O arbítrio e a exceção jurídica caracterizam uma ditadura. A ditadura pode ser militar, civil-militar ou, ainda, jurídico-midiática, como a ditadura instalada com o golpe de 2016 com o impeachment fraudulento da Presidente Dilma.
O chefe da polícia federal revelou, pouco mais de 1 mês da arbitrariedade ocorrida no domingo de 8 de julho, que recebeu ordens criminosas da procuradora-geral da república [Raquel Dodge] e do presidente do tribunal de exceção da Lava Jato [Thompson Flores] para descumprir mandado de soltura concedido por juiz federal a Lula.
O juiz Gelbran Neto [que, em realidade, atua como agente partidário dos golpistas sem-voto], por sua vez, confessou a amigos que espezinhou a letra fria da Lei para impedir a liberdade do Lula naquele dia.
Antes dessas revelações recentíssimas, já se conheciam outras tantas manipulações judiciais armadas por Sérgio Moro, procuradores, policiais federais e trf4 para processar e condenar Lula numa farsa jurídica burlesca, que a história muito em breve haverá de revelar todos seus bastidores, inclusive a ingerência estrangeira.
A última aprontada do Moro para prejudicar Lula deu-se no dia 14 de agosto, com a decisão excepcionalíssima de suspender para depois das eleições o depoimento do Lula, agendado há meses para ocorrer em 14 de setembro.
É, sem dúvida, um ato flagrante de prejuízo ao réu de ação criminal, mas também é revelador do caráter político da prisão ilegal do Lula, perpetrada para tentar assegurar viabilidade eleitoral ao bloco golpista, que não tem voto para vencer legitimamente a eleição, mas conta com a força do arbítrio judicial e do totalitarismo midiático liderado pela Globo.
Neste 15 de agosto, a candidatura do Lula foi registrada no tse. Menos de 4 horas depois do registro, já tinha 1 pedido de impugnação formulado pela procuradora-geral da república [que foi pinçada pelo Temer do segundo lugar da lista tríplice da pgr para executar serviços sujos], e também já havia sido escolhido o relator do pedido – por coincidência, o mais lavajateiro integrante do stf.
As verdades e entranhas da última ditadura do Brasil [1964/1985], que também contou com o apoio e ativismo central da Rede Globo, só foram levadas ao conhecimento público depois de quase 20 anos.
Desta vez, contudo, a verdade sobre a ditadura midiática-jurídica-policial está sendo revelada praticamente em tempo real, passo a passo dos movimentos de exceção.
Seus operadores centrais, que atuam como kamikazes a mando do establishment, já abandonaram qualquer pudor para alcançar o objetivo fundamental, que é impedir a restauração democrática e a reconstrução social e econômica do país por meio da eleição do Lula, dada como certa em qualquer cenário eleitoral.
Em tempos de democracia efetiva, estes personagens que atentam contra a ordem constitucional não só seriam exonerados dos cargos públicos que desonram, como seriam presos.
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