A cada dia, mais de 10 bilhões de códigos de barras são lidos em todo o mundo. Essa invenção, que torna mais práticos processos como o pagamento de contas, a identificação de preços e produtos, completou no mês passado 35 anos. O recurso — usado pela primeira vez para identificar o preço de um pacote de gomas de mascar Juicy Fruit em 26 de junho de 1974 — já tem um substituto à vista. É o QR Code (Quick Response Code, ou ‘‘código de resposta rápida’’), uma imagem quadrada, como uma matriz ou um código de barras bidimensional, que traz novos recursos e uma infinidade de aplicações.
O QR Code tira proveito de tecnologias como a internet e as câmeras digitais dos telefones celulares. Fotografado pela câmera de um celular, o código pode ser, por exemplo, interpretado como um link da internet por um programa instalado no telefone. Isso traz a essa tecnologia uma infinidade de aplicações de interatividade com o usuário final — ao contrário do que acontecia com o código de barras tradicional, que só servia basicamente para aplicações no comércio e estoque de produtos.
Por conta dessa infinidade de possibilidades, os QR Codes já começam a serem vistos em revistas e propagandas, com links para conteúdos extras e sites de promoções ou produtos anunciados, além do cadastro de contatos na agenda do telefone. A banda inglesa Pet Shop Boys, por exemplo, utilizou códigos QR no clipe de sua música ‘‘Integral’’. Se fotografados pelos telespectador, os códigos apresentam links para sites da internet com assuntos ligados à temática da música.
Cartões de visita
O usuário comum, como profissionais liberais e executivos, também pode tirar proveito da tecnologia, inserindo o código em seus cartões de visita, com links para informações pessoais detalhadas ou mesmo para o seu currículo. Aplicações como essas do QR Code vêm ganhando espaço com o crescimento da base de usuários dos smartphones — os aparelhos celulares com recurso de acesso à internet e equipados com câmera digital. Apesar dessas aplicações serem uma novidade e uma tendência, os códigos bidimensionais vêm desde o ano de 1994, quando a empresa japonesa Denso-Wave criou o QR Code. No ano 2000, o padrão japonês para o código QR foi aprovado como padrão internacional ISO/IEC 18004. De acordo com a Denso-Wave, o padrão do QR Code é de livre uso, pois sua patente não é praticada.
Segundo o histórico da tecnologia publicado na enciclopédia online Wikipédia, no Brasil, o primeiro anúncio publicitário a utilizar o QR Code foi publicado pela loja de informática Fast Shop, em dezembro de 2007. Em junho de 2008 foi a vez de uma fábrica de cerveja brasileira publicar um anúncio com o código e em seguida a operadora Claro fez uma campanha utilizando o Código QR, em novembro do ano passado.
Também no Brasil, o sistema passa a ser usado pela indústria farmacêutica para evitar a falsificação de medicamentos. Um projeto prevê que as farmácias tenham leitores dos novos códigos do medicamento à disposição dos clientes. Ao escanear um remédio, o consumidor terá informações como nome do fabricante, data de fabricação, data de expedição da fábrica e nome do distribuidor de destino do medicamento.
NO SEU CELULAR
Site permite baixar leitor e criar seu próprio código
O usuário de aparelho celular com câmera pode instalar em seu dispositivo um programa que decifra os códigos QR que são fotografados por ele. O site I-nigma (www.i-nigma.com) oferece o programa gratuitamente para vários modelos de celulares.
A lista com mais de 100 aparelhos celulares que foram testados e podem utilizar o software de leitura de códigos QR pode ser verificada no endereço www.i-nigma.com/Devices.asp. Se seu aparelho estiver entre os que suportam o programa, basta baixá-lo no site www.i-nigma.com/GetReader.asp.
Outro serviço que o I-nigma oferece aos usuários é a possibilidade de criar seus próprios códigos, para utilização em sites, documentos ou até mesmo em camisetas, desde que o uso não seja para fins comerciais. No endereço www.i-nigma.com/Create.asp, o internauta preenche um formulário com as informações e o link que vão compor o seu código QR. Depois, é só salvar a imagem em seu computador e usá-la como quiser.
Fonte: Tecnoguia