mãe e vai parar numa certa Casa das Damas Auxiliadoras.

Com todas as suas desgraças, é a promotora do "jogo dos contentes", onde das maiores desgraças, extrai-se sempre – e tão-somente – as coisas boas.

Pollyana é ingênua até não mais poder, como deviam ser as moças do início do século XX.

Assim parece ser o Ministro Luís Roberto Barroso, em sua entrevista a Monica Bergamo, na Folha. (Aliás, muito bem feita pela repórter, nada Pollyana).

Vejam que revelação surpreendente o crédulo Dr. Barroso teve:

"Nós nos demos conta que o país vive -e creio que há muitos anos, senão desde sempre- uma corrupção endêmica. Há uma certa perplexidade, um choque. Onde você destampa, tem problema.

Não é fácil enfrentar isso. O STF começou, no mensalão. A Lava Jato é desdobramento, símbolo de uma sociedade que se descobriu imersa em corrupção, em desmandos, e deseja sair disso.

No geral, tanto o juiz [Sergio Moro] como o Ministério Público e a Polícia Federal prestam um bom serviço ao ajudar a revelar a extensão e a profundidade do que ocorria.

E você não consegue mudar um paradigma pervertido de absoluta impunidade fazendo mais do mesmo."

O Doutor Barroso, um experiente advogado, não sabia que havia corrupção endêmica no Brasil, gente!

E que agora estamos tentando sair dela, pelas mãos limpas de Michel Temer, Moreira Franco, Eliseu Padilha, Romero Jucá, Geddel Vieira Lima, Mendoncinha e outros da mesma cepa!

O distraído Ministro chega a dizer que é com Fernando Henrique Cardoso que "o iluminismo chega ao poder" no Brasil.

Poxa, doutor, não faça isso com os iluministas, personagens, entre outras coisas, da Revolução Francesa e da Revolução Americana, que tornou os EUA independentes do maior império do mundo à época, o inglês.

Até porque pode parecer ironia chamar de iluminista o presidente do apagão, da privataria, da releição.

Vou parar com a  "polianice" por aí, porque Pollyana foi atropelada e ficou sem poder andar e, depois do caso Moro-Savonarola, os juízes pararam de entender metáforas e começaram a achar que era praga.

Tal como a democracia brasileira. Com a diferença que o Doutor Edmond Chilton, que faz Pollyana voltar a andar parece, nestes dias, ameaçado em seu direito de ir e vire andaram até fazendo coação coercitiva sobre ele.

Mais ainda não foi o suficiente para ganhar o troféu Pollyana, onde o favorito ainda é o Doutor Teori Zavaski que não sabia o que Eduardo Cunha ia fazer durante os sete meses que ele gastou examinando seu pedido de afastamento da presidência da  Câmara.

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