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Quem disse que o gaúcho não dança funk?

Pois é, gaúcho da fronteira, de bota e bombacha, também dança funk. Aliás, a dança do quadrado, com a  letra do Canto Alegretense, ficou surrealista. Mas bá, especial de primeira, tchê.

Artesanato - Cartilhas do corpo e da voz

 Reunindo mestres das culturas populares de vários estados brasileiros, o V Encontro Mestres do Mundo, em Limoeiro do Norte, foi espaço de troca e mostra de técnicas e saberes, além de evidenciar os muitos meios que os artistas do povo se valem para garantir a continuidade de suas tradições

Gravada pela lei, a expressão "tesouro vivo" evidencia a riqueza dos saberes e fazeres da tradição popular. Ilustram a ideia de fortuna, algo maravilhosa e encantada, que é preciso descobrir. Substituiu outra definição que não caiu em desuso: a de mestre (da cultura). É nesta que se reconhecem os quase 60 titulados pela Secretaria da Cultura do Estado (Secult) - o que é rico, para os mestres, é sua cultura, a tradição da qual são guardiães e promotores; e, para eles, não estão nada ocultos. A riqueza é para ser partilhada. Continua >>>

Vale cultura

Marco Antônio Leite da Costa

O governo federal lançou o Vale-Cultura e vai tentar colocá-lo em prática dentro de um ano. A idéia, como todos devem ter lido, visto ou ouvido, é subsidiar através de renúncia fiscal o acesso dos trabalhadores a cinemas, teatros, shows, exposições, enfim. O valor (R$ 50,00/mês) não é muito, ainda mais considerando os custos dos produtos culturais no Brasil, mas já é alguma coisa. Se o instrumento vai dar certo ou não, se vai ter adesão em massa das empresas e da indústria cultural, só o tempo dirá.

Isso, é claro, levantou um debate na classe artística e entre alguns colegas de imprensa. O que é bom, pois é raro discutir o acesso à cultura pelos mais pobres para além da televisão.

Ouvi e li depoimentos reclamando que o "povão" iria torrar os 50 mangos em besteira, em livros de auto-ajuda, shows de brega ou forró, filmes blockbusters ou neochanchadas nacionais, enfim. Que deveria ser criada uma maneira do gasto ser feito apenas em produtos de "qualidade" ou da "cultura popular" dos estados. Ou seja, não deixar que se comprasse qualquer bobagem.

Tirando o lado elitista, preconceituoso e pseudo-paternalista desse tipo de declaração (já ouvi de muito empresário e fazendeiro, que faziam falcatruas trabalhistas, que retenção de remuneração serve para evitar que o peão se afunde na cachaça com o salário…), ela também inclui uma visão um tanto quanto distorcida da realidade.

Poderíamos discutir horas a fio sobre os mecanismos da indústria cultural que levam a um produto de massa se sobrepor e esmagar manifestações tradicionais e as conseqüências disso. Contudo, a preservação do patrimônio cultural tradicional não se resolve forçando o povão a consumir um baião tradicional a um tecnobrega, um grupo de cateretê a uma dupla sertaneja, um samba de raiz a um funk proibidão.

Também ouvi coisas do tipo: "esse povo precisa de um banho de Chico Buarque". Na opinião destes, de "cultura de qualidade". A clivagem entre o popular e o erudito (e a ignorância de fundir o erudito com o bom) é apenas parte dessa discussão. Esse tipo de pensamento, com a reafirmação de símbolos para separar "nós" da plebe, expressa mais preconceito de classe do que qualquer outra coisa. E, em um ímpeto quase jesuítico, a necessidade de catequisar vem à tona, para trazê-lo à nossa fé. Não que eles poderão entender tudo, mas poderão, pelo menos, deixar o estado de barbárie em que se encontram.

Nos grandes centros, o consumo da chamada cultura regional tradicional ganhou espaço entre os mais ricos e formadores de opinião. Virou cult. É em cima dessa análise que muitos querem resgatar, forçosamente, um passado "menos selvagem" em que a população de determinado lugar consumia esse tipo de arte da qual também gostamos. Sem se atentar que as coisas mudam, ou que a indústria cultural tem seus processos - que fazem ricos empresários que, ironicamente, bancam esses mesmos formadores de opinião.

Defender, propagar, incentivar as manifestações tradicionais é fundamental porque elas fazem parte de nossa identidade e ajudam a definir o brasil como Brasil. Mas sem desconsiderar as outras manifestações que ganharam visibilidade, também têm o seu valor e são queridas por muita gente. Bem, a discussão é bem mais complexa e não cabe em um post.

Ampliar o leque, dando mais possibilidades de escolha para a sociedade é uma coisa. Guiar o consumo cultural para preservar uma imagem que uma elite intelectual dos grandes centros tem de como deveria ser a cultura brasileira é outra.

Sonhos a serem conquistados


Nos últimos dias voltou a ser discutida no país a questão da educação, seja pela publicação de um relatório da UNICEF - o braço da Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura - seja pela aprovação na Câmara dos Deputados de um projeto que retira a área das restrições orçamentárias hoje existentes liberando recursos para o ensino infantil e técnico profissional.

O tema é discutido, ainda, por uma outra – e lamentável razão: a oposição dos governadores, particularmente os do PSDB (com o de São Paulo, José Serra, à frente), de pagar o piso salarial nacional de R$ 950,00 mensais para os professores.

O fim dos vestibulares e o papel do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), também tem sido assunto na mídia. O Ministério da Educação anunciou um importante programa de formação e capacitação de professores de nossas escolas de ensino fundamental e médio, e uma mudança radical no currículo e na formação dos mestres brasileiros, 1/3 dos quais não tem formação universitária.

A cada ano o Brasil vai avançando nas três questões decisivas da educação - o financiamento, a avaliação e a formação dos professores. A tão esperada extensão da banda larga (internet rápida) para as escolas do país ainda é uma promessa, mas dia-a-dia os brasileiros se conscientizam e tomam conhecimento da importância da educação e do desenvolvimento da pesquisa e da tecnologia.

A grande batalha do país nesse momento é pela melhora da qualidade da educação e pela da universalização do ensino médio - já alcançada no ensino fundamental - além da mudança radical do currículo do ensino médio para se ter uma educação profissionalizante, técnica, que com base numa formação humanista prepare o estudante para uma profissão que permita seu acesso ao mercado de trabalho, mesmo antes de uma formação universitária.

O Brasil tem um grande desafio pela frente: a educação é de responsabilidade dos governos federal, estaduais e municipais. Somos uma federação e de modo geral os municípios e Estados respondem pela educação infantil e fundamental; os Estados pela média; e a União pela universitária. E temos Estados com importantes universidades. São Paulo, por exemplo, tem três: A Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e a Universidade do Estado de São Paulo Júlio de Mesquita (UNESP).

Por outro lado, a municipalização do ensino fundamental não é realidade ainda em muitos Estados. Mas a questão da educação nos remete à juventude, que reclama um programa para além da educação e da criação de empregos.

É um segmento da nossa população que nos remete para a necessidade de instituirmos - e aperfeiçoarmos as existentes - políticas culturais, de esportes e lazer, e para políticas urbanas que tragam melhoria dos transportes, da habitação e do saneamento nas cidades. É um grande contingente que requer, ainda, uma política de inclusão digital e de consolidação de uma rede de proteção social aos jovens, que fortaleça sua participação cidadã e os proteja da violência e das drogas.

Felizmente a atual administração do país teve percepção disso e no governo Lula muitas iniciativas foram adotadas. Entre estas eu cito o aperfeiçoamento do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), a implantação do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), o ProJovem, o ProUni, e a expansão das universidades públicas e das escolas técnicas - os Centros de Formação e Educação Técnica (CEFETs).

São avanços muito importantes, mas ainda devemos à nossa juventude um verdadeiro programa para seu desenvolvimento. Apesar da importância da criação de 11 milhões de empregos nesses últimos 6,5 anos de administração Lula e dos avanços nesse período na área da educação, os jovens brasileiros ainda esperam dos governos uma resposta às suas esperanças e sonhos.

José Dirceu

Patrimônio Cultural


Olhar para o próprio umbigo pode ser uma experiência avassaladora. Por isso nesta semana o Comer & Beber traz um pouco do conteúdo do Seminário ´Comida Ceará´. Para mostrar que uma canjica é muito mais que canjica - é cultura. Continua>>>