EmPACalhado

Da coluna Painel:

Está parado no porto cearense de Pecém o Golar Spirit, navio da Petrobras com 75 mil metros cúbicos degás natural liquefeito. A carga, importada de Trinidad e Tobago, deveria ter sido desembarcada em setembro passado. Mas o terminal de regaseificação, obra do PAC inaugurada com pompa por Lula em agosto, até agora não entrou em operação.
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Enquanto espera, a Petrobras tem despesas com o arrendamento do navio e taxas portuárias que, segundo estimativas, chegam a US$ 50 mil por dia. A empresa reconhece o problema, mas, alegando cláusulas de confidencialidade, não confirma esse valor.

Termômetro

Da coluna Painel:

Em pesquisa encomendada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais, 65% dos entrevistados declaram que votariam "com certeza" em Aécio Neves (PSDB) para presidente. Outros 20% dizem que poderiam votar no governador.
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Segundo o levantamento, feito pelo instituto Vox Populi de 29 de novembro a 7 de dezembro, 29% dos mineiros votariam com certeza num candidato recomendado por Aécio. Para 53%, esse apoio "é importante" e os levaria a considerar a possibilidade de votar no candidato. Minas é o segundo colégio eleitoral do país.

Quem paga o pato

Tudo bem que os americanos estão quase despejando dinheiro de helicóptero e já inundaram a economia, principalmente o setor financeiro, com trilhões de dólares do contribuinte, sem contrapartidas. Mas a ajuda às montadoras de veículos, que, finalmente, saiu nesta sexta-feira, tem regras e modos que deveriam ser lembrados e elogiados.

Para pegar o dinheiro, a GM e a Chrysler terão de apresentar um programa de reorganização de seu negócio. Até o fim de março, terão de mostrar o caminho das pedras para reduzir seus débitos em dois terços, e entabular negociações com a central de trabalhadores na indústria automobilística, para cortar salários e definir condições de emprego e trabalho. E, atenção para o detalhe: enquanto estiverem devendo ao governo, as empresas não poderão distribuir dividendos. Se a coisa falhar, vem a concordata e o governo se habilita, na frente dos demais credores, ao ressarcimento.

Em resumo, socorro com dinheiro público, só com o compromisso simétrico de todos os entes envolvidos – acionistas, executivos, trabalhadores.

Aqui, a proposta que surgiu até agora para enfrentar a redução do nível de atividades, patrocinada pelo governo Serra (o governador está mudo, mas seu secretário de emprego e relações do trabalho, Guilherme Afif Domingos, topou ser o mestre-sala da proposta e não se pode acreditar que não tenha combinado com o chefe), prevê um golpe na legislação trabalhista, a demissão na prática de trabalhadores, sem o pagamento de seus direitos, e o ônus para o governo de manter os “temporariamente” desocupados com uma extensão do salário-desemprego.

Em resumo, acionistas e executivos se beneficiam do socorro público e os trabalhadores pagam a conta. Depois, tem gente que não entende como o Brasil é um dos campeões mundiais de concentração de renda.

 José Paulo Kupfer

Puta e cabaré

O que me espanta é a mania de algumas pessoas de viver esculhambando o Brasil. Acho que essa gente chama a própria mãe de puta e considera seu lar um cabaré.

Depende de nós

Quem é?...

"Não temos Justiça de classe no Brasil, mas sim uma assistência judiciária deficiente. A tentativa de timbrar o STF como um tribunal de ricos é leviana, maldosa e irresponsável’’, afirmou Gilmar Mendes.

"No Brasil temos uma Justiça desclassificada, e mas ainda um judiciário corrupto. Quem nega isto é leviano, corrupto e irresponsável", afirmou Joel Neto.

Quem tem razão?

O guardião de Dantas

A inVeja (revista?) abriga uma falsificação - o grampo por escrito. Não dá uma linha sobre o fim do inquérito da Polícia Federal, que reforçou as suspeitas de que o grampo foi inventado.

Com isso, torna-se suspeita de crime contra o Estado. Na hipótese benigna, por ter acreditado em uma armação. Na hipótese robusta, por ter montado a armação. O mesmo se aplica ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes que, no mínimo, pode ser acusado de ter incorrido em pré-julgamento para gerar uma crise institucional. Em país sério, seria afastado do cargo por seus pares.

Os trechos de grampos até agora divulgados pela Satiagraha mostram jornalistas conversando com Dantas. Como o caso da Janaína Leite, dizendo a Dantas que “acabei com Nassif”. E Dantas mostrando preocupação pelo fato de Diogo Mainardi ter desembestado e aberto a guarda - provavelmente quando perdeu o rumo no episódio do Relatório Italiano e acabou divulgando o PDF e se desmacarando.

A inVeja (revista?) não esclarece se os jornalistas gravados foram flagrados em atividade legal. Suspeita-se que não.

Luis Nassif