Lições, por Paulo Coelho

O Guerreiro da Luz se vê, de vez em quando, andando pelas ruas sem qualquer destino. Nestes momentos, ele pensa:
"Nada do que planejei esta acontecendo. Dei o melhor de mim, segui os meus sonhos, fui fiel a DEUS. Entretanto, as coisas não parecem caminhar para frente, meus esforços não estão sendo recompensados. DEUS parece que esta surdo porque ele não escuta minha voz", diz o guerreiro, com uma certa amargura na voz. Neste momento, a melhor coisa que ele deve fazer é sentar-se num bar e pedir um café. Depois de alguns momentos, ele irá ele irá entender que o tempo de DEUS não é seu próprio tempo. Em algum lugar do Universo, milhares de anjos estão se movendo e caminhando para ajudar todos aqueles que seguem seu coração.
 O GUERREIRO IRÁ ENTENDER QUE O TEMPO DE DEUS NÃO É IGUAL AO SEU PRÓPRIO TEMPO!

Frase do dia

O tempo não se ocupa em realizar as nossas esperanças: faz o seu trabalho e voa. Eurípedes

A penúltima sobre Marina

Eu não quero nem saber se peba põe. Eu quero ver é o tamanho da ninhada.

Eu não quero ver nem saber se traíra pari. Eu quero ver é o rio pegar fogo para eu comer peixe frito.

Pasadena foi a única a obter lucro no grupo Petrobras

Estadão Conteúdo

A informação sobre o bom desempenho da refinaria será utilizada por alguns ex-diretores da Petrobras em suas defesas no TCU

A operação em Pasadena tem sido favorecida pelo avanço da produção de petróleo não convencional, do tipo leve, o chamado shale oil and gas

Pivô de investigações no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Congresso, a refinaria texana de Pasadena foi a única a registrar lucro no primeiro semestre deste ano dentro do grupo Petrobras. O lucro da unidade foi de cerca de US$ 130 milhões, motivado, principalmente, pelo benefício do uso do petróleo não convencional produzido nos Estados Unidos. A informação sobre o bom desempenho da refinaria será utilizada por alguns ex-diretores da Petrobras em suas defesas no Tribunal de Contas da União (TCU), que responsabilizou os executivos que estavam no cargo em 2006, data da decisão de compra de Pasadena, por um prejuízo de US$ 792,3 milhões com o fechamento do negócio.

Assim, esperam comprovar que o negócio não poderia ser classificado como sendo ruim. O argumento que será usado por esses ex-diretores é que os prejuízos decorrem do não cumprimento de arbitragem da Corte Americana, que repercutiu no pagamento de multas em uma segunda fase do processo de aquisição, e da utilização de avaliações técnicas depreciadas, tanto internas quanto de auditorias externas, para determinar o preço de compra da refinaria.

Ao todo, a Petrobras contava com 27 cenários, mas, segundo a defesa desses diretores, a apresentação à diretoria na época foi apenas do pior cenário, o mesmo considerado na negociação com a Astra Oil, antiga proprietária de Pasadena.

Procurada, a Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa e do departamento de Relações com Investidores, não informou o resultado da refinaria no semestre. Internamente, o lucro da refinaria também é mantido em sigilo, sob o argumento de que se trata de uma empresa de capital fechado, não negociado em bolsa de valores, embora a controladora Petrobras seja de capital aberto. A informação poderá beneficiar a diretoria que tem como principal argumentação a tese de que não teria, com as informações demonstradas na época pelo então diretor Internacional, Nestor Cerveró, avaliar que o negócio é prejudicial à Petrobrás.

No relatório financeiro divulgado ao mercado, a estatal não cita em qualquer momento o nome de Pasadena, apenas menciona o refino nos Estados Unidos, onde a única refinaria da Petrobras é Pasadena. Ao comentar o aumento de 8% da carga de petróleo processada no exterior, entre o primeiro e segundo trimestres deste ano, a companhia informa que conseguiu melhorar as margens de retorno, com uma utilização avançada da capacidade de refino de um óleo de boa qualidade.

Apesar de não ter passado pelas reformas previstas no projeto aprovado pela Petrobras em 2006, que adaptaria a refinaria ao processamento do petróleo brasileiro do campo de Marlim, do tipo pesado, a operação em Pasadena tem sido favorecida pelo avanço da produção de petróleo não convencional, do tipo leve, o chamado shale oil and gas, em inglês. Como nos Estados Unidos a exportação de petróleo depende de aprovação do presidente da República, é grande a disponibilidade interna do insumo, próprio para a produção de combustíveis de melhor qualidade e valor agregado, exatamente o contrário do que ocorre no Brasil.


Mensagem para vida inteira

O mestre colocou, em cima da mesa, um vaso de vidro. Em seguida, retirou de um saco uma dezena de pedras do tamanho de uma laranja, e começou a enfiá-las, uma a uma dentro do jarro. Quando o jarro já estava com pedras até a borda, perguntou aos seus alunos:
- Está cheio?
Todos disseram que sim. O mestre, porém, retirou de outro saco um cascalho, e sacudindo as pedras grandes dentro do jarro, conseguiu colocar bastante cascalho ali dentro.
- Está cheio? – perguntou de novo.
Os alunos disseram que, desta vez, estava cheio. Foi quando o mestre abriu um terceiro saco, cheio de areia fina, e começou a derramá-la no jarro.
A areia foi preenchendo o espaço vazio entre as pedras e o cascalho, até que chegou ao topo.
- Muito bem – disse o mestre – agora o jarro está cheio. Qual o ensinamento que eu quis demonstrar?
- Que, não importa o quanto você esteja ocupado, sempre há espaço para fazer alguma coisa a mais – disse um aluno.
- Nada disso.  Na verdade, esta pequena demonstração nos faz ver o seguinte: se não colocamos as pedras grandes antes, não poderemos colocá-las depois.

"Então, quais são as coisas importantes na nossa vida?
Quais os projetos que adiamos, as aventuras que não vivemos, os amores pelo qual não lutamos? Perguntem quais são pedras grandes, sólidas, que mantém acesa em vocês a chama de Deus. E coloquem rápido no vaso de suas decisões, ou em pouco tempo já não encontrarão lugar para elas."

Grafite protesto

CartaCapital faz aniversário depois de duas décadas a nadar contra a corrente diante de caluniadores dados à concorrência desleal

por Mino Carta

Esta é a edição do 20º aniversário de CartaCapital. A ocasião oferece óbvios motivos de satisfação a quem a publica e aos seus leitores. Mas a fatalidade interfere com indiferença feroz na vida do País e lança uma sombra de profunda tristeza sobre nossa celebração.

Estamos envolvidos no pesar da nação, golpeada pelo desaparecimento de Eduardo Campos, o jovem líder pernambucano herdeiro de notáveis tradições, candidato à Presidência da República nas próximas eleições, já intérprete de um papel importante e certamente destinado a um futuro decisivo na política brasileira.

Tratava-se de um amigo verdadeiro de CartaCapital, de cujos debates capitais participou mais de uma vez, a última em março passado, ao lado de Paul Krugman e Delfim Netto, entre outros. Saiu-se com brilho. Falava com fluência e clareza, tinha ideias e ideais. Almoçamos lado a lado no intervalo do evento, como se dera, anos atrás, no Recife, no encantador Leite no centro da cidade. Grande e forte, cavalheiro cortês, os olhos o traíam, de certa forma, mostravam energia irresistível, impulso avassalador. Assim dele me lembrarei.

Entristeceu-me, no começo oficial da campanha eleitoral, quando CartaCapital definiu seu apoio à reeleição de Dilma Rousseff, o dissabor que Eduardo fez chegar aos meus ouvidos, na crença de ter sido apontado como candidato da direita. Entendera mal. Entre os motivos de nossa escolha estava a percepção de que ele, a despeito de suas crenças sinceras, acabaria tragado pela virulenta campanha anti-Dilma, anti-Lula, anti-PT, desfechada desde sempre pela mídia nativa, de sorte a trazer para o lado da reação quem se opusesse aos alvos do seu ódio. Não tive a oportunidade, infelizmente, de explicar as nossas razões.

A vida, bem sabemos, é um átimo imensurável, a não ser, talvez, pelos pés alados de Hermes. Sobra a memória, caminhada para trás nem sempre feliz. Mesmo as boas lembranças carregam a saudade de nós mesmos. E então me vem à mente uma reunião de junho de 1994 na sala de estar da minha casa. Lá estavam Nelson Letaif, George Duque Estrada, Bob Fernandes, Wagner Carelli. Falava-se do projeto de uma revista ainda sem nome. Tomávamos vinho branco.

Vínhamos de experiências comuns em épocas diversas, sedimentadas por Bob, Nelson e Wagner na redação de IstoÉ, da qual havíamos saído em turvas circunstânciais. Outra figura da turma, a minha fiel secretária Mara Lúcia da Silva, para quem telefonei no dia seguinte. "Mantenha-se de prontidão – avisei –, a revista vai sair." Telefonei também para os eternos amigos fraternos, Luiz Gonzaga Bel­luzzo e Raymundo Faoro para comunicar o que me parecia ser boa-nova. Por mais de duas décadas, contávamos com eles como conselheiros e colaboradores.

Mensal, a publicação, que os recursos não permitiam voos mais amplos. Nascia de uma ideia inicial de Andrea Carta, meu sobrinho, então diretor da Carta Editorial, fundada por meu irmão em agosto de 1976. Andrea imaginava uma revista de Economia e Negócios, disse a ele que esta eu não saberia fazer. Propus uma publicação para fiscalizar o poder onde quer que se manifestasse, na política, na economia e na cultura. Concordou. Muitas mudanças se deram ao longo do caminho, porque a revista ganhou corpo e fôlego. O que nunca mudou foi a linha editorial.

Mensal, de meados de agosto de 1994 a março de 1996. Quinzenal até agosto de 2001. Enfim semanal de uma nova editora batizada Confiança, ousada aventura, estranhamente confiante, conduzida por dois cidadãos desprovidos de qualquer vocação empresarial. Felizmente, contamos com a competência comercial e administrativa da equipe comandada por Manuela Carta e, anos depois, também por Luís Moraes. E, enfim, com a entrada em cena de um novo sócio sabedor das coisas, Eduardo da Rocha Azevedo.

Nem todos os fundadores estão aqui hoje. Outros jornalistas vieram, afinados com o projeto capaz de se opor ao pensamento único para defender o seu, insólito no panorama. Ou, por outra, a denunciar a permanência insuportável, a resistência implacável da casa-grande e da senzala, a precipitar um desequilíbrio social monstruoso. Se houve melhoras com os governos Lula e Dilma, e as houve, não foram suficientes. E, como a mídia nativa se empenha em demonstrar diariamente, a mentalidade dos senhores fica intocada, infensa ao mais tímido exame de consciência.

De todo modo, mantenho viva a convicção de que a atual CartaCapital é a melhor entre as publicações que tive a honra e o prazer de dirigir. Obra coletiva de uma redação impecável, encabeçada pe­­lo redator-chefe Sergio Lirio.

O tempo é invenção do homem, e se sujeita a adquirir dimensões diferentes. Quanto valem 20 anos de vida de uma revista que nada contra a corrente, obviamente incompreendida por muitos leitores dos jornalões e dos semanalões, constantemente alvejada pelos escribas dos donos da casa-grande e hostilizada pelos sabujos que chamam o patrão de colega? Creio que valham mais do que quantos foram vividos por escribas e sabujos, e seus patrões.

Este é um dia feliz. Mas é também muito triste, Eduardo Campos vai fazer falta. Ao acima assinado, por exemplo. E ao Brasil.