Jeferson Miola: A derrota do fascismo de Bolsonaro será a derrota do sistema

Nesses dias derradeiros que antecedem a eleição de domingo, dissiparam-se todas as indefinições; o sistema está abraçado ao candidato de extrema-direita.

Bolsonaro é o candidato da Globo, da mídia, do TSE, STF, MP, PF, do judiciário; dos bancos, dos empresários, das forças armadas, das oligarquias.

O fascista é o candidato do establishment, é o candidato em quem o sistema aposta todas as fichas, não importa o quão tenebroso seria um eventual governo dele.

Repete-se, no Brasil do século 21, a experiência da Alemanha de 1933, quando as frações da classe dominante, cegadas pelo delírio, sucumbiram a Hitler e ao hitlerismo, abrindo as portas do inferno que tragou o sistema político-institucional alemão.

Nada parece despertar o instinto de auto-preservação do sistema. Nem mesmo as ameaças totalitárias e sanguinárias antecipadas pelos milicianos nazi-bolsonaristas, que prometem fechar o STF e perseguir para assassinar os oponentes do fascismo. Esses anúncios repugnam o mundo civilizado, mas não comovem a abastardada oligarquia brasileira.

É acintosa a conivência do tribunal eleitoral diante da fraude da eleição e da manipulação grosseira financiada por empresários corruptos com milhões de reais de caixa 2.

Nos partidos de centro-direita mais importantes, PSDB e MDB, que se supunha prestarem lealdade incondicional à democracia para além das divergências com o PT, a adesão ao nazi-bolsonarismo foi chocante.

Líderes do PSDB, como FHC e outros políticos, assim como intelectuais tucanos que [ainda] não aderiram abertamente à candidatura do Bolsonaro criam sofismas, mitigam os perigos da eleição do Bolsonaro e vendem ilusões para não declarar apoio ao Haddad, em que pese conhecerem as atrocidades e práticas milicianas da família Bolsonaro.

Também desprezam os apelos de autoridades, intelectuais e políticos do mundo inteiro para se somarem aos democratas na missão de salvar o Brasil do abismo fascista.

A essas alturas, seria ilusório crer que a oligarquia possa ter algum constrangimento em ser governada por um personagem tosco, torpe, truculento.

Bolsonaro é o elo de união da burguesia e de todas as frações da classe dominante num novo pacto de dominação para sair da crise neoliberal desde uma perspectiva totalitária, centrada no terrorismo estatal e paramilitar para o extermínio da esquerda e do PT.

A elite brasileira, em aliança com o grande capital internacional, encomendou a Bolsonaro a execução de um plano econômico ultraliberal, selvagem, e cujo conteúdo anti-povo, anti-nação e neocolonial devastaria o país.

A contenção do avanço fascista é a tarefa histórica que não pode prescindir da união de todos os democratas e progressistas do Brasil. É necessário, nos dias que restam até a eleição, continuar e intensificar o esforço para alertar as consciências e conquistar a adesão do povo à resistência ativa ao fascismo.

A derrota do fascismo significará a derrota do sistema. Os próximos dias serão de guerra titânica da democracia e da liberdade para impedir que o país seja arruinado pela loucura e pelo desatino do establishment.

REUTERS/Adriano Machado

Jeferson Miola: A derrota do fascismo de Bolsonaro será a derrota do sistema

Nesses dias derradeiros que antecedem a eleição de domingo, dissiparam-se todas as indefinições; o sistema está abraçado ao candidato de extrema-direita.

Bolsonaro é o candidato da Globo, da mídia, do TSE, STF, MP, PF, do judiciário; dos bancos, dos empresários, das forças armadas, das oligarquias.

O fascista é o candidato do establishment, é o candidato em quem o sistema aposta todas as fichas, não importa o quão tenebroso seria um eventual governo dele.

Repete-se, no Brasil do século 21, a experiência da Alemanha de 1933, quando as frações da classe dominante, cegadas pelo delírio, sucumbiram a Hitler e ao hitlerismo, abrindo as portas do inferno que tragou o sistema político-institucional alemão.

Nada parece despertar o instinto de auto-preservação do sistema. Nem mesmo as ameaças totalitárias e sanguinárias antecipadas pelos milicianos nazi-bolsonaristas, que prometem fechar o STF e perseguir para assassinar os oponentes do fascismo. Esses anúncios repugnam o mundo civilizado, mas não comovem a abastardada oligarquia brasileira.

É acintosa a conivência do tribunal eleitoral diante da fraude da eleição e da manipulação grosseira financiada por empresários corruptos com milhões de reais de caixa 2.

Nos partidos de centro-direita mais importantes, PSDB e MDB, que se supunha prestarem lealdade incondicional à democracia para além das divergências com o PT, a adesão ao nazi-bolsonarismo foi chocante.

Líderes do PSDB, como FHC e outros políticos, assim como intelectuais tucanos que [ainda] não aderiram abertamente à candidatura do Bolsonaro criam sofismas, mitigam os perigos da eleição do Bolsonaro e vendem ilusões para não declarar apoio ao Haddad, em que pese conhecerem as atrocidades e práticas milicianas da família Bolsonaro.

Também desprezam os apelos de autoridades, intelectuais e políticos do mundo inteiro para se somarem aos democratas na missão de salvar o Brasil do abismo fascista.

A essas alturas, seria ilusório crer que a oligarquia possa ter algum constrangimento em ser governada por um personagem tosco, torpe, truculento.

Bolsonaro é o elo de união da burguesia e de todas as frações da classe dominante num novo pacto de dominação para sair da crise neoliberal desde uma perspectiva totalitária, centrada no terrorismo estatal e paramilitar para o extermínio da esquerda e do PT.

A elite brasileira, em aliança com o grande capital internacional, encomendou a Bolsonaro a execução de um plano econômico ultraliberal, selvagem, e cujo conteúdo anti-povo, anti-nação e neocolonial devastaria o país.

A contenção do avanço fascista é a tarefa histórica que não pode prescindir da união de todos os democratas e progressistas do Brasil. É necessário, nos dias que restam até a eleição, continuar e intensificar o esforço para alertar as consciências e conquistar a adesão do povo à resistência ativa ao fascismo.

A derrota do fascismo significará a derrota do sistema. Os próximos dias serão de guerra titânica da democracia e da liberdade para impedir que o país seja arruinado pela loucura e pelo desatino do establishment.

REUTERS/Adriano Machado

Violência de Bolsonaro começou a assustar o eleitorado

Violência de Bolsonaro começou a assustar o eleitorado

As mentiras e o ódio de Bolsonaro pelo meu pai. por Marcelo Rubens Paiva

Como deputado, Jair Bolsonaro costuma proferir desde os anos 1990 na Câmara dos Deputados discursos mentirosos sobre meu pai, Rubens Paiva, um deputado federal como ele. (todos taquigrafados nem www.camara.leg.br)

Nunca demos bola. O ex-capitão era uma figura secundária na política brasileira e se sobressaía exatamente pelas falas polêmicas e sem sentido, ofensas a gays, negros, nordestinos e mulheres, no Congresso e em programas de rádio e TV. Falas que continua a pronunciar.

Como candidato a presidente, em encontros com empresários, faz troça da imprensa, chamando Estadão de "Esquerdão", Folha de S. Paulo de "Foice de S. Paulo", e repete sua teoria conspiratória sobre a suposta participação indireta do meu pai na Guerrilha do Vale do Ribeira.

Seus seguidores passaram a reproduzir trechos da sua teoria nas minhas redes sociais. Foi então que eu soube dela.

Meu pai teria dado armas a Lamarca, diz. Todos sabem que, em 24 de janeiro de 1969, acompanhado do sargento Darcy, do cabo José Mariani e do soldado Roberto Zanirato, o capitão Lamarca desertou do Exército levando do 4° Regimento de Quitaúna uma Kombi com 63 fuzis FAL, três metralhadoras leves e alguma munição.

Armamento que usou no Vale do Ribeira, em guerrilha financiada por milhões de dólares roubados do cofre do ex-governador Adhemar de Barros.

Bolsonaro disse no plenário da Câmara de 20 de março de 2012:

"Então, o Lamarca, aproximadamente em 3 meses, estava a montante do Rio Ribeira de Iguape, Município de Eldorado Paulista, lindeiro com a Fazenda Caraitá. Que Fazenda Caraitá é essa? Pertencia à; família Paiva. Um dos donos: Rubens Paiva. E o Rubens Paiva, então, foi quem indicou aquela região para o Lamarca, assim como no passado indicaram a região do Araguaia. Então, o Lamarca usava aquela região, indicada por Rubens Paiva, e bancado, financeiramente, por Rubens Paiva."

Quem foi fazer guerrilha no Araguaia foi o PCdoB, anos depois. Lamarca já estava morto, assim como meu pai.

A fazenda de Eldorado não era do pai, mas do meu avô, Jaime Paiva, morador de Santos, com quem meu pai tinha desavenças justamente por conta das convicções conservadoras do velho, a quem chamava de "Coroné" (meu avô chegou a ser eleito prefeito de Eldorado pela ARENA, o partido braço civil dos militares durante a ditadura).

Meu pai passou a infância dos anos 1930 e 1940 na fazenda, e depois raramente ia. Morávamos no Rio de Janeiro.

"Rubens Paiva deu o local, deu os meios para que Lamarca criasse um foco de guerrilha na região de Barra do Braço, pertencente a Eldorado Paulista."

O campo de treinamento da guerrilha na verdade ocorreu a mais de 100 quilômetros de Eldorado Paulista, nas matas na fronteira com o Paraná, e na fuga eles saíram em Barra do Turvo, a 50 quilômetros de mata da fazenda, região montanhosa sem estradas.

Continuam os delírios de Bolsonaro: "Acusam-nos de ter matado Rubens Paiva. O grupo do Lamarca suspeitou e chegou à conclusão de que ele foi denunciado pelo Rubens Paiva quando foi preso. Ninguém resiste a tortura… Então, o grupo do Lamarca suspeitou que Rubens Paiva o havia denunciado. E esperaram o momento certo. Quando o Rubens Paiva foi detido pelo Exército, posto em liberdade, com toda a certeza, foi capturado e justiçado pelo bando do Lamarca e pelo bando da Esquerda, da VPR. E aí a culpa recai sobre as Forças Armadas.

Em 2014, o general reformado Raymundo Ronaldo Campos revelou que o Exército montou uma farsa ao sustentar, na época, que Paiva teria sido resgatado por seus companheiros "terroristas" ao ser transportado por agentes do DOI no Alto da Boa Vista.

Raymundo, que era capitão, conduzia o veículo supostamente atacado e estava na companhia dos sargentos e irmãos Jacy e Jurandir Ochsendorf.

Segundo O Globo: "O general, que passou os últimos 43 anos sustentando a farsa, mudou a versão sobre o episódio em depoimentos ao Ministério Público Federal e à; Comissão Nacional da Verdade. Ele admitiu que recebera ordens do então subcomandante do DOI, major Francisco Demiurgo Santos Cardoso (já falecido), para levar um Fusca até o Alto da Boa Vista e simular o ataque. Raymundo e os dois sargentos metralharam e incendiaram o carro, jogando um fósforo aceso no tanque de combustível."

A família Rubens Paiva, além de conviver com a dor morte sob tortura absurda por tantas décadas, ainda tem que aturar o ódio delirante de Bolsonaro, que cuspiu no seu busto nos corredores do Congresso, na inauguração.

Como conta meu sobrinho Chico Paiva Avelino, em texto comovente publicado ontem no Facebook:

A cusparada premonitória de Jair Bolsonaro -por Chico Paiva Avelino

Em 2014, a Câmara dos Deputados fez uma tocante homenagem ao meu avô, Rubens Paiva: inauguraram um busto com a sua imagem em função de sua incessante luta pela democracia – causa pela qual ele literalmente deu a vida. Minha família foi em peso. Emocionadas, minha mãe e minha tia fizeram discursos lindos e orgulhosos sobre a memória do pai. No meio de um deles, fomos interrompidos por um pequeno grupo que veio se manifestar. Era Jair Bolsonaro, junto com alguns amigos (talvez fossem os filhos, na época eu não sabia quem eram), que se deu ao trabalho do sair de seu gabinete e vir em nossa direção, gritando que "Rubens Paiva teve o que mereceu, comunista desgraçado, vagabundo!". Ao passar por nós, deu uma cusparada no busto. Uma cusparada. Em uma homenagem a um colega deputado brutalmente assassinado.

Gostaria muito de poder conversar com o meu avô nesse momento político pelo qual passamos. Teria muito a acrescentar: foi eleito Deputado Federal por São Paulo em 1962, e cassado pelo AI-1 em 10 de abril de 1964. Como democrata exemplar que era, sempre lutou contra o autoritarismo e nunca encostou numa arma. Infelizmente essa oportunidade me foi arrancada quando, em janeiro de 1971, ele foi levado de casa junto com minha avó e minha tia, que na época tinha 15 anos, para os porões do DOI-Codi do Rio de Janeiro, na Tijuca. Lá, foi torturado até morrer pelo aparelho de repressão montado pelo regime militar, cuja filial paulista era comandada por ninguém mais nem menos do que o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Na época, não havia ficado claro o motivo dos militares levarem também a minha avó e minha tia. Hoje, conhecendo os métodos praticados por Ustra, sabemos que era para trazê-las à; sala de tortura e pressionar o meu avô. Elas, em celas ao lado, separadas, ouviram seus gritos antes que ele fosse morto.

O atestado de óbito só foi entregue à; família 25 anos após o assassinato, em 1995. O corpo jamais foi entregue. Na Comissão Nacional da Verdade, outros militares envolvidos no crime disseram que o corpo foi enterrado e desenterrado duas vezes. Sobre o assunto, Bolsonaro debochou: pendurou na entrada do seu gabinete em Brasília uma placa que dizia "quem procura osso é cachorro".

Hoje em dia, Ustra é mais famoso não pelas atrocidades que cometeu, como torturar mães na frente de suas crianças, colocar ratos e baratas vivas dentro da vagina das mulheres, estupros, pau de arara, choques, entre outras; mas por ser o grande ídolo, chamado de herói, pelo nosso provável novo presidente, Jair Bolsonaro – que diz que seu livro de cabeceira é a história do coronel.

Em seu voto a favor do impeachment, Bolsonaro prestou homenagem ao torturador da ex-presidente. No púlpito do Congresso Nacional, com o país inteiro assistindo, ele decidiu lembrar de um ser asqueroso que era o contrário de tudo que a democracia representa, e que havia covardemente torturado a mulher que ele ali teve o sadismo de torturar psicologicamente mais uma vez.

Desde que me dou por gente, essa cicatriz já havia sido fechada na família. Não era um assunto tabu. E sempre fui ensinado que essa não era uma luta pessoal, que não devíamos denunciar e brigar contra essas práticas como vingança familiar, mas para evitar que isso ocorresse com outros. Não era uma briga nossa, mas de todo o país. Minha mãe foi a muitos eventos e deu muitas entrevistas naquele ano por ocasião dos 50 anos do golpe de 1964. Em todas elas fazia questão de lembrar do caso Amarildo, pedreiro desaparecido e assassinado pela PM do Rio de Janeiro em 2013 &ndandash; como aquela prática seguia mesmo na nossa frágil democracia, e como a dor da família de Amarildo era a mesma pela qual a nossa havia passado.

Estamos à;s vésperas de uma eleição na qual Bolsonaro não só reafirmou sua admiração por Brilhante Ustra, mas a todo aparato do regime militar. Meu avô lutou contra discursos como esse e por isso foi covardemente preso, torturado e assassinado. Deu a vida pela democracia. Hoje, fica evidente que aquela cusparada não era algo meramente simbólico, mas um prenúncio daquilo que ele pretende fazer como Presidente, e que vem incansavelmente repetindo durante a campanha: prender e exilar seus adversários políticos, eliminar militâncias e desaparecer com as minorias.

Ainda dá tempo de evitar isso, e o poder está em nossas mãos, com nosso voto. Eu nunca imaginei que, em 2018, essas informações não bastassem para que as pessoas pudessem ter repulsa a um político que defende isso. Espero que ajude alguém a refletir, a tornar mais palpável quem é Jair Bolsonaro. Em 1964, foi Rubens Paiva e milhares de outros. Em 2018, pode ser eu, você, as pessoas que amamos.

no Estadão

GGN: Revista afirma que família Bolsonaro contratou agência para criar grupos no WhatsApp

A revista Época publicou uma entrevista hoje quarta (24) que revela que a família Bolsonaro criou artificialmente inúmeros grupos no WhatsApp, há mais de 2 anos, para disparar em massa mensagens "politicamente incorretas", trabalhar o repúdio da população à corrupção e aos projetos do PT, e influenciar o eleitorado a compactuar com as ideias de Jair Bolsonaro. 

A reportagem conversou com um funcionário da agência que começou produzindo imagens para serem utilizadas na redes sociais. Depois, passou a receber pedidos para criar, dividir em nichos e administrar grupos de WhatsApp. 

Quando a célula, com mais de 100 pessoas, estava consolidada, a administração era transferida para algum voluntário pró-bolsonaro mais ativo. Ou seja: a estrutura montada profissionalmente era fundida com a militância orgânica, graças aos novos apoiadores de Bolsonaro, caracterizando o que especialistas têm chamado de guerra híbrida. 

O caráter da estrutura de comunicação montada por Bolsonaro no WhatsApp está sendo estudado por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense, que acrescentaram ainda que os membros mais ativos dessas células têm números internacionais. A fonte anônima da agência revelou que recebia chips da Argentina, Portugal e outros países para fazer suas operações. Esses chips eram fornecidos em reuniões fechadas. O mesmo ocorreu com a entrega das listas de contatos do deputado.

O então funcionário, que pediu para não ter seu nome e nem o da agência revelados, relatou que o serviço foi rompido somente no início deste ano, quando a empresa percebeu que Bolsonaro teria chances de disputar e ganhar a eleição presidencial. Ele acrescentou ainda que a agência estava incomodada com a distribuição de muitas fake news.

Na semana passada, a Folha de S. Paulo revelou que empresas anti-PT estão comprando pacotes de disparos em massa no WhatsApp às véspera do segundo turno. Bolsonaro afirmou que não controla seus "apoiadores voluntários."

 Leia a matéria completa aqui.

GGN: Revista afirma que família Bolsonaro contratou agência para criar grupos no WhatsApp

A revista Época publicou uma entrevista hoje quarta (24) que revela que a família Bolsonaro criou artificialmente inúmeros grupos no WhatsApp, há mais de 2 anos, para disparar em massa mensagens "politicamente incorretas", trabalhar o repúdio da população à corrupção e aos projetos do PT, e influenciar o eleitorado a compactuar com as ideias de Jair Bolsonaro. 

A reportagem conversou com um funcionário da agência que começou produzindo imagens para serem utilizadas na redes sociais. Depois, passou a receber pedidos para criar, dividir em nichos e administrar grupos de WhatsApp. 

Quando a célula, com mais de 100 pessoas, estava consolidada, a administração era transferida para algum voluntário pró-bolsonaro mais ativo. Ou seja: a estrutura montada profissionalmente era fundida com a militância orgânica, graças aos novos apoiadores de Bolsonaro, caracterizando o que especialistas têm chamado de guerra híbrida. 

O caráter da estrutura de comunicação montada por Bolsonaro no WhatsApp está sendo estudado por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense, que acrescentaram ainda que os membros mais ativos dessas células têm números internacionais. A fonte anônima da agência revelou que recebia chips da Argentina, Portugal e outros países para fazer suas operações. Esses chips eram fornecidos em reuniões fechadas. O mesmo ocorreu com a entrega das listas de contatos do deputado.

O então funcionário, que pediu para não ter seu nome e nem o da agência revelados, relatou que o serviço foi rompido somente no início deste ano, quando a empresa percebeu que Bolsonaro teria chances de disputar e ganhar a eleição presidencial. Ele acrescentou ainda que a agência estava incomodada com a distribuição de muitas fake news.

Na semana passada, a Folha de S. Paulo revelou que empresas anti-PT estão comprando pacotes de disparos em massa no WhatsApp às véspera do segundo turno. Bolsonaro afirmou que não controla seus "apoiadores voluntários."

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