Uma tapioca ministerial é mais escandalosa que um feto num saco no Itaú


O fato é estarrecedor, daqueles de embrulhar o estômago e ter nojo da insensibilidade completa das instituições que patrocinam, em nome da disciplina, que pessoas sejam obrigadas a situações degradantes à sua condição humana.
Um funcionária do Banco Itaú no Tocantins sofreu um aborto espontâneo enquanto trabalhava e , mesmo assim, "não pôde sair da agência até fechar a tesouraria, três horas depois do aborto, guardando nesse período, o feto em saco plástico," segundo informa o Ministério Público do Trabalho.
Pequenas notas saíram na imprensa, apenas. Entre elas, a da BBC, dias atrás.
O banco respondeu dizendo que "não sabia de nada" e que ia tomar providências.
Um detalhe, porém: o fato ocorreu em 2013!
Meu bom amigo Antonio Mello tratou do assunto em seu blog, de onde reproduzo o trecho abaixo:
"O Brasil se escandalizou quando ficou sabendo que um ministro teria consumido uma modesta tapioca e a teria pago com cartão corporativo. Escândalo.
No entanto, o Ministério Público do Trabalho pede na Justiça uma multa de R$20 milhões ao Itaú e isso não é notícia.
O pior é o motivo da multa. E nem isso causa escândalo.
{…}uma empregada do Banco [Itaú] passou mal e teve um aborto espontâneo, como consta no depoimento de diversos funcionários. Mesmo ensanguentada, não pôde sair da agência até fechar a tesouraria, três horas depois do aborto, guardando nesse período, o feto em saco plástico. No outro dia, após ir ao médico, voltou à agência para transferir a tesouraria para outro funcionário, e teve seu direito legal de 30 dias de afastamento reduzido para apenas quatro.
Não, não é notícia de um site sensacionalista querendo audiência. É uma página do Ministério do Trabalho. É um processo real sobre um acontecimento numa agência de uma banco que teve lucro, só no primeiro semestre deste ano, de quase R$ 6 bilhões de reais.
Uma tapioca gera escândalo, mas uma funcionária do banco que mais lucra no Brasil ser obrigada a colocar o feto abortado num saco plástico e seguir trabalhando… aí, bem…"

Em crise está o pig

"Proporcionalmente ao seu tamanho reduzido, o setor que mais desemprega hoje no Brasil é a imprensa. Só neste ano, tivemos 50 demissões de jornalistas na Folha de S.Paulo. Foram 120 demissões no Globo, 100 demissões no Estadão, 50 na Band e 120 na Editora Abril. A Editora Abril, que publica a revista mais sórdida deste país, teve de entregar metade do seu edifício-sede, teve de vender ou fechar 20 títulos de revistas. E temos grupos jornalísticos inteiros à venda. Parece que as pessoas não querem continuar lendo as mentiras que eles publicam."

Lula

...os heróis com o couro e a fome dos outros

Autor: Fernando Brito

A política não é um convescote e muito menos uma sessão de terapia de grupo, onde tudo pode ser dito com irresponsável leveza ou, ao contrario, despejar toda a sua carga emocional.
A política lida com a realidade, com o objetivo essencial da mantê-la ou mudá-la.
É esta é a sua métrica.
Não faltou quem, inclusive eu, muitas vezes criticasse duramente as políticas dos governos petistas, com Lula e com Dilma.
Muito mais, porém, pelo que  eles não fizeram, quando podiam (ou parecia que podiam) e muito menos pelo que eles fizeram.
Do subaproveitamento de oportunidades de criar ferramentas de defesa e – porque não? – acreditarem que não seriam atacados pela méquina de poder das elites, mídia à frente.
Agora, os jornais falam que o PT se reúne "no momento de maior afastamento" entre o governo e o partido.
Não creio que isso esteja acontecendo neste grau e, se estiver, é um grave erro político.
Nada a ver com subscrever tudo o que o governo faz ou de deixar de defender posições -corretas, inclusive, como a taxação das grandes fortunas.
Mas, como diz bem um amigo, o professor Nílson Lage,  há muitos "exemplares eruditos do discurso da esquerda que culpa o PT por ter viabilizado, com artes de Macunaíma, o processo de melhoria das condições de vida da população, expansão do ensino superior e tudo mais que vimos nos últimos 12 anos. A questão é o preço – moral e politicamente insuportável, dizem".
O próprio Lula, no seu primeiro mandato, muitas vezes, foi forçado a conduzir políticas econômicas que, em condições normais de temperatura e pressão, ele próprio e o PT detestariam.
E em situação de popularidade nada invejável.
Para quem duvida, cito a Folha de  11 de agosto de 2005, já ao terceiro ano de mandato:
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não seria reeleito se a eleição fosse hoje, segundo o Datafolha. (…) Lula perderia a Presidência da República no segundo turno para o prefeito José Serra (PSDB), derrotado pelo petista em 2002.  De acordo com o Datafolha, Serra teria 27% dos votos e Lula 30% no primeiro turno. No segundo turno, pela primeira vez, o suposto candidato tucano levaria a melhor: 48% dos votos contra 39% de Lula."
Todos sabem que, um ano depois, Lula foi reeleito.
E quem viveu intensamente aqueles dias sabe que parte importantíssima desta "virada" foi a plena afirmação do discurso nacionalista e de defesa das riquezas do país, que levaram Geraldo Alckmin a posar de camiseta e boné do Banco do Brasil e uma jaqueta cheia de adesivos de estatais.
Parecia, com todo respeito ao original, um Tiririca do neoliberalismo.
As defesa de posições mais nitidamente progressistas e de cunho de justiça social deve ser a de entender que é preciso criar as condições políticas para que elas possam ser postas em prática e isso está diretamente vinculado ao mundo real da política, como me referi ao início.
Só os muito tolos não percebem que os ataques ao Dilma não se reduziram, mesmo com as medidas econômicas de Levy merecendo o mesmo aplauso que receberam as de Antônio Palocci e Henrique Meirelles nos primeiros anos do Governo Lula.
Não arrefeceram porque têm como alvo a destruição de Lula, não de Dilma.
Vivemos uma ofensiva conservadora como poucas vezes se viu neste país e não se a vai furá-la com radicalização vazia, aquela que não pode se transformar em atos senão de desespero ou se tornarem resposta à frustração de militâncias.
É preciso cuidado para, até com as melhores intenções – daquelas que minha avó dizia estar cheio o inferno – não transformar a crítica em uma contrafação da esquerda, que acaba se encontrando, na prática, com a "onda" da direita.
O mundo, sabe-se a mais de meio milênio, é redondo e os deslocamentos opostos acabam, uma hora, chegando ao mesmo lugar.
Se não se enxergar isso, ficasse no purismo, e então concluo o raciocínio da Lage, de que Lula "deveria ter fincado o pé da proposta de integridade absoluta, nenhum acordo com as oligarquias. Pureza revolucionária. Não chegaria, talvez, ao fim do primeiro mandato, Não seria eleito para o segundo. Nada do que aconteceu teria acontecido".
"Seria, porém,preservada a pureza dos ideais, não importa a grandeza do do sacrifício.
Os ideais são de quem diz isso.
O sacrifício teria sido dos outros."

Por que os líderes europeus querem conversar com Dilma?


Às margens da cúpula entre Celac (Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos) e União Europeia que ocorre em Bruxelas, a presidente Dilma Rousseff teve reuniões com diversos líderes europeus – entre eles os primeiros-ministros da Grécia e Grã-Bretanha e a chanceler (premiê) da Alemanha.

Segundo a Presidência, todos os encontros com Dilma foram solicitados pelos europeus. A presidente também se reuniu com os líderes da Bulgária e de Luxemburgo, além do presidente do Conselho da União Europeia, Donald Tusk.

Acordos comerciais, Ucrânia, Olimpíadas e crise na Grécia foram alguns dos temas debatidos com os líderes internacionais.

Veja abaixo os temas das principais reuniões:

Grécia

A presidente Dilma Rousseff se reuniu com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, na manhã de quinta-feira. Tsipras que tomou posse neste ano após ser eleito pelo partido radical de esquerda Syriza.

O grande assunto foi a crise econômica do país – a Grécia se vê em dificuldades no relacionamento com diversos países europeus, está com problemas para saldar suas dívidas e, se não conseguir uma renegociação, corre o risco de sair da zona do euro.

"Obviamente o primeiro-ministro grego falou das dificuldades, que são públicas e notórias", disse a presidente após o encontro.

Em um momento em que o Brasil passa por um ajuste fiscal, a presidente, falando sobre a situação da Grécia, disse que "pesar a mão" poderia quebrar um país.

"Todas as medidas de austeridade implicam em dois lados. Se você não cria condições para o país transitar para uma situação de estabilidade, se você pesar a mão, você quebra o país. De outro lado, obviamente o país tem que fazer a sua parte."

Ela refutou, porém, comparações entre a situação dos dois países.

"Nós fazemos um ajuste, mas não temos desequilíbrio estrutural."

Alemanha

No mesmo dia em que encontrou o primeiro-ministro grego, Dilma se reuniu com aquela a chanceler (premiê) Angela Merkel, da Alemanha – país que vive papel antagonista ao da Grécia, por ser um dos principais credores de Atenas e defensor das medidas de austeridade.

Merkel irá ao Brasil em agosto, e a reunião serviu como uma preparação.

Segundo Dilma, os pontos principais da conversa foram ampliação do comércio e parcerias na área de indústria, desenvolvimento tecnológico e científico e formação profissional e técnica.

"A indústria alemã se caracteriza por uma grande expertise na área de inovação, chão de fábrica e capacidade de ter indústria de alta qualidade, de alta precisão", afirmou.

Elas também discutiram a parceria na área de cibersegurança – as duas líderes foram vítimas de monitoramento pela agência americana NSA e, depois disso, os países trabalharam em conjunto para aprovar uma resolução na ONU sobre o tema.

Elas também conversaram sobre a reforma de organismos financeiros –como o FMI e o Banco Mundial – e sobre a recuperação da economia mundial.

Grã-Bretanha

O encontro com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, começou com uma dança das cadeiras: o cerimonial havia preparado cadeiras com as bandeiras da Grã-Bretanha e do Brasil e os líderes se dirigiram aos locais errados – trocaram por sugestão de Cameron.

Além de desejar sorte na Olimpíada de 2016 no Rio – a edição anterior ocorreu em Londres – Cameron falou que conversaria sobre a economia.

"Há muitos assuntos para conversar sobre nossa colaboração econômica e a possibilidade de acordo entre a União Europeia e o Mercosul", disse o britânico, em referência à negociação que os dois blocos estão retomando, após anos de paralisação.

Dilma também destacou o programa Ciência sem Fronteiras e falou que o Brasil queria fazer uma Olimpíada ainda melhor que a de Londres.

Bélgica

Um tema delicado entrou na discussão de Dilma com o primeiro-ministro belga, Charles Michel: a crise na Ucrânia.

A Rússia, que sofre sanções europeias por sua atuação em regiões separatistas da Ucrânia, é parceira do Brasil no Brics – grupo que realizará uma cúpula no mês que vem.

"Mas a Dilma insistiu muito mais na dimensão econômica que o encontro vai ter, ainda que tenha dito que temas políticos têm crescentemente comparecido", disse o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia.

Também foram discutidos, segundo Dilma, o acordo do Mercosul e da União Europeia e o plano de concessões lançado pelo governo nesta semana.

A presidente destacou que diversas empresas belgas estão no Brasil e que elas têm forte atuação no setor de infraestrutura.

Após a operação Lava Jato, muitas construtoras perderam força. Por isso, segundo analistas, o Brasil precisa atrair empresas internacionais que atuem na área.

Briguilinks

Frase do dia

Blog do Briguilino -

Tudo começou dar certo quando eu parei de pedir chorando e comecei a agradecer sorrindo!

Talyta Saraiva

Conversa Afiada - Bioceânica: quem não quer e porque


O PiG, o Ibama, a Funai, o MP e o TCU se tornam instrumentos do interesse nacional americano​
Quem não quer a Ferrovia Bioceânica são os Estados Unidos, porque ela será uma alternativa ao Canal americano do Panamá.


Quem não quer a Bioceânica são instituições instaladas no centro do Estado brasileiro e  funcionam, na prática, como agentes do interesse americano.



Para ser mais claro.



O IBAMA e a Funai.



O TCU e o Ministério Público.



São obstáculos a qualquer tipo de progresso, de intervenção no espaço físico, para construir o progresso.



Associam-se nessa inglória tarefa o Tribunal de Contas da União, dominado pelos pefelistas da Arena.



E o Ministério Público, dominado por procuradores fanfarrões.