Como se perpetuar na desordem




Por Márcio Accioly

Gilberto de Carvalho, chefe de gabinete do presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP), reconheceu nesta segunda-feira (11), na cerimônia de abertura do ano judiciário paulista (acontecida no Tribunal de Justiça daquele Estado), ter havido “uso indevido dos cartões corporativos do governo federal”.

Também, pudera! Já é tempo de alguém reconhecer que existe alguma coisa de podre nas entranhas do “governo”, depois de infindáveis ocorrências diluídas na lama malcheirosa da corrupção e incúria.

Não fosse assim, a ex-ministra Matilde Ribeiro não teria sido defenestrada do posto nem o ministro Orlando Silva (Esporte), que gasta como se fosse uma multidão, teria devolvido mais de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), no até agora bem-sucedido esforço para se manter no cargo.

Por sinal, Gilberto Carvalho é aquele mesmo acusado pelos irmãos do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel (PT), de estar omitindo fatos e acobertando histórias mal contadas no esclarecimento daquele episódio.

O PT, além de intermináveis denúncias de corrupção e desvio de recursos públicos, exibe alguns cadáveres insepultos, dentre eles o do prefeito de Santo André e o de Campinas. O partido da ética e da moral de conveniência é acusado de abrigar inúmeros quadrilheiros.

Com o país eternamente paralisado por conta da sucessão de denúncias, passam ao largo os assuntos de interesse nacional, pois o jeito é cada qual se virar como pode e tentar sobreviver num sistema de anarquia que falta pouco para degringolar.

Há quem jure que tal situação ainda terá de piorar muito, até que se comece a tomar providências no sentido de sanear o que parece não ter mais jeito ou caminho.

Mas há quem acredite, também, que as populações urbanas já se tornaram reféns de assaltantes e traficantes, visto que o crime organizado se encontra instalado na esfera dos três poderes que dizem comandar nosso louvado Estado democrático de Direito.

No meio de toda essa desordem, caíram no vazio as palavras do deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR), que apelou da tribuna da Câmara por providência que impeça iminente colapso energético no estado de Roraima.

Aquela unidade federativa é abastecida pela Usina Hidrelétrica de Guri (Venezuela), numa dependência para lá de perigosa. Acontece que a maioria de seus 16 municípios não possui rede elétrica de distribuição e permanece às escuras.

O dinheiro que deveria ter sido aplicado foi comido em gestões denunciadas, os ditos responsáveis respondem a miríade de processos, porém sem sofrerem a menor punição. De maneira que dar fim a recursos financeiros públicos no nosso país se constitui num excelente negócio. Fernandinho Beira-Mar é principiante.

Junqueira afirmou ser favorável a apuração de todos os desmandos cometidos, nessa ou em qualquer outra gestão, mas alertou para inadiável necessidade de se estabelecer pauta política para o país, dando enfoque à questão energética por conta de alardeadas dificuldades no setor. Em vez disso, negociam-se cargos.

A verdade é que o presidente Dom Luiz Inácio rachou o país ao meio. Eleito para promover mudanças consideradas estruturais, depois do terremoto entreguista da gestão FHC (1995-2003), sua excelência agravou dificuldades.

Passou a distribuir benesses com o dinheiro público e a favorecer quadrilheiros petistas, alimentando monstro de várias cabeças. A hidra da mitologia. Essa é uma história que reúne todos os ingredientes para tenebroso final.

A divisão social coloca o presidente em visível minoria com as classes médias, marginalizadas e habilmente posicionadas por sua excelência em confronto direto com massa de miseráveis favorecidos nas inúmeras bolsas-esmolas.

O dinheiro público criou corredor de suporte à figura de Dom Luiz Inácio na distribuição de benesses, mas sem modificar estruturas de organização social onde o analfabetismo e a receita messiânica prosperam. No atual cenário, os três anos de mandato que ainda restam transmitem a impressão de séculos intermináveis.

Mário Accioly é Jornalista.

Desperdício: Equipe de Lula compra jóia com cartão e faz saques em dólares na Suíça, Nova York e Havana

Edição de Terça-feira do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com/

Por Jorge Serrão

Exclusivo - O chefão Lula da Silva não será acusado de entrar no Brasil com dinheiro não-declarado. Também não será questionado sobre os gastos estranhos ou saques em moeda estrangeira realizados com o cartão corporativo BB Visanet Internacional chapa-branca, durante suas inúmeras viagens ao exterior. Afinal, por que interessa saber por que a turma do Lula detonou US$ 129 mil dólares no cartão corporativo em Cuba? O saque aconteceu em uma financeira espanhola que representa o sistema Visa em Havana, durante o recente encontro de Lula com o moribundo Fidel Castro.

Aqui no Brasil, Lula e sua família poderão gastar o que quiserem ou precisarem (como os R$ 70 mil mensais em ternos), pois não serão mais alvo de investigações da CPI dos Cartões (que deveria se chamar CPI da Pizza). Ninguém na comissão vai querer saber por que o Palácio do Planalto torrou R$ 53.449 reais na compra de produtos de embelezamento – incluindo o famoso Botox, no ano passado. Também serão ignorados os gastos elevados com a segurança em Florianópolis e São Bernardo do Campo (onde moram seus filhos).

A CPI dos Cartões deixará de investigar por que um assessor de Lula fez dois saques elevados, em dinheiro vivo, entre os dias 24 e 28 de janeiro de 2007, durante a participação do presidente no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. A primeira retirada foi no valor de US$ 30 mil dólares cash. Antes de retornar da viagem, ocorreu outro saque em espécie no valor de US$ 79 mil dólares.

O saque com o cartão BB Visanet ficou registrado no banco suíço com o número 39C985. Mas isto não interessa à CPI e nem por que e como o dinheiro foi gasto pela equipe presidencial. Acompanharam Lula nesta viagem a Davos os ministros Celso Amorim (Relações Exteriores), Guido Mantega (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Outro gasto com cartão no exterior que a equipe de Lula teria dificuldades de justificar numa CPI se refere aos US$ 123 mil dólares sacados no Chemical Bank, em Nova York, em 25 de setembro de 2007, quando Lula discursou na abertura da 62ª Assembléia Geral das Nações Unidas. O saque é estranho porque nem a despesa de viagem é bancada pelo Brasil. Quem paga é a ONU. Pior ainda seria justificar a compra de uma jóia durante esta viagem aos EUA.

Na seleta joalheria Cartier, na 5ª Avenida, em Nova York, foi comprado um relógio masculino Santos Dummont pela bagatela de US$ 16 mil dólares. Claro, pago com o cartão de crédito da Presidência. A jóia é extra-fina, de ouro, com placas de platina e correia de cromo de crodilo. Curiosamente, a compra foi registrada 22h 30min (hora de NY). Neste horário, são comuns as compras feitas a portas fechadas a clientes VIPs, por motivos de segurança. No caso brasileiro, de Segurança Nacional capaz de justificar este e outros gastos estranhos nos cartões.

Figurino de ditador.

Do Blog Coturno Noturno

"A Presidência é uma instituição e as pessoas tem que aprender a respeitá-la", afirmou hoje Lula, encerrando abruptamente a coletiva com a Imprensa, que lhe questionava sobre o respeito que um Presidente deve ter para com o dinheiro público. Lula, naquele figurino de ditadorzinho enrustido, perde as estribeiras toda vez que é contrariado e pressionado. Deveria ter vergonha de estar mergulhado em mais um escândalo financeiro. Exatamente no dia em que Roberto Jefferson o convocou como testemunha de que o Mensalão existiu. Abra as suas contas, Presidente. E deixa de fita. Ninguém atura mais estes rompantes chavistas, que no Brasil não colam mesmo.

É muito pior o cartão corporativo. Se não houver um 'acordão', até botox vai aparecer no cartão.”
Roberto Jefferson, que denunciou o escândalo do Mensalão

E-mail de internauta

Não vi - porque não vejo o JN há muito tempo - esta peça antológica do jornalismo brasileiro. Como diz o internauta Gustavo: é impressionante a cara-de-pau. E o Albert Camus, coitado, dizia que a imprensa tem o dever de elevar o espírito dos leitores... Nem na França, quanto mais em Pindorama.
O PIG imagina que somos todos idiotas.

Carlos J. R. Araújo

Farsa da Oposição

Lei, para que servem as leis, regimentos numa casa legislativa?

A oposição quer de qualquer maneira a presidência ou a relatoria da CPI dos cartões corporativos e contas do tipo B.

Isso não é mais que uma desculpa esfarrapada, deslavada para criticar o trabalho da comissão.

É só dar uma leitura rapida no regimento da câmara e do senado sobre a composição das comissões e a farsa do PSDB, DEMO, PPS, PIG e Cia vira fumaça.

Eles tem meios de comunicações para apresentar suas versões.

Inda bem que existe a NET para desmonta-las

Farsa de quem?

Noblat

Pegou mal e pegará ainda pior para o PSDB sua aparente disposição para encenar uma CPI do Cartão de mentirinha de comum acordo com o governo.

Mas há uma saída à vista para salvar a cara do partido: a indicação do presidente e do relator da CPI.

Se o governo emplacar seus candidatos, o PSDB poderá denunciar a farsa e ficar de fora da CPI.

Lá vou eu:

O governo deu cheque mate no PIG, PSDB, DEMO e Cia na hora que pediu a instalação da CPI.

Eles estão tonto sem rumo e sem discurso, procurando desesperadamente uma saida honrosa.

Acho que não encontrarão.