Volte aos anos 90. Se você nasceu depois, pegue uma máquina do tempo e volte também. Você vai curtir. Tinha racionamento de energia, o salário mínimo era de 64 dólares, a Vale do Rio Doce era vendida a 3,3 bilhões de reais e o Brasil tinha aquele timaço com Mauro Silva no meio de campo.
Mas, eu não quero falar do governo FHC, não, aquele suprassumo da gestão pública internacional. Eu quero falar de outra coisa.
Vamos lá: suponha que, nessa viagem no tempo, você encontre uma pessoa que te diga as seguintes afirmações taxativas:
“- O Lula vai ser eleito em 2002. Ele vai pagar a dívida externa e ainda vai emprestar dinheiro ao FMI. Ele vai fazer a transposição do Rio São Francisco, vai fazer três mega usinas hidrelétricas na região norte e vai fazer um programa contra fome que vai tirar 40 milhões de pessoas da miséria.
– A Petrobrás vai descobrir a maior jazida de petróleo do século 21 e o ministério da educação vai fazer 2 imensos programas de inclusão (Prouni e Fies) que levarão mais de um milhão de pessoas ao ensino superior. Lula vai, ainda, transformar a indústria naval brasileira na quarta maior do mundo e vai construir 14 novas universidades e 214 novas escolas técnicas.
– O Brasil será a 7ª economia do mundo, o 4º mercado da indústria automobilística e o presidente dos EUA vai chamar Lula de “the guy” (“o cara”).
– A Petrobrás vai fazer a maior captação de ações da história do capitalismo mundial (120 bilhões de reais em 2010), o Brasil será o país com uma das menores taxas de desemprego do mundo e será sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas num intervalo de 2 anos.
– Lula vai deixar o governo com 90% de aprovação popular, vai fazer o sucessor (a sucessora: será uma mulher, ex-guerrilheira, ex-torturada, ex-presa pela ditadura) e vai receber das universidades mais importantes do mundo a maior quantidade de títulos Honoris Causa que um chefe de estado já recebeu em toda a história”.
Agora respire e responda: do que você chamaria esse cidadão que lhe contou tudo isso? De louco? Pois veja como nos acostumaram a chamar de loucura aquilo que é possível e natural.
Louco, mesmo, é o Brasil conformar-se em ser um fiasco.
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