Há linhas divisórias em cada período politico, aquelas que separam e dividem os campos fundamentais em enfrentamento. Foi contra e a favor da ditadura. Foi contra e a favor dos governos neoliberais de Collor e FHC. É hoje a favor e contra o governo golpista.
E há os que ficam encima do muro mas que, como na verdade o muro não existe, estão do outro lado. Para isso tem que desenvolver um discurso ambíguo, que no fundo significa versões de que nao há mais diferença entre direita e esquerda, o mundo mudou, há adversários e não inimigos, o mundo nao é linear, há tipos elegantes, contra os quais é difícil fazer oposição, há direitistas corretos e os desonestos, deve-se conversar com tudo mundo. Pode também seguir a linha de criticar a esquerda: é totalitária, veja-se Cuba, Venezuela, é corrupta, é conciliadora, etc., etc. Vale qualquer coisa para subir e sentar encim do muro. Na própria época da ditadura criticar a luta armada dava possibilidades de emprego na mídia do lado do regime, era a "esquerda positiva" contra a "esquerda negativa.
O próprio atual ministro de relações exteriores, ja foi do PCB, ja esteve com o Marighella, tornou-se tucano e agora é pitbull do golpe. Há muito casos, embora nao a maioria. Uma boa quantidade de ex-comunistas, especialmente de Sao Paulo, se deixaram seduzir pelo FHC e foram para no ninho tucano. Todos tornaram-se frenéticos anti-esquerdistas.
Da mesma forma que na época da Guerra Fria uma via para sair da esquerda e pular para a direita era a critica da URSS, do estalinismo, dos PCs, que ia permitindo deixar o campo da esquerda – da crítica ao Stalin à crítica ao Lenin e finalmente ao próprio Marx -, para se alinhar no campo da direita. Houve aqueles que fizeram isso com estardalhaço, como o Carlos Lacerda, que saiu das filas da esquerda e publicou livro denunciando o comunismo e outros que foram deslizando aos poucos, como o Paulo Francis. Ter um lugar na grande mídia, que os acolhe com alegria, é um dos objetivos dessas conversões, ainda mais na época dos "intelectuais midiáticos", os das pos-verdades, do sucesso fácil mediante afirmações superficiais e levianas.
O Lula tornou-se a referência hoje. Ser a favor do Lula, do seu governo, da sua liderança, da sua candidatura, é passar certificado de esquerdista irrecuperável. Criticar o Lula, o PT, a esquerda realmente existente, é passaporte para ter colunas na mídia, quem sabe na impressa ou no radio e na TV, na internet, poder faturar algum, se projetar na mídia. Criticas que parecem ser de esquerda – a "conciliação de classes do PT", por exemplo -, mas que servem para se abrir a outras possibilidades, que tantas vezes levam a jantares curitibanos ou a colunas globais.
Quando a ditadura se consolidou no Brasil, houve uma debandada de intelectuais no campo da direita, começando por ir estudar nos EUA, por ter empregos no Globo, por especializar-se em criticar a esquerda radical, Cuba, a URSS, o comunismo, etc., etc. Agora o anticomunismo assumiu a roupa do antipetismo. Se nao for antipetista, concilia com a corrupção. Se nao atacar o Lula, é populista.
A mesma aventura moralista que levou ao golpe de 1964, que fez com que, em um certo momento, o próprio PCB estivesse contra o Getulio, caindo no conto da corrupção como o tema central do Brasil – quando o Getulio se suicidou, o primeiro que o povão do Rio fez, foi destruiu a sede do jornal do PCB, identificando-o com a traição ao então maior líder popular do pais – volta na forma da Lava Jato e cativa a gente que se diz de esquerda e que, com o pretexto da luta contra a corrupção, da' vazão a seu antipetismo. (Especialmente os que saíram mal do PT, que nunca se recuperaram desse trauma, que precisariam que o PT desse errado, para justificar a posteriori uma saída errada e desastrada, nem que para isso tenham que se aliar à direita, de que o caso grotesco da Heloisa Helena foi o mais evidente, embora não o único.)
Não é preciso estar a favor do Lula para se manter no campo da esquerda. Mas principalmente, manter atitude intransigente contra a direita golpista, nao frequentar seus ágapes, nem escrever nos seus blogs, não se colocar do lado da operação que, com o pretexto da luta contra a corrupção, perdoa tudo da direita, concentra os ataques na esquerda e tenta tirar o Lula da vida politica, sem nenhuma prova concreta, e destrói o país, favorecendo os EUA, as corporações estrangeiras e os bancos privados.
No entanto, para azar deles, o governo golpista recoloca com força a polarização entre direita e esquerda. Direita é a retomada do projeto neoliberal, que destrói o país, as políticas sociais, os direitos dos trabalhadores, a soberania externa. E, por oposição, esquerda é a retomada do projeto de desenvolvimento economico com distribuição de renda, de resgate do papel ativo do Estado, de retomada da soberania externa – tudo o que caracterizou centralmente os governos do PT.
Não existe o muro, mas existem o Lula e o Moro, para quem queira escolher o lado certo da história, o lado da democracia, dos interesses do povo e do Brasil.
E há os que ficam encima do muro mas que, como na verdade o muro não existe, estão do outro lado. Para isso tem que desenvolver um discurso ambíguo, que no fundo significa versões de que nao há mais diferença entre direita e esquerda, o mundo mudou, há adversários e não inimigos, o mundo nao é linear, há tipos elegantes, contra os quais é difícil fazer oposição, há direitistas corretos e os desonestos, deve-se conversar com tudo mundo. Pode também seguir a linha de criticar a esquerda: é totalitária, veja-se Cuba, Venezuela, é corrupta, é conciliadora, etc., etc. Vale qualquer coisa para subir e sentar encim do muro. Na própria época da ditadura criticar a luta armada dava possibilidades de emprego na mídia do lado do regime, era a "esquerda positiva" contra a "esquerda negativa.
O próprio atual ministro de relações exteriores, ja foi do PCB, ja esteve com o Marighella, tornou-se tucano e agora é pitbull do golpe. Há muito casos, embora nao a maioria. Uma boa quantidade de ex-comunistas, especialmente de Sao Paulo, se deixaram seduzir pelo FHC e foram para no ninho tucano. Todos tornaram-se frenéticos anti-esquerdistas.
Da mesma forma que na época da Guerra Fria uma via para sair da esquerda e pular para a direita era a critica da URSS, do estalinismo, dos PCs, que ia permitindo deixar o campo da esquerda – da crítica ao Stalin à crítica ao Lenin e finalmente ao próprio Marx -, para se alinhar no campo da direita. Houve aqueles que fizeram isso com estardalhaço, como o Carlos Lacerda, que saiu das filas da esquerda e publicou livro denunciando o comunismo e outros que foram deslizando aos poucos, como o Paulo Francis. Ter um lugar na grande mídia, que os acolhe com alegria, é um dos objetivos dessas conversões, ainda mais na época dos "intelectuais midiáticos", os das pos-verdades, do sucesso fácil mediante afirmações superficiais e levianas.
O Lula tornou-se a referência hoje. Ser a favor do Lula, do seu governo, da sua liderança, da sua candidatura, é passar certificado de esquerdista irrecuperável. Criticar o Lula, o PT, a esquerda realmente existente, é passaporte para ter colunas na mídia, quem sabe na impressa ou no radio e na TV, na internet, poder faturar algum, se projetar na mídia. Criticas que parecem ser de esquerda – a "conciliação de classes do PT", por exemplo -, mas que servem para se abrir a outras possibilidades, que tantas vezes levam a jantares curitibanos ou a colunas globais.
Quando a ditadura se consolidou no Brasil, houve uma debandada de intelectuais no campo da direita, começando por ir estudar nos EUA, por ter empregos no Globo, por especializar-se em criticar a esquerda radical, Cuba, a URSS, o comunismo, etc., etc. Agora o anticomunismo assumiu a roupa do antipetismo. Se nao for antipetista, concilia com a corrupção. Se nao atacar o Lula, é populista.
A mesma aventura moralista que levou ao golpe de 1964, que fez com que, em um certo momento, o próprio PCB estivesse contra o Getulio, caindo no conto da corrupção como o tema central do Brasil – quando o Getulio se suicidou, o primeiro que o povão do Rio fez, foi destruiu a sede do jornal do PCB, identificando-o com a traição ao então maior líder popular do pais – volta na forma da Lava Jato e cativa a gente que se diz de esquerda e que, com o pretexto da luta contra a corrupção, da' vazão a seu antipetismo. (Especialmente os que saíram mal do PT, que nunca se recuperaram desse trauma, que precisariam que o PT desse errado, para justificar a posteriori uma saída errada e desastrada, nem que para isso tenham que se aliar à direita, de que o caso grotesco da Heloisa Helena foi o mais evidente, embora não o único.)
Não é preciso estar a favor do Lula para se manter no campo da esquerda. Mas principalmente, manter atitude intransigente contra a direita golpista, nao frequentar seus ágapes, nem escrever nos seus blogs, não se colocar do lado da operação que, com o pretexto da luta contra a corrupção, perdoa tudo da direita, concentra os ataques na esquerda e tenta tirar o Lula da vida politica, sem nenhuma prova concreta, e destrói o país, favorecendo os EUA, as corporações estrangeiras e os bancos privados.
No entanto, para azar deles, o governo golpista recoloca com força a polarização entre direita e esquerda. Direita é a retomada do projeto neoliberal, que destrói o país, as políticas sociais, os direitos dos trabalhadores, a soberania externa. E, por oposição, esquerda é a retomada do projeto de desenvolvimento economico com distribuição de renda, de resgate do papel ativo do Estado, de retomada da soberania externa – tudo o que caracterizou centralmente os governos do PT.
Não existe o muro, mas existem o Lula e o Moro, para quem queira escolher o lado certo da história, o lado da democracia, dos interesses do povo e do Brasil.
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