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A oposição não mudou de cumplíces

O texto abaixo é do jornalista(?) Josias de Souza mais um piguista pena paga



Em movimento estudado, Dilma Rousseff esquivou-se de mencionar a oposição no seu discurso de posse, neste 1º de janeiro de 2015. Abandonou a intenção de construir “pontes”. Em outubro, depois de sacramentado o resultado da disputa que travara com o tucano Aécio Neves no segundo turno da campanha presidencial, Dilma afirmara, em timbre enfático: “Essa presidente está disposta ao diálogo, e esse é meu primeiro compromisso no segundo mandato: o diálogo.”

Decorridos pouco mais de dois meses, Dilma enumerou no discurso de posse (íntegra) as pessoas e grupos políticos que, segundo acredita, irão ajudá-la a “encarar os desafios” do novo ciclo. Citou quase todo mundo, até a militância do PT. Mas não retomou a ideia do diálogo.

1º.jan.2015 - A presidente Dilma Rousseff se dirige ao parlatório durante cerimônia de posse para seu segundo mandato, no Palácio do Planalto, ao lado do vice-presidente Michel Temer, nesta quinta-feira (1º) Leia mais Pedro Ladeira/Folhapress

“ …Sei que conto com o apoio do meu querido vice-presidente Michel Temer, parceiro de todas as horas. Sei que conto com o esforço dos homens e mulheres do Judiciário. Sei que conto com o forte apoio da minha base aliada, de cada liderança partidária de nossa base e com os ministros e as ministras que estarão, a partir de hoje, trabalhando ao meu lado pelo Brasil. Sei que conto com o apoio de cada militante do meu partido, o PT, e da militância de cada partido da base aliada, representados aqui pelo mais destacado militante e maior líder popular da nossa história, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”

Não disse nada que aquela evocasse a Dilma de outubro, que derrotou Aécio por uma diferença de pouco mais de 3 milhões de votos. “Em lugar de ampliar divergências, de criar um fosso, tenho forte esperança que a energia mobilizadora tenha preparado um bom terreno para a construção e pontes”, discursara a presidente em outubro. “O calor liberado no fragor da disputa pode e deve agora ser transformado em energia construtiva de um novo momento no Brasil”

Ouvido pelo repórter, um auxiliar de Dilma atribuiu ao PSDB de Aécio Neves o sepultamento do diálogo. Ecoou um raciocínio da própria presidente, segundo o qual “a oposição ainda não desceu do palanque”. Recordou que o tucanato pediu a recontagem dos votos. Lembrou, de resto, que a coligação derrotada tentou impedir, sem “base legal”, a diplomação de Dilma na Justiça Eleitoral.




Repete-se agora um fenômeno que convulsiona todos os governos liderados pelo PSDB (oito anos de FHC) e pelo PT (a caminho dos 16 anos com Dilma). Os dois partidos brigam entre si e trocam apoio congressual por pedaços do Orçamento da União. Nesse modelo, movimentos como o que Dilma acabou de realizar não podem ser chamados de reforma ministerial. Em alguns casos, o governo apenas trocou de cúmplices. É o que Marina Silva -ou o que restou da terceira via- chama de “ganhar perdendo''.

O mais importante ministro é Cid Gomes




Enquanto a oposição e o mercado financeiro fez e faz propaganda que o ministro mais importante do segundo governo Dilma é o sr. Joaquim Levy, a presidente ficou calada mas, na hora exata, no discurso de posse desmonta o discurso financeiro dos entreguistas e piguistas de plantão e vaticina:

A Educação é nossa prioridade das prioridades. E o ministro da Educação é o mais importante de todos.

Isso é política na veia. Coisa que nossa oposição véia e carcomida não entende.

Mais um gol de placa da Muié.

Dá-lhe Dilma!


Lutar é um verbo sempre no presente, por Fernando Brito

- Viver é um ato sempre presente -




Terminando com um, começando com outro, a vida é sempre matar seu leão diário.
Um por um, este blog procurou fazer sua parte num ano de decisão em que o resultado eleitoral deixou claro, mesmo para quem se acha uma formiguinha, que uma grande montanha se faz com cada pequeno grão.
Hoje, mesmo não sendo talvez não sendo o dia de uma festa como desejaríamos, onde não houvesse uma sombra sequer de preocupação a macular nossa alegria, é certamente o dia de uma celebração, e das mais importantes.
Superamos, com a vitória de Dilma no voto popular, mais um capítulo de uma luta que não terminará nunca: a de fazer do Brasil um país livre e dos brasileiros um povo na plenitude de sua felicidade e potencial.
Enfrentamos todos os poderes do atraso e da dominação, num país atrasado e dominado há séculos.
E isso não é pouca coisa, porque significa enfrentar uma máquina injusta, impiedosa e imoral.
Também não é pouca coisa termos como Presidenta uma mulher de fibra, de honradez inquestionável, de compromissos de toda uma vida – e dores indescritíveis, por isso – em favor da libertação do povo brasileiro.
Igualmente, é hora de celebrar a continuidade do que já é imenso e precisa ser muito mais: os avanços arrancados a fórceps nas estruturas iníquas.
Paradoxalmente, é hora também de pensar no lado positivo que – e isso vai depender de nosso destemor – surgidos no país, pelo que nos abrem de possibilidades de avançar para as reformas eleitorais e políticas que retirem ao máximo o poder econômico, senão da política, ao menos da eleição.
E isso incluiu dinheiro para campanhas mas, também, a expressão incontrastável do poder econômico pelos mecanismos de mídia.
Portanto, se talvez não haja, de fato, um clima para o carnaval de alegria que gostaríamos de ter, certamente há diante de nós o horizonte do campo de batalha que nos aguarda.
Que vai até o infinito, nesta maravilha que é poder sentir-se parte da história de um país que, não importam o que façam, tem o destino traçado para a felicidade.
Que não nos escape, portanto, a felicidade de estarmos começando 2015 com os desafios da vitória.


Petrobras desnudará o Judiciário

Com o anúncio de proibir a contratação de 23 grandes empreiteiras, a Petrobras revelará ao País que o Judiciário - o mais corrupto dos poderes - de fato só serve para proteger os corruptores.

Anotem:

As empreiteiras que entrarem com processos contra a decisão da Petrobras terão ganho de causa. Pior os corruptos togados darão ganho de casa aos grandes ladrões do erário público - nosso suado dinheirinho dos impostos - é surrupiado através licitações e também com pagamento de indenizações.

Corja!!!


Na arquitetura política do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff primeiro puxou o centro e, agora, irá compensar a esquerda

É o que informa Tereza Cruvinel, em sua nova coluna no 247.
"Nesta segunda-feira, 29, a presidente Dilma pode concluir as mudanças no ministério com que começará a cumprir o segundo mandato. Os 13 novos nomes anunciados na terça-feira passada agregam densidade e musculatura política: são nomes mais expressivos e com mais lastro partidário, que podem contribuir com avanços na gestão e também na governabilidade", diz ela. "Compensações à esquerda ela fará se confirmar Ricardo Berzoini nas Comunicações e Patrus Ananias na Reforma Agrária, por exemplo".
Uma indicação que pode mudar, diz ela, é a de Pepe Vargas para a secretaria de Relações Institucionais. "E não apenas porque sua escolha significaria uma super-representação da tendência minoritária Democracia Socialista (DS), mas por conta de seu próprio perfil", diz ela. "Na Câmara, ele não é visto como dos mais hábeis e credenciados representantes da bancada petista para negociar com os demais partidos da coalizão. Os nomes de maior peso na bancada, hoje, são Arlindo Chinaglia, Marco Maia, José Guimarães, Paulo Teixeira, e Cândido Vacarezza, além do líder do governo Henrique Fontana, também da DS. Nenhum deles, entretanto, chegou a ser cotado para a vaga."
Tereza informa ainda que Celso Amorim no Itamaraty não é mais uma certeza. "Um nome que desponta é o do atual embaixador na Argentina, Everton Vieira Vargas, ex-embaixador na Alemanha. Tem 59 anos e é gaúcho, se é que isso quer dizer alguma coisa para Dilma", diz ela.

Novos ministros é garantia de governabilidade, afirmam analistas políticos

Segundo análise, a presidente não escolhe notáveis em cada área e os coloca nos ministérios, mas planeja cargos de acordo com a base parlamentar, visando articulação com a maioria

Agência Brasil
A escolha dos 13 novos ministros pela presidenta Dilma Rousseff é uma tentativa de conquistar aliados no Congresso Nacional e garantir a governabilidade no segundo mandato. Os nomes, anunciados na última terça-feira (23), atendem partidos da coligação que reelegeu a presidenta e não deveriam ser surpresa para eleitores à esquerda, avaliam cientistas políticos ouvidos pela Agência Brasil.
A preocupação com a composição do próximo Congresso Nacional foi um dos principais elementos para escolha dos novos ministros, segundo o cientista político Ricardo Ismael, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Apesar do PT e do PMDB terem as maiores bancadas, também cresceram partidos como o PSD, de Gilberto Kassab, escolhido para o Ministério das Cidades, e o PRB, de George Hilton, contemplado com a pasta do Esporte.
Dilma mobiliza equipe para fechar mapa de novo ministério
Conforme a análise de Ismael, desde as primeiras nomeações a presidente tem buscado dialogar com vários setores da sociedade. Salientou que isto ficou claro com as indicações de Joaquim Levy para a Fazenda, de Armando Monteiro para a Indústria e de Nelson Barbosa para o Planejamento. "Foi uma tentativa de atender o mercado financeiro,  sinalizando mudanças na politica econômica. Com os 13 ministros, a preocupação foi na mesma linha, contemplando a base aliada, sobretudo o PMDB, que ficou com seis pastas”, analisou.
Para João Feres Júnior, professor de pós-graduação do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp),  é natural que políticos sejam escolhidos para altos cargos no governo. Explicou que esta é uma forma de tentar diálogo mais próximo com representantes eleitos para o Congresso e garantir que as propostas do Planalto sejam aprovadas pelo Legislativo.
“O presidente da República tem uma autonomia limitada. Várias das politicas públicas do Executivo têm de ser aprovadas na forma de lei. Para uma lei ser aprovada, precisa passar pelo Parlamento. Então, a presidenta tem de ter aliados lá”, comentou João Feres. Segundo o cientista político, a Presidência da República apresenta mais projetos de lei que deputados e senadores, mas precisa tratar com eles.
“No sistema presidencialista, o conteúdo do governo tem de ser negociado constantemente com o Legislativo. A presidenta não escolhe notáveis em cada área e os coloca nos ministérios. O gabinete ministerial reflete o acordo com a base parlamentar, uma articulação com a maioria do Parlamento”, acrescentou . “Política é uma arte complicada. É correr no fio da navalha”, ressaltou.
Embora muitos nomes não agradem eleitores mais à esquerda do PT, Luciana Veiga, professora de Ciências Políticas da Universidade Federal do Paraná, lembrou que Dilma venceu representando uma coligação da qual ficaria dependente. “Não podemos pensar em desvirtuamento do voto. Isto pressupõe que os eleitores sabiam que era uma coligação sustentada pelos votos do Parlamento, que, na Câmara, ficaram divididos entre PT e PMDB,”, acentuou.
Luciana acredita que, com cenário econômico mais apertado, sob influência das investigações da Operação Lava Jato, o segundo mandato será de negociação constante entre as forças que elegeram a presidenta. “Têm os eleitores de esquerda que, na reta final, viabilizaram a eleição. Mas eles não são maioria entre os eleitores de Dilma. Pensando fria e estrategicamente em termos eleitorais, são eles os últimos a deixarem de votar no PT em uma eventual disputa contra o PSDB”.
A professora da UFPR acrescentou que a escolha por políticos foi pensada para garantir a governabilidade, diante das incertezas econômicas e do cenário político. “Vão os anéis, mas ficam os dedos? Tem de negociar. Se ela fizer birra agora, cai na armadilha de negociar votação por votação. Sabemos como isso fica caro”, disse, referindo-se, por exemplo, ao trâmite tumultuadodo decreto criando a Política Nacional de Participação Social (PNPS)..
A análise de João é semelhante. Ele sugere que os setores descontentes com as indicações devem cobrar a presidenta por terem sido decisivos na reta final da campanha. “Os movimentos sociais têm de cobrar a dívida, enquanto o papel da presidente é governar”, justificou.

Armando Boito Junior: quem é contra a corrupção?

Moral e interesses
As motivações e os objetivos das campanhas contra a corrupção que nos últimos anos têm sido a bandeira de guerra do PSDB e da grande imprensa são vários e nenhum deles é nobre. O motivo mais óbvio é obter o desgaste político e eleitoral dos governos do PT. Mas, a coisa não para por aí. Para entender melhor tais campanhas é preciso fazer uma espécie de sociologia política do discurso e da prática das cruzadas contra a corrupção, tratá-los como um fenômeno ideológico que deforma de maneira interessada a realidade política – o que não significa que o faça de modo consciente.
Temos de seguir algumas pistas e a primeira delas é a seletividade da indignação moral tucana: nem toda corrupção é denunciada e combatida. Essa seletividade opera com dois filtros
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Quem é contra a corrupção?

Por Armando Boito Jr., professor de Ciência Política da Unicamp
Especial para Escrevinhador

As motivações e os objetivos das campanhas contra a corrupção que nos últimos anos têm sido a bandeira de guerra do PSDB e da grande imprensa são vários e nenhum deles é nobre. O motivo mais óbvio é obter o desgaste político e eleitoral dos governos do PT. Mas, a coisa não para por aí. Para entender melhor tais campanhas é preciso fazer uma espécie de sociologia política do discurso e da prática das cruzadas contra a corrupção, tratá-los como um fenômeno ideológico que deforma de maneira interessada a realidade política – o que não significa que o faça de modo consciente.
Temos de seguir algumas pistas e a primeira delas é a seletividade da indignação moral tucana: nem toda corrupção é denunciada e combatida. Essa seletividade opera com dois filtros.

Moral e interesses

O primeiro filtro, e o mais óbvio, consiste em denunciar apenas e tão-somente os casos de corrupção que envolvem os partidos adversários, principalmente o PT. A corrupção tucana é varrida por esses campeões da moralidade pública para debaixo do tapete. Esse comportamento nos obriga a descartar, de saída, toda e qualquer motivação ética na ação tucana, se entendermos a ética, tal qual eles próprios propalam, como um conjunto de valores morais imperativos desvinculados de interesses materiais “menores”. Não é verdade, portanto, que os tucanos sejam contra a corrupção.

O segundo filtro, esse raramente notado, consiste em denunciar os casos de corrupção que envolvem empresas, instituições e lideranças que desempenham um papel importante na política neodesenvolmentista dos governos do PT. Não se trata apenas de desgastar o PT para vencer eleições. Trata-se, na verdade, de eleger como alvo as instituições que têm sido um instrumento importante da política econômica e social dos governos do PT.

De fato, a julgar pelos casos rumorosos de corrupção investigados com sanha que atropela o próprio direito – como ficou patente no julgamento da Ação Penal 470 pelo STF – e divulgados com persistência e detalhes inauditos pela grande imprensa, instituições como o Banco Central, onde imperam os interesses do grande capital financeiro, seriam verdadeiras vestais do Estado brasileiro, a despeito das relações incestuosas das sucessivas diretorias do BC com as diretorias de instituições financeiras privadas, enquanto a Petrobrás, instrumento central da política neodesenvolvimentista, seria um antro de larápios.

A oposição tucana, como todos sabem, manifesta-se, há tempo, na voz de seus mais autorizados dirigentes, contra o regime de partilha na exploração do petróleo e contra a legislação que obriga a presença da estatal em todos os poços em exploração. Os tucanos querem abrir mais a exploração ao capital estrangeiro.

Outro resultado muito apreciado pelo PSDB de um eventual recuo na posição da Petrobrás na exploração do petróleo seria o fato de que a redução dos investimentos produtivos da petroleira brasileira liberaria mais capital para a distribuição de dividendos aos acionistas privados da Petrobrás.

Em reportagens do jornal Valor Econômico, as vozes das finanças têm deixado clara sua insatisfação com o programa “muito ambicioso” de investimentos (produtivos) da Petrobrás que desviam a receita da empresa da nobre tarefa de encher o bolso dos acionistas privados. As finanças preferem o modelo tucano de gestão da Sabesp: farto na distribuição de dividendos aos acionistas privados e minimalista no investimento para captação, conservação, tratamento e uso racional da água.

Ademais, os tucanos têm se manifestado, e de modo insistente, contra a política de conteúdo local nas compras da petroleira brasileira. A Petrobrás tem a obrigação de adquirir e contratar 65% dos produtos e serviços junto a empresas locais. Essa política praticamente ressuscitou a indústria naval brasileira. Fernando Henrique Cardoso jogara a indústria naval na lona.

Após uma sucessão de medidas de abertura comercial, restrição de financiamento e outras, Cardoso entregou o governo com o setor naval empregando diretamente apenas 4.000 trabalhadores. Hoje, os antigos estaleiros brasileiros foram recuperados, criaram-se estaleiros novos, e o setor oferece 80.000 postos de trabalho.

A política de conteúdo local incomoda muito o PSDB, esse procurador dos interesses do capital estrangeiro e das empresas brasileiras integradas esse capital. Seus economistas mais credenciados contam-nos a seguinte fábula. O objetivo declarado da política de conteúdo local é estimular a produção brasileira de navios, plataformas, sondas, equipamentos, serviços de engenharia etc. Contudo, dizem-nos, o efeito obtido será, num futuro próximo, o contrário do desejado.

Com a proteção da produção brasileira no sistema de compras da Petrobrás, as empresas ficam a salvo da concorrência internacional, perdem o estímulo para inovar e, no médio prazo, tornam-se obsoletas, sendo levadas ao declínio econômico. Que felicidade descobrir que a corrupção contaminara justamente o sistema de compras da Petrobrás, isto é, a política de conteúdo local!

Os tucanos e a grande imprensa estão, agora, na fase mais importante da operação política que se assenhorou da Operação Lava a Jato. Reportagens e editoriais dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo já estão propondo como solução para a “crise de Petrobrás” o fim do regime de partilha, o fim da política de conteúdo local e até a completa privatização da estatal. Com a Petrobrás exangue em decorrência da “campanha contra a corrupção”, as petroleiras estrangeiras poderão voltar a reinar e a indústria naval da Ásia, Europa e Estados Unidos voltará a ter livre acesso ao mercado brasileiro.

No segmento da construção pesada, o capital europeu almeja um objetivo semelhante. Em reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, a Comissária de Comércio da União Europeia, Cecilia Malmstrom, após rápidas considerações de ordem moral criticando a corrupção no mercado brasileiro de obras públicas, afirmou que a União Europeia exige, para fechar um acordo de comércio com o Mercosul, maior abertura às empresas europeias no processo de contratação de obras públicas.

A Comissária Cecilia Malomstrom nada disse sobre as empresas europeias Siemens e Alstom que são rés confessas em processo que apura a prática de corrupção no sistema de trens e no metrô de São Paulo sob governos tucanos. O que importa mesmo é que em 2013 o mercado de obras públicas no Brasil movimentou mais do que movimentaram os mercados da Índia e da Argentina somados. Se o judiciário declarar inidôneas as grandes empreiteiras brasileiras, impedindo sua participação na contratação de obras públicas, seja qual for o sentimento ou a ideia que anime procuradores e juízes que vierem a concorrer para essa decisão, a Comissária Cecilia Malomstrom lhes será grata.

A Petrobrás é um instrumento chave do neodesenvolvimentismo. Ela é uma empresa estatal gigante que dá ao Estado capacidade para fazer política industrial e de crescimento. Em torno dela, giram a indústria da construção naval, a construção pesada e outros segmentos importantes da burguesia interna brasileira. O PSDB, como representante do capital internacional e da burguesia a ele integrada, não escolheu a Petrobrás como alvo por acaso.
Seguindo essa linha de raciocínio, uma hipótese plausível é que, depois da Petrobrás, chegará a vez do BNDES.




Política e ideologia

Se o que desejam o capital internacional, as empresas brasileiras a ele integradas, o PSDB e a grande imprensa é a destruição de um instrumento chave da política neodesenvolvimentista, porque, então, não vão direto ao assunto? Por que o longo desvio da “luta contra a corrupção”?

Porque os tucanos estão às voltas com a dificuldade – típica das forças políticas que representam interesses minoritários – que consiste em ter de obter apoio popular para bandeiras impopulares. Eles são obrigados a esconder seus verdadeiros objetivos e a agitar o programa retórico da ética na política para poder obter um mínimo de aceitação. Não é uma tarefa fácil convencer a massa da população de que o melhor a se fazer seria abrir mão do controle nacional sobre a riqueza do pré-sal, reduzir a receita da Petrobrás, desidratar o Fundo Social da Educação e da Saúde proveniente da exploração do pré-sal e cortar emprego na construção naval.

Para chegar a esses objetivos impopulares são obrigados a escondê-los, a dar voltas, animando a cruzada contra a corrupção. A favor dos tucanos só podemos dizer uma coisa. No geral, eles não fazem isso apenas com o cinismo. É certo que mentem conscientemente em público e urdem intrigas nos bastidores. Porém, fazem isso no varejo.

No atacado, eles “acreditam crer” nos grandes princípios que alardeiam e se deixam iludir pelos personagens aos quais dão vida na cena pública – o político ético, o gestor competente, o condottiere da mudança e outros. O fato é que os tucanos lograram confiscar a justa indignação popular com os criminosos de colarinho branco para atingir um objetivo que não interessa aos setores populares, mas, sim, ao grande capital financeiro internacional e a seus aliados internos.

Para uma análise segura desse caso da Petrobrás seria preciso estar de posse de muitas informações que não temos. Dentro de alguns anos, talvez venhamos saber com segurança como é que foi tomada a decisão de se iniciar a operação que a Política Federal e a grande imprensa denominam “Lava Jato” (sic). Na falta de informações, podemos fazer algumas conjecturas.

Algo que não deve ser descartado é a ideia de que tenha ocorrido uma conspiração orientada por um centro – a crítica à teoria da conspiração não deve nos levar a negar a ideia de que há conspirações na história. Por exemplo, um lobby das petroleiras ou da indústria naval estrangeira obteve apoio de embaixadas estrangeiras no Brasil para, em festas regadas a champanhe na capital federal, soprar nos ouvidos de procuradores do Ministério Público, de juízes ou de delegados da Política Federal a ideia de criar a operação “Lava Jato” (sic). Podem ter oferecido também algum estímulo material para convencer esses ilibados senhores da importância da empreitada. A cruzada contra a corrupção pode conter na sua origem a própria corrupção

Outra possibilidade é que a operação tenha uma história mais complexa e tortuosa. Altos funcionários do Estado, movidos pelo ódio de classe que os indivíduos pertencentes à classe média abastada nutrem pelos governos do PT, decidem desencadear a operação.

O trabalho entusiasma juízes, procuradores do Ministério Público e delegados da Política Federal, todos emulando Joaquim Barbosa. A animação é tanto maior quando percebem o apoio amplo e firme que a operação recebe da grande imprensa – que age como representante do grande capital internacional e das empresas brasileiras e ele ligadas. Ato contínuo, os tucanos vêm na operação a oportunidade de ganhar votos e ferir de morte um dos principais instrumentos da política neodesenvolvimentista do PT.

Terceira possibilidade, os dois caminhos anteriormente descritos misturam-se de forma complexa.

Conjecturas à parte, algumas coisas são certas. Primeiro, o PSDB não está preocupado, ao contrário do que afirmam seus dirigentes, com uma suposta “ética republicana”. Tanto é assim, que condenam apenas seletivamente a corrupção. Segundo, o objetivo oculto desse discurso opaco é, ao menos para as forças mais poderosas envolvidas na cruzada contra a corrupção, desregulamentar, abrir e privatizar ainda mais a economia brasileira.

Luta popular e corrupção

Dirigentes, parlamentares, ocupantes de cargos executivos do Partido dos Trabalhadores estão ou estiveram envolvidos com corrupção – aliás, isso não representa novidade na história dos partidos de tipo socialdemocrata. O movimento democrático e popular não deve se calar diante desse fato; deve assumir, sem hesitação, a luta contra a corrupção. Mas, deve fazê-lo a seu modo.

Em primeiro lugar, ao contrário do que dizem os moralistas, a corrupção não é o único elemento a ser considerado na avaliação de um governo ou de um partido político. O movimento popular não pode descartar a possibilidade de ter de garantir apoio a um partido que abriga corruptos – os moralistas da cruzada contra a corrupção também fazem esse tipo de cálculo, embora não o digam abertamente.

Em segundo lugar, o movimento popular deve saber que a corrupção é uma prática endêmica na sociedade capitalista em decorrência de elementos definidores do próprio capitalismo: a disputa econômica entre as empresas, a concentração da propriedade e da renda – concentração que pode ser convertida em influência política –, da concentração do poder político – que, por sua vez, pode ser convertida em vantagens econômicas – e em decorrência, também, do segredo que protege a burocracia de Estado. Deve saber, portanto, que ao combater a corrupção combate por leis e instituições que a inibam, mas que não vão erradicá-la. A corrupção não decorre da mera desonestidade dos ocupantes de cargos públicos e dos diretores de empresas privadas.

Por último, deve ter claro que o discurso contra a corrupção e a política que ele estimula estão ligados a interesses de classe que, no caso dos interesses do capital internacional e do PSDB, permanecem ocultos. O movimento popular tem interesse em que sejam investigados e punidos os crimes de colarinho branco praticados por funcionários da Petrobrás e por diretores de empresas.

Mas, não pode ignorar que o PSDB e a grande imprensa estão usando a cruzada contra a corrupção para suprimir leis e instituições que protegem a economia nacional e para inviabilizar o apoio crítico que o movimento popular tem dispensado ao Governo Dilma. O declínio do voto popular em Dilma Rousseff na eleição de 2014 em São Paulo indica que o PSDB alcançou em parte esse objetivo.

É preciso tirar outras lições desse caso. Ele evoca a luta por uma Constituinte exclusiva e soberana para reformar o sistema político. A reforma política, oriunda dessa Constituinte, poderia, além de proibir a contribuição financeira de empresas a candidaturas, prever a organização de Conselhos Populares para supervisionar os processos de licitações e de compras públicas.
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Corruptos, corruptores e entreguista contra a Petrobras

...Todos contra a dupla dinâmica

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Bom dia!

Que Deus te capacite para as batalhas da vida. Guie teus passoe e ilumine teus caminhos!

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Paulo Moreira Leite: Graça Foster deve sair da Petrobras, por que?

Para muitos observadores, a saída de Graça Foster da presidência da Petrobrás é caso resolvido. Pessoas bem informadas e analistas competentes têm certeza disso. Tenho dúvidas.
O argumento mais conhecido para defender a decisão é uma dessas profecias que se auto-realizam. Graça não teria “credibilidade” para permanecer no cargo. Não teria “condições” de permanecer a frente da maior empresa brasileira.
É subjetivo demais.
O tempo me permitiu assistir a muitos escândalos políticos para reconhecer palavras vazias, que todos repetem como se fossem sinônimos de verdades profundas e indiscutíveis. Sua origem está em dicionarios de marketing.  “Credibilidade” e “condições” são apenas as mais conhecidas de uma longa lista.
Servem para justificar mudanças políticas de aparência bem intencionada mas que frequentemente se mostram contraproducentes e temerárias.
Na maioria das sociedades, quem confere — ou retira — a credibilidade de uma pessoa são os meios de comunicação. São eles que dizem que a palavra de uma autoridade merece — ou não — a confiança do cidadão. Podem levar a sério ou desprezar seus argumentos. Podem lhe dar espaço ou podem promover um massacre. Tudo depende de sua visão sobre a personagem. Num país onde os meios de comunicação retratam um lado só, raciocinam por um pensamento único, nós sabemos o que acontece.
Não vamos nos iludir. Para além das disputas de natureza jurídica-policial, a disputa mais importante no escândalo da Petrobras não está à vista da maioria dos cidadãos e envolve o futuro da empresa.
A pergunta é saber se haverá uma reversão  nas mudanças de envergadura ocorridas após a posse de Lula, ou se, após a guerra de nossos dias, será possível manter conquistas que permitirão  ao país dispor de uma das maiores empresas do mundo, com capital, quadros e conhecimentos para ser um instrumento para um desenvolvimento relativamente autônomo da nação. Estamos falando do pré-sal, da reserva para a industria local, de compromissos que vão além das lucros na contabilidade e dos pregões da Bolsa. O ponto central em debate sobre a permanência de Graça reside aí.
Num país onde se fala um idioma de significados trocados, uma novilíngua no melhor estilo da obra de George Orwell,  credibilidade tornou-se sinônimo de ” aprovação  do mercado”,  ” condições” podem ser traduzida por ” apoio da mídia.”  São essas forças que querem mudar a presidência da Petrobras. Para fazer o que?
Em nome de quais compromissos?
Alguém tem duvida sobre o figurino e o perfil de executivos “críveis” na atual situação? O que deverão dizer? O que irão prometer? Em quais armários irão revirar, em busca de quais esqueletos? Sob quais ” condições”?
Este é o ponto central da discussão.
Mais do que uma mudança de dirigentes, o que a população espera, da Petrobras, são explicações, amplas, completas. Não vejo reparos de natureza ética a fazer contra  Graça Foster. Minha restrição é política. O silêncio estratégico, defensivo, tem sido um grande erro.
Até o momento, as historias e os personagens a Operação Lava Jato tem sido narradas, explicadas e interpretadas pelos adversários do governo e inimigos históricos da Petrobras, o que inclui os principais meios de comunicação do país, não  custa lembrar. As respostas e investigações alternativas, que ajudarim a formular uma visão mais completa do que ocorre, são raras.
Se você passar numa banca de jornais e comprar a revista Caros Amigos — sim, a velha e boa Caros Amigos — poderá ler uma boa reportagem de Raimundo Pereira sobre o caso. Não resolve todas as dúvidas. Não desmente tudo o que se disse. Mas tem fatos e argumentos, ao longo de seis páginas,  para lembrar que é preciso ter muito cuidado quando as fortalezas da ordem se unem para criar um inimigo comum.
Motivo de justo orgulho da maioria dos brasileiros, a Petrobras transformou-se, na Operação Lava Jato, no alvo do maior ataque já disparado contra uma empresa  brasileira em qualquer época e um dos maiores na história do capitalismo mundial.
Nem traficantes de escravos apanharam tanto, no seculo XIX. Nem grandes financiadores da tortura levaram tanta porrada, no século XX. Mas a Petrobras, que transformou o país num dos líderes na produção de petróleo no mundo, desmoralizando supostos sábios que teimavam em dizer que nossa geologia jamais permitiria tal coisa, pode ser colocada numa situação de risco.
O projeto é não deixar pedra sobre pedra — e por isso o espetáculo do escândalo não pode parar.
No início das investigações sobre a Petrobrás, o alvo nobre era Sergio Gabrielli, o ex-presidente. Era uma tentativa para chegar até Lula. O alvo nobre hoje é Graça. A meta  é Dilma.
Estou errado?
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Zé Dirceu: os desafios do segundo mandato do PT e de Dilma

No Brasil para o lançamento de seu best-seller “O Capital no Século XXI” – sobre riqueza, desigualdade e distribuição de renda – o economista e escritor francês Thomas Piketty, ao afirmar que crescimento e combate à desigualdade não são excludentes, poderia estar se referindo ou não ao Brasil. Mas a indicação da nova equipe econômica e as reações à esquerda e à direita aos indicados trouxeram os dois temas para o centro do debate político nacional. Na verdade as duas questões colocadas pelo especialista expressam uma demanda e uma necessidade no Brasil de hoje.

O combate à desigualdade é uma demanda da sociedade que se expressou e confirmou sua exigência de distribuição de renda e combate à pobreza no Brasil por quatro vezes nas urnas – nas eleições nacionais de 2002, 2006, 2010 e neste ano.
Já o crescimento é uma necessidade dentro de nosso projeto de desenvolvimento nacional. Ao mesmo tempo o binômio colocado por Piketty está intrinsecamente ligado: não há como sustentar o crescimento de uma economia como a brasileira (uma das maiores do mundo, madura e desenvolvida, apesar de desigual) sem um mercado interno forte e sem distribuir renda.
Os limites do nosso modelo
O mercado interno é um elemento básico na nossa estratégia de desenvolvimento, bem como a distribuição de renda em todos sentidos (ainda que difícil, mas não impossível), começando pela renda propriamente dita e avançando pela distribuição da riqueza e da propriedade. E social e politicamente falando, todo modelo de crescimento sem distribuição de renda é inviável e está fadado ao insucesso numa democracia.
Na discussão dos limites do nosso modelo de desenvolvimento apoiado na distribuição de renda, mercado interno e no Estado, sempre virão à tona as questões do excesso de demanda e custo trabalhista; da política de aumento dos salários e benefícios previdenciários; da expansão do crédito e estímulos ao consumo; e dos gastos públicos, com a redução dos superávit e endividamento do Estado para sustentar o crescimento e enfrentar crises cíclicas e mundiais.
O verdadeiro custo de nossa economia – o financeiro, o da dívida interna (5% do PIB) – nunca é colocado na agenda sempre dominada pelos custos trabalhistas, tributários e da logística.
Acrescida, agora, dos custos da energia, uma evidente distorção ideológica favorável ao capital financeiro e rentista que se sustenta a partir de uma política de juros que mantém um spread bancário entre 28% a 32%. Um escândalo em qualquer país do mundo hoje, onde os juros em geral são negativos.
Solução conservadora a la europeia é inviável para o Brasil
No Brasil é inviável a solução conservadora a la europeia: corte de gastos, aumento de juros e superávit, recessão, desemprego e desvalorização dos salários. Rejeitada nas urnas, fracassada na Europa sempre e apresentada pelos opositores ao nosso modelo como uma saída inevitável, de curta duração e virtuosa ao garantir a retomada do crescimento a curto prazo, a teoria é desmentida na prática pela própria experiência europeia rejeitada mundialmente hoje.
Resta, portanto, à nova equipe econômica, sem abandonar nosso projeto de desenvolvimento, viabilizar as contas públicas de forma gradual, sem abandonar a política de emprego e renda e buscando um crescimento que ao mesmo tempo preserve o social (a distribuição de renda, virtuosa para o crescimento) e retome superávits paulatinamente, começando com 1,2%, como o anunciado pelo novo ministro da Fazenda para 2015. Mas é preciso reduzir os juros e por um fim aos elevados custos da nossa dívida interna, do consumo e do investimento, únicos no mundo.
E fazê-lo evitando uma recessão, mantendo os investimentos públicos e a atuação dos bancos oficiais no patamar atual, ainda que sem novos aportes do Tesouro para capitalizar, por exemplo, o BNDES. Também não haverá salvação para nossa indústria com juros altos e dólar barato. Nenhum esforço de aumento da produtividade e redução de custos, por mais rápido que aconteça, pode enfrentar a concorrência chinesa e americana-europeia com a atual taxa de câmbio.
Não é impossível vencer o desafio
O país tem tudo para retomar o crescimento com base em seu mercado interno, nas concessões no setor de infraestrutura e nos investimentos na área de energia e gás, particularmente no pré-sal. Dispõe de todas as condições para sustentar um longo período de crescimento com investimentos na infraestrutura social, mobilidade urbana e geral, saneamento, habitação, resíduos sólidos, meio ambiente, lazer, cultura e esportes.
O Brasil pode e deve expandir as exportações com base na integração regional, começando pela criação de um verdadeiro banco de exportação e importação que financie nossas exportações principalmente de capital, tecnologia e serviços.
Manter a dívida pública bruta no atual patamar e trazer a inflação para o centro da meta não é uma tarefa incompatível com a distribuição de renda e o combate a pobreza.
Pelo contrário, pode ser uma condição, desde que avancemos nas reformas política e do Estado. E na reforma tributária, que taxe os ricos, as grandes fortunas e heranças, os lucros extraordinários, que realmente cobre impostos progressivos sobre a renda e o patrimônio (uma demanda e agenda que vêm do século XIX), e não impostos indiretos sobre o consumo que fazem com que quem ganha menos pague mais impostos.
Vencer esse desafio não e impossível como já demonstrou o agora ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, com sua proposta de ajuste lento, seguro e gradual, que preserva nosso modelo e estratégia de desenvolvimento nacional. Quem viver verá.
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Dilma Invocada - a Venina não fez essas denuncias ao presidente da Petrobras, por que?

Essa pergunta não será feita na reporcagem do fantástico!

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Fantástico: a pergunta que não será feita a Venina Venosa

A Globo em campanha escancarada para derrubar a honrada e combativa Graça Foster - presidente da Petrobras - apresentará hoje uma entrevista denuncia com a coleguinha querida do corrupto confesso, Paulo Roberto Costa, acusando a hoje presidente da empresa.

A pergunta que a jornalista (?) não fará é:

Por que a senhora (Venina) não fez estas denuncias ao presidente da empresa?

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A frase de hoje é de Suplicy

[...] A alegria que senti pela vitória da presidente Dilma, sobretudo pela votação nos Estados do Norte, Minas e outros me recompensou pela tristeza de não ter sido eleito"
  Eduardo Matarazzo Suplicy

Dilma mobiliza equipe para fechar novo ministério

por Luciana Lima - IG - Brasília

Definições aguardam últimas conversas entre Dilma e Temer; governador da Bahia, Jaques Wagner deverá despachar no Planalto e ganhar pasta turbinada por publicidade do governo

Com as últimas conversas realizadas entre interlocutores do PT e do PMDB nos últimos dias, a nova composição ministerial da presidente Dilma Rousseff começa a se desenhar para o segundo mandato.
Algumas conversas ainda precisam ser feitas pela própria presidente. O novo desenho inclui trocas de titulares de pastas importantes do governo, como Previdência, Educação, Meio Ambiente, Comunicações, entre outras pastas.
A conversa final de Dilma e Temer só deverá ocorrer na próxima quinta-feira (18), após o retorno da presidente de viagem à Argentina, onde participa da 47ª reunião do Mercosul. Dilma antecipou o compromisso para pernoitar em Porto Alegre, onde vive sua filha Paula, e seu neto, Gabriel.
A aposta é que o anúncio dos novos titulares ocorra no final desta semana ou no início da próxima.
Pendências
Até lá, o PMDB terá ainda que resolver uma equação interna. O partido quer trocar o controle do Ministério da Previdência, hoje comandado interinamente por Carlos Eduardo Gabas, pelo Ministério da Integração Nacional, controlado pelo PROS.

Entre os pretendentes ao cargo estão o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que perdeu as eleições para o governo do Rio Grande do Norte, e o senador Eunicio Oliveira, derrotado na disputa pelo governo do Ceará.
A tendência é que Alves seja nomeado em vez de Eunicio, já que com o convite feito por Dilma à senadora Kátia Abreu, para a Agricultura, ela contemplou a bancada do partido no Senado com uma pasta antes dominada pela bancada do partido na Câmara.
Além de resolver a disputa interna, o PMDB ainda depende da aceitação, por parte do governador do Ceará, Cid Gomes, liderança mais importante do PROS, do convite feito informalmente pela presidente, para que ele ocupe a pasta da Educação.
Cid se colocou à disposição de Dilma na última terça-feira (16) para que ela o chamasse e oficializasse o convite. Interlocutores do governador cearense dizem que ele aceitará o convite caso seja oficialmente feito pela presidente. No Planalto, a ideia é que Cid na Educação abra espaço para quem o PMDB indicar para a Integração Nacional.
Caso o PMDB consiga trocar a pasta da Previdência pela Integração, o controle deverá voltar para o PT e Gabas, filiado ao PT de São Paulo, tem chances de continuar como titular por contar com a inteira confiança da presidente.
Lista do PMDB
Tirando a disputa em torno da Integração Nacional, o restante da lista do PMDB a ser entregue a Dilma já está fechada.

Além de Kátia Abreu para a Agricultura, a lista do partido inclui, para Minas e Energia, a indicação do senador Eduardo Braga, líder do governo no Senado e que também perdeu as eleições o governo do seu Estado, o Amazonas.
O partido também quer manter o ministro Moreira Franco, no comando da Secretaria de Aviação Civil. A pasta do Turismo, de acordo com os peemedebistas, continuará sob a indicação do presidente do Senado, Renan Calheiros, que poderá manter no cargo o atual ministro Vinícius Lages.
O PMDB pretende ainda recuperar o controle da Secretaria dos Portos, hoje nas mãos de Cesar Borges, brigado com seu próprio partido, o PR. Para a pasta, o nome apresentado pela bancada da Câmara ao Planalto é o do deputado federal Eliseu Padilha (RS).
Lista petista
Além disso, a possível ida de Cid para a Educação é a única hipótese considerada pelo PT para que o partido abra mão da pasta, hoje nas mãos de Henrique Paim. Se isso não ocorrer, o PT trabalha com duas possibilidades: manter Paim ou indicar o mineiro Reginaldo Lopes, deputado reeleito mais votado em Minas, para o ministério.

O PT também já definiu a posição que Jaques Wagner deverá ocupar no segundo mandato de Dilma. O governador baiano deverá comandar o Ministério das Comunicações no lugar de Paulo Bernardo, que está de saída do governo. A pasta será turbinada com o orçamento de publicidade da Presidência da República, hoje sobre o controle da Secretaria de Comunicação do Planalto.
O atual titular da Secom, Thomas Traumann, segundo interlocutores, é um dos nomes cotados pela presidente para a Autoridade Pública Olímpica (APO), que tem a função de representar o governo no consórcio formado com o objetivo de coordenar a realização das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Além disso, o partido da presidente deverá continuar com o Aloizio Mercadante, na Casa Civil; Ricardo Berzoini, na Secretaria de Relações Institucionais (SRI); José Eduardo Cardoso, no Ministério da Justiça; Artur Chioro, na Saúde, e Luiza Bairros, na Secretaria de Igualdade Racial.
Algumas mudanças já foram pedidas por correntes do partido. Uma delas é no Ministério do Meio Ambiente, hoje sob o comando de Izabela Teixeira, que já comunicou sua intenção de sair. A pasta foi pleiteada pela corrente interna Mensagem ao Partido, que indicou o nome do deputado federal Alessandro Molon (RJ) para ocupar a pastas. Molon é da mesma corrente de Cardozo, no entanto, a manutenção do atual ministro da Justiça é considerada pela tendência como da cota pessoal deDilma.
A indicação de Molon ainda agrada o PT do Rio que tem reclamado de não ter nenhuma pasta. O partido no Rio avalia que após a vitória de Dilma no estado, mereceria uma representação no segundo mandato.
Uma transferência já dada como certa pelo partido é a de Miguel Rossetto, do Ministério do Desenvolvimento Agrário para a Secretaria Geral da Presidência da República. Para o lugar de Rossetto, o nome mais cotado é o do atual diretor do Incra, Carlos Guedes de Guedes.
O PT também conta que manterá o Ministério da Cultura sob seu domínio. No entanto ainda há indefinição sobre o nome. Dois nomes do partido são cotados: o da atual ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, ou o do ex-ministro Juca Ferreira. No entanto, o partido conta com a possibilidade de Dilma indicar nomes reconhecidos no meio cultural. Entre os mais cogitados estão o do escritor Fernando Morais, que mobilizou a classe artística durante a campanha, e do cantor Chico Cesar.
Equação
Outra equação a ser fechada é para a área de Direitos Humanos. Para o lugar de Ideli, o partido ainda aguarda uma definição de Dilma. Uma das hipóteses mais comentadas é a de transferir para a pasta a atual ministra da Secretaria de Mulheres, Eleonora Menicucci, amiga da presidente desde a época da resistência ao regime autoritário.

Há no PT ainda um grupo defendendo a volta da deputada federal Maria do Rosário (RS) para a pasta, principalmente após as ofensas sofridas por ela por parte do deputado Jair Bolsonaro.
Aliados
Já o Ministério dos Transportes deverá continuar sob o comando do PR. De acordo com interlocutores do Planalto, o presidente do PSD e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deverá também ser confirmado como ministro das Cidades. O PSD ainda manterá no novo governo de Dilma o ministro Guilherme Afif Domingos, na Secretaria de Micro e Pequena Empresa.

Política econômica do governo Dilma é exitosa

Dilma conduziu a política econômica com grande habilidade até agora. É de conhecimento geral que os resultados sociais melhoram significativamente em termos de emprego, salários, inclusão social e oferta de serviços públicos, como educação e saúde. Se fizermos uma comparação internacional, concluiremos que os resultados econômicos e sociais do Brasil justificam uma medalha de ouro, especialmente se considerarmos os obstáculos políticos e econômicos que foram enfrentados. A capitã de nossa nau fez uma travessia exitosa em meio a tormentas.
Essas não são informações novas. O debate eleitoral deixou isso claro. O que consideramos novo é a nossa tese de que a baixa taxa de crescimento média durante o mandato não mancha o fato de que a estratégia geral da política econômica foi sábia e estava no caminho correto.
O Tripé
Para chegarmos a essa conclusão herege, precisamos compreender que o condicionante principal da política econômica, o Tripé, é uma camisa de força que só pode levar a 3 resultados: crescimento muito baixo, apreciação cambial, que causa desindustrialização, ou o estouro das  próprias metas. Nenhum outro resultado é possível.
Podemos dividir o Tripé em quatro fases, FHC, Lula 1, Lula 2 e Dilma. Na fase FHC, tivemos crescimento baixo, estouro da meta de inflação e estouro da meta de superávit primário. No período Lula 1, tivemos forte apreciação cambial, que levou à desindustrialização no mandato seguinte. O câmbio começou seu 1º mandato em um patamar muito competitivo, mas terminou valorizado. No período Lula 2, houve apreciação cambial com desindustrialização acelerada, que continuou no início do período Dilma em razão do efeito retardado do câmbio sobre a indústria. No mandato de Dilma, tivemos crescimento baixo e estouro da meta de superávit primário.

Torta na cara do ministro Eduardo Cardozo, por Paulo Moreira Leite

Entre as deprimentes descobertas produzidas pela Operação Lava Jato, os emails da gerente Venina Velosa da Fonseca não são o fato mais grave do ponto de vista policial — mas constituem uma das mais preocupantes do ponto de vista político.

Explico. Conforme o 247 apurou, os emails da gerente — uma funcionária que fez carreira na Petrobras como protegida do corrupto confesso Paulo Roberto da Costa — já eram conhecidos, em Brasília, há pelo menos três meses.

Mas as mensagens eletrônicas só vieram a público num momento em que seriam de grande utilidade para enfraquecer o governo Dilma e dar uma nova contribuição no esforço para transformar uma investigação necessária, que interessa ao país, numa operação selvagem para atingir o coração da maior empresa brasileira.

A sequência é didática. Numa intervenção absurda, pois entre suas atribuições institucionais não consta a tarefa de aconselhar mudanças na direção de empresas estatais, muito menos em pronunciamentos públicos, na quarta-feira passada o procurador geral Rodrigo Janot fez um discurso duro sobre a situação da Petrobras, onde afirmou: “esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar previamente a culpa, a eventual substituição de sua diretoria.”

No mesmo dia, atendendo a uma determinação presidencial, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu a direção da Petrobas: “não há razão objetiva para que os diretores sejam afastados,” disse. Suas palavras perderam validade 48 horas depois, quando o Valor Econômico divulgou os emails da protegida de Paulo Roberto Costa.

A leitura das mensagens eletrônicas nada prova contra a presidente Graça Foster nem contra os demais diretores. Mas sua divulgação, no dia e hora em que ocorreu, criaram um fato novo, equivalente a uma torta de creme no rosto do ministro da Justiça. Cena de filme.

Não é a primeira vez que isso acontece com autoridades brasileiras muito menos na Operação Lava Jato, mas o momento é especial. Os vazamentos ocorridos nos meses anteriores à eleição presidencial, divulgados a conta-gotas, sob mendida para auxiliar os adversários de Dilma, constituíram episódios inaceitáveis e vergonhosos. Não podiam ser justificados, mas podiam ser compreendidos pela conjuntura política. Mesmo reconhecendo que todas iniciativas sem base legal devem ser investigadas e punidas, o que não aconteceu, era de se imaginar, com o país dividido, que surgissem braços dispostos a ajudar a campanha da oposição. Em 2006, foi um delegado da PF que entrou as emissoras de TV um CD com as imagens do dinheiro apreendido no escândalo dos Aloprados, iniciativa que ajudou a levar aquela eleição para o segundo turno.

O caso é preocupante agora. Com os votos que deu a Dilma, o eleitorado entregou ao governo a responsabilidade de dirigir as instituições de Estado e impedir que elas sejam empregadas para ações de natureza política, conforme a preferência partidária de quem está de plantão.

Ainda não faz um mês que a repórter Julia Dualibi revelou, através do Estado de S. Paulo, que o núcleo de delegados responsáveais pela Operação Lava Jato fazia investigações policiais durante o dia e trabalhava para Aécio Neves nas horas de folga, numa atividade que poderia, facilmente, ser enquadrada e punida pelo artigo 364 do regimento da Polícia Federal, onde se proibe “movimentos de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades.”

Embora houvesse pressão pela punição dos delegados-militantes, eles foram mantidos em seus postos. Sequer foram afastados da investigação, o que era o mínimo a ser feito.

Dias depois, o diretor José Mário Cosenza, da Petrobrás, teve a imagem profissional manchada quando seu nome foi incluído — sem o menor fundamento real — numa lista de beneficiários pela corrupção. Alguém foi investigado? Punido? Afastado?

Esta é a questão. Não se pode admitir que setores do Estado sejam empregados para movimentos de natureza política, a margem das normas que definem o interesse público. O preço que se paga, neste caso, foi muito bem explicado num poema simples e belo, que já foi atribuído a Vladimir Maiakovski e a Bertold Brecht, mas seu autor é Eduardo Alves da Costa, brasileiro de Niterói.

O nome é “Despertar é Preciso”:

Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim e não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.

Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.”
no Brasil 247
Briguilinks>>>


Que instrumento o Psdb criou para combater a corrupção?

O PT criou:

  • CGU - Controladoria Geral da República 
  • Portal da Transparência
  • Delação Premiada
  • Lei de responsabilização Civil e Administrativa da Pessoa Jurídica - que pune empresas corruptoras -
  • Nomeação do Procurador Geral da República sempre foi do escolhido pela maioria dos promotores
  • Fortalecimento da Polícia Federal
  • Etecetera...
Tucanos e antipetistas criaram o que?...

Que eu saiba, Fhc fez foi baixar o decreto 1376/95, que extinguiu uma comissão especial, criada por Itamar Franco, para investigar as denúncias de corrupção no governo federal