Autocrítica
(...) Essa culpa vamos carregar até o fim. Não defendemos os governos que elegemos, não defendemos o regime político que permite escolhermos os governos que desejamos, não defendemos os partidos políticos que nos representam, não defendemos o espaço sagrado da política. Pelo menos não com a energia e com a força necessária, ficamos aquém. Deixamos a sociedade ser dominada pela ignorância, pelo preconceito e pelo ódio, deixamos que aqueles que não acreditam na política e na democracia, destruíssem a política democrática. Não fomos capazes de evitar esta marcha da insensatez. E o fracasso ainda que sentido de forma individual é um fracasso coletivo, de todos. Estamos pagando e continuaremos a pagar caro por essa nossa omissão, nossa falha. Somos vítimas dela, mas em certa medida, somos também responsáveis. Um país real marcado "por prepotência em cima e servilismo embaixo, opressão e indolência, astúcia como suprema arte de governo e esperteza como pobre arte de sobrevivência, a grande intriga e o pequeno expediente."
Texto de Noberto Bobbio sobre a Itália que cabe perfeitamente no Brasil pré-golpe contra Dilma Rousseff.
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