Peça 4 – as delações da Odebrecht e o MPF
Considere-se inicialmente o papel do Ministério Público Federal no golpe. Sabia-se desde o início da extensa capivara dos líderes do PMDB no Congresso; sabia-se de Temer, Cunha, Geddel, Padilha, Moreira Franco, como se sabia de Aécio, Serra, Alckmin, tanto quanto de Dirceu, Pallocci. Se sabia que o impeachment jogaria o país nas mãos do pior agrupamento que a política brasileira gestou desde a redemocratização.
O álibi mais generoso para a ação golpista e antinacional do MPF é o da ignorância, um grupo de procuradores desinformados, sem conhecimento mínimo sobre economia, geopolítica, interesse nacional, acreditando que a Lava Jato tinha chegado ao cerne da corrupção brasileira, com os tríplex, pedalinhos e quetais. Ou acreditando que comeria os políticos pelas bordas, primeiro o PT, depois o PMDB. Mas poupando sempre o PSDB.
Aliás, não dá para esperar essa visão política mais sofisticada do MPF quando nem a presidência da República nem o seu Ministro da Justiça demonstravam a menor sensibilidade para esses temas.
O Brasil está sendo literalmente destruído por um processo amplo de ignorância coletiva.
Era tão hipócrita o discurso anti-corrupção que, para apear do poder uma presidente honesta – jogando no lixo os votos majoritariamente dos mais pobres – tiveram que apelar para a história das pedaladas.
No final do governo Dilma, firmou-se um pacto tácito entre os conspiradores. Para manter as aparência de luta contra a corrupção e de isenção das investigações, seria sacrificado pelo menos um cacique de cada partido. Do PMDB, preferencialmente Cunha e Renan Calheiros; do PSDB, Aécio.
O fator Rodrigo Janot embolou um pouco o meio campo. Peça 05 - o fator Rodrigo Janot
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