Artigo - Delúbio Soares

O Brasil e a questão ambiental II


A questão ambiental assume imensa importância nos dias de hoje e atrai a atenção de todos aqueles que conseguem vislumbrar suas implicações no futuro do Brasil e da humanidade. E creio que esses já são a esmagadora maioria dos brasileiros, felizmente. Na semana passada tratamos de tão delicada questão, elencando algumas medidas que julgamos necessárias para a preservação de nossa biodiversidade e a compatibilização entre o crescimento econômico e social do Brasil e a manutenção de nosso meio-ambiente da forma mais sustentável possível. Esse artigo, "O Brasil e a questão ambiental", pode ser encontrado no site www.delubio.com.br. A repercussão foi tamanha que continuamos o assunto com mais alguns comentários acerca de tema tão transcendental, além de colocarmos em discussão mais algumas medidas que julgamos necessárias e exequíveis.
 Chegamos ao momento oportuno para a realização de um grande "Programa de Recuperação de Matas Ciliares", de forma integrada com todos os Estados da Federação, que nos possibilite criar corredores de biodiversidade, aumentando assim a área de abrigo e alimento para a fauna e proporcionando a manutenção e aumento do banco de sementes de nossa belíssima flora nacional. Vamos, assim, recuperar, preservar e aumentar a biodiversidade do país. Para dar início a este programa, o Governo Federal deverá fazer parcerias com todos os nossos Estados e subsidiar as ações necessárias para a efetiva recuperação das matas ciliares, como cercas, abastecedouros comunitários, conservação do solo, produção de mudas de espécies nativas em cada região atendida, tendo como base o excelente programa realizado pelo Paraná e que é considerado o maior e mais efetivo programa de recuperação de matas ciliares do mundo. É um programa em que as propriedades rurais que possuem matas ciliares recebem vários benefícios como o aumento na produção, controle biológico de pragas, maior abundância de água para irrigação,  principalmente água de qualidade e mais limpa. Assim preserva-se nossos rios e a fauna e flora aquáticas, diminuindo consideravelmente o custo do tratamento das águas que chegam aos lares brasileiros.  O programa originalmente desenvolvido no Paraná, por exemplo, serviu de modelo até para outros países, e é considerado o mais sustentável e realista. Infelizmente, nem sempre os grandes Estados seguem o exemplo paranaense: a política de meio-ambiente implementada nos últimos anos em São Paulo, por exemplo, é risível se comparada a do Paraná, com a visível degradação ambiental da mais importante e rica unidade da Federação.
 Outra medida de ordem prática com imediata interferência positiva na questão ambiental é incentivar o uso de transporte coletivo, através da construção de metrôs e a utilização dos trens urbanos que sirvam as regiões metropolitanas, como também o uso do biocombustível em maior escala na mistura dos combustíveis derivados do petróleo. O impacto de tais medidas no meio-ambiente é de grande monta e representa importante avanço social, econômico e ecológico.
 Defendo, ainda, linhas de crédito da Caixa Econômica Federal, em condições especiais e com juros baixos, para que todos os Municípios que ainda não possuam aterro sanitário possam construí-los e acabar com os lastimáveis "lixões" Brasil afora. Essa é uma medida de largo e profundo alcance tanto na área ambiental quanto na evolução social do país. Ainda nessa seara, pode-se aumentar os recursos para o saneamento básico no PAC 2 e chegar até 2014 com quase 100% de domicílios brasileiros servidos com água tratada, coroando o esforço do governo do presidente Lula através da ação já anunciada da presidenta Dilma em tão relevante setor.
 O combate efetivo às ocupações irregulares da Mata Atlântica, um dos nossos principais e mais valiosos Biomas, deve continuar a ser uma decisão política e uma ação de governo. Os Biomas são um conjunto de diferentes ecossistemas que possuem certo nível de homogeneidade. São comunidades biológicas, populações de organismos da fauna e flora interagindo entre si e com o ambiente físico, e estão na lista dos principais 'hotspots', ou seja, aquelas áreas com real interesse para a conservação devido à grande biodiversidade, e que hoje correm risco de extinção.  Nossos inigualáveis Biomas estão fortemente ameaçados pela ocupação desordenada do solo, como, por exemplo, no caso de muitas regiões de São Paulo.  A maior parte da área original da Floresta Atlântica hoje é habitada por diversas comunidades, com todos os problemas urbanos advindos da ocupação desordenada e predatória.  
 Como evitar tais ocupações? Como atender aos brasileiros que precisam e merecem a sua moradia? Através da construção de casas do programa "Minha Casa Minha Vida", um dos grandes êxitos do governo do presidente Lula, que terá recursos para a construção de mais dois milhões de novas residências. A questão ambiental e a questão habitacional aí se encontram e se resolvem numa equação de co-responsabilidades sociais em prol da sustentabilidade.
 Por fim, através dos 'royalties' advindos do Pré-Sal, será possível grande e significativo aumento dos recursos do FUNBIO para o Terceiro Setor, possibilitando o  desenvolvimento de  projetos que visem à proteção ambiental. Existem centenas ou milhares de Organizações Não Governamentais, as ONG's, de muito boa qualidade e que já realizam trabalhos da maior importância para o desenvolvimento sustentável de um país que precisa e busca compatibilizar um notável crescimento com a indispensável preservação de sua generosa natureza.
 (*) Delúbio Soares é professor
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Tiririca passa em teste

O deputado Francisco Everardo Oliveira Silva, passou no teste realizado pelo TRE de São Paulo.

Ele fez um ditado, leu e interpetrou um texto de jornal.

O que os palhaços do ministério público e justiça eleitoral vão inventar agora para tentar impedir a posse do Tiririca?...

Sugiro que o deputado apresente como primeiro projeto de lei da sua autoria o que permita a qualquer cidadão que vote ter o direito de ser votado.

Palhaçada é o judiciário não fazer nada para garantir que quem vota tem o direito de ser votado.

E Edviges e Finório...Finrinrim Fororó!

Convite


Seminário Brasilianas.org discute novas pesquisas energéticas



Vem aí o 06º Fórum de Debates Brasilianas.org. Desta vez, o tema será "Novas Pesquisas Energéticas".  O Fórum será uma
oportunidade para discutirmos as novas fontes de energia e a interação entre empresas e institutos de pesquisa nacionais.

O evento, realizado pela Agência Dinheiro Vivo, será no próximo dia 18/11 e terá as participações do Ministério da Ciência e Tecnologia, Petrobras, entre outras instituições. A apresentação e mediação será de Luis Nassif.

INSCRIÇÕES GRATUITAS:  0800.16.99.66


18/11/2010 - 09:30


Livraria Cultura - Conjunto Nacional



Av. Paulista, 2073

-

São Paulo



(11) 3016-2336

Clique aqui para ver a programação completa.


Esperamos vocês lá.


Agência Dinheiro Vivo

Visite Portal Luis Nassif em: http://www.luisnassif.com/?xg_source=msg_mes_network


A proposta do ministro Mantega é uma grande ilusão


Não passa disso a proposta que o nosso ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresenta na reunião do G-20 que começa hoje em Seul (Coréia do Sul), de substituição do dólar nas reservas e nas transações internacionais por uma cesta de moedas na qual estejam, entre outras, o euro, o yene, o yuan e o real.

"O mundo precisa tomar medidas para controlar a guerra cambial. Nós queremos evitar um grande conflito entre os países. Caso contrário, cada um vai ter que defender o seu. É o salve-se quem puder", afirma Mantega ao antecipar a justificativa da proposta que apresenta nesta reunião do G-20.

Este encontro do G-20 (as 20 economias mais desenvolvidas do mundo e os países emergentes) que se realiza hoje e amanhã conta com a participação do presidente Lula - pela última vez como chefe de Estado e do governo brasileiro - e da presidenta eleita, Dilma Rousseff (PT).

Da ilusão, vamos cair na real
Da ilusão, então, para o mundo concreto, vamos por os pés no chão. Caso não haja nenhum tipo de acordo ou medidas reais nesta última reunião deste ano do G-20 - e este é o desfecho previsível e esperado - vamos nos preparar para o pior.

A partir desta reunião, temos um marco: o Brasil deve reagir para valer, não pode e não deve pagar essa conta. Vamos adotar as medidas adequadas, então, reduzir os juros, e vamos nos proteger, controlando os capitais.

Não há outra saída. A nossa tem que ser, obrigatoriamente, fazer isto, cuidar das reformas e avançar para reduzir os custos de nossa economia, fortalecer nosso mercado interno e a integração sul-americana e latino-americana.

É por aí, que vamos buscar, conquistar e consolidar novos mercados também na África e na Ásia. Até porque não temos razões para esperar um crescimento econômico mais do que moderado na Europa e nos Estados Unidos, na melhor das hipóteses.
Zé Dirceu

Maria da Conceição Tavares


E a solução para o câmbio
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Crise gerada pelo dólar fraco é grave

A presidente Dilma Rousseff afirmou hoje que a desvalorização do dólar causa um grave problema para o mundo inteiro. Como convidada da Cúpula do G20, ela disse que não terá direito a voz nas discussões, mas que pretende manter a mesma posição defendida pelo presidente Lula.

O governo brasileiro condena ações isoladas, que geram o protecionismo, como as que têm feito os Estados Unidos e a China, por acreditar que essas decisões podem causar desequilíbrio na economia mundial.

Lula e demais autoridades brasileiras querem que seja firmado um compromisso das nações do G20 em favor de ações globais e não individuais para preservação do equilíbrio econômico mundial.

Para Dilma, a adoção de medidas como a anunciada recentemente pelos Estados Unidos, de comprar US$ 600 bilhões do Tesouro para estimular a economia interna – gerando empregos e impulsionando o consumo, por exemplo – representa protecionismo. "Acho que gera um protecionismo camuflado, como forma de se proteger", disse ela depois de um rápido passeio por Seul.

"Acho que é grave para o mundo inteiro a política do dólar fraco. Essa é uma questão que sempre causou problemas. A política do dólar fraco faz com que o ajuste americano fique na conta das outras economias".

À pergunta se pretende tratar do tema durante as reuniões em Seul, Dilma respondeu que está como "convidada" do G20 e não participante. Segundo ela, o papel de representar o Brasil é do presidente Lula e no caso do fórum dos ministros de Estado, do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Eu não tenho voz aqui ainda [no G20]. Não vou falar. É um fórum entre países, então a representação é do presidente Lula. Mas é muito provável que acompanhe toda a agenda [do presidente Lula], pois já tive alguns encontros bilaterais", disse.

De acordo com a presidente eleita, a ideia sugerida ontem (10) pelo ministro Guido Mantega de adotar outras moedas, além do dólar, nas transações comerciais e como reserva, depende não só do desejo, mas de uma conjuntura mais complexa.

"Não é uma questão de vontade, se fosse uma questão de vontade já teria sido feita. Pode ser uma questão de acordo, como foi em Bretton Woods, lá isso já foi colocado. Acho que essa é uma das posições, há várias na mesa. Acho que vai ser uma questão de negociação", disse Dilma.

A presidenta eleita afirmou ainda que conversou sobre a tecnologia do trem-bala com o ministro dos Transportes da Coreia do Sul, Jong-Hwan Chung, e que os coreanos têm interesse em investir no Brasil.

"Os coreanos têm todo interesse em participar [de licitações no Brasil]. [Ouvi sobre] as obras que estão fazendo, da capacidade deles de construção de aeroportos e do interesse em participar [de obras] no Brasil. E serão muito bem-vindos", disse ela.

Voto do nordestino vale tanto quanto os demais

Maria Inês Nassif

O Brasil elegeu, por dois mandatos, um ex-metalúrgico como presidente da República. Agora elege uma mulher. Ambos de centro-esquerda. Para quem assistiu de fora a eleição de Dilma Rousseff e os dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode parecer que o país avança celeremente para uma civilizada socialdemocracia e busca com ardor o Estado de bem-estar social. Para quem assistiu de dentro, todavia, é impossível deixar de registrar a feroz resistência conservadora à ascensão de uma imensa massa de miseráveis à cidadania.

Ocorre hoje um grande descompasso entre classes em movimento e as que mantêm o status quo; e, em consequência de uma realidade anterior, onde a concentração de renda pessoal se refletia em forte concentração da renda federativa, há também um descompasso entre regiões em movimento, tiradas da miséria junto com a massa de beneficiados pelo Bolsa Família ou por outros programas sociais com efeito de distribuição de renda, e outras que pretendem manter a hegemonia. A redução da desigualdade tem trazido à tona os piores preconceitos das classes médias tradicionais e das elites do país não apenas em relação às pessoas que ascendem da mais baixa escala da pirâmide social, mas preconceitos que transbordam para as regiões que, tradicionalmente miseráveis, hoje crescem a taxas chinesas.