Acuado e fraco, por Diogo Costa

Nunca vi, em toda a minha vida, e desconheço exemplos históricos para o que ocorre no Brasil atualmente. 

Ao revés do que imaginam alguns, temos um dos presidentes mais fracos de todos os tempos. 

Um presidente que não tem força, pasmem, para se desfazer de seus próprios ministros! Um refém de seus subalternos! Nunca vi isso. 

Ou não é verdade que Bozo hoje não pode se desfazer de Paulo Guedes, de Sergio Bozo, digo, Moro, e de Mandetta?

É um presidente caricato e patético, acidental, despreparado, terraplanista e anticientífico. Um fraco, sobretudo. 

Justamente por ser fraco é que bate na mesa. Pobre Brasil.

Os ricos também passam fome, por Malu Aires

Bolsonaro fez um cercadinho de empresários pra encenar o número - Os ricos também passam fome. O desespero de Jair em eliminar gente, está acabando com ele. Jair parece que perdeu todos os 60 dentes de dragão-de-komodo; não ri mais da nossa cara como antes. Não adianta; a gente descobre as mentiras do Jair em questão de minutos. O elenco de puxadores de saco de milícia já tá ficando conhecido. Sempre as mesmas caras, as mesmas carpideiras. O Brasil não quer o genocida. Só sobrou com Jair a carreata do coronavírus no cercadinho. Jair viu Mourão fazendo pose de vice-vigarista na revista. Demitirá ele? Nós queremos mais é que a quadrilha entre em guerra, pra gente ficar em paz. Sem os sem-vergonha do Clube Militar, sem a família mamadora e pistoleira e sem os ministros decorativos de encruzilhada, o Brasil se cura. Como qualquer fake news do Jair, essa fraude eleitoral não teria futuro nenhum.
Malu Aires

10 coisas boas que Bolsonaro fez, por Marcos Kern

01. Subiu o salário mínimo de R1.198,00 para R$ 1.045,00;
02. Abaixou o preço da gasolina de R$ 2,80 para R$ 4,98;
03. Abaixou o GLP de R$ 45,00 para R$ 80,00;
04. Prestigiou os patrões com a retirada dos direitos trabalhistas dos empregados;
05. Prestigiou os trabalhadores dando a oportunidade de trabalhar 40 anos para se aposentar;
06. Prestigiou os miseráveis na reforma da previdência passando o valor assistencial de um salário mínimo para R$ 400,00;
07. Prestigiou os trabalhadores à negociar o seu salário com o empresário e trabalhar aos sábados e domingos, sem direito a descanso semanal, vale transporte, vale alimentação, férias e 13° salário;
08. Diminuiu a mamata dos militares, magistrados, procuradores e políticos com um aumento substancial de 41% nos vencimentos;
09. Tirou a mamata dos banqueiros repassando de crise em crise bilhões e trilhões de reais do tesouro;
10. Defende o trabalhador jogando-o à própria sorte na 'guerra contra a Covid-19' para que o patrão não fique sem os lucros.

VOCÊ É UM INGRATO. Elenquei somente 10, como pediu. Fácil, fácil...

Marcos kern

Passeio pela mionsfera, por Luis Felipe Miguel

Nesses dias, dei um passeio virtual pela minionsfera. É assustador. É conspiração chinesa, é primo do porteiro, é estouro de pneu. É a comparação com pandemias que teriam matado muito mais gente nos governos do PT mas ninguém se incomodou. É comunista pra todo lado. É uma mistura perniciosa de burrice convicta com desprezo pela vida dos outros. Uma linha particularmente demencial de argumento diz que se Bolsonaro está falando o que está falando é porque ele tem informações secretas. Afinal, o mito não falaria besteiras. Os mais "sofisticados", como professores universitários, investem na tese da hidroxicloroquina. Não precisamos de isolamento porque a hidroxicloroquina nos salvará a todos. É uma curiosa maneira de aplicar à pesquisa científica a lógica do milagre religioso. Circula nas redes o dito de que a mente dos mínions é como a caixa preta dos aviões: só abre depois do desastre. Acho essa afirmação muito otimista. O desastre não nos dará nem isso. E enquanto Bolsonaro permanecer sentado na cadeira presidencial, com poder de boicotar as ações de controle da pandemia, a perspectiva do desastre só se torna mais sombria... 
Luis Felipe Miguel

A praga e o verme

POR ANTÔNIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, o Kakay, advogado criminalista

"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome" (Clarisse Lispector)

" Aquele que luta com demônios deve acautelar-se para não tornar-se um também. Quando se olha muito tempo para o abismo, o abismo olha para você." (Friedrich Nietzsche)

O Inimputável hoje resolveu desafiar a tudo e a todos e foi para as cidades satélites de Brasília a cumprimentar e a andar entre as pessoas.

Desafia a orientação técnica do seu governo, que prega o isolamento. Descumpre a orientação da OMS. Desafia o bom senso, a boa fé das pessoas, principalmente as mais dedicadas a ele. Infringe qualquer norma de inteligência.

Chegou a hora, ou já passou esta hora, de pará-lo.

Onde está o Chefe da Procuradoria Geral da República que não se manifesta? Onde anda o inepto do Ministro da Justiça que não faz cumprir sua própria Portaria?

Omissões criminosas. Todos nós sabemos que o Judiciário, o Supremo Tribunal Federal, só age se provocado. Urge que, no silêncio que cresce como um câncer, uma praga, o Congresso Nacional se manifeste.

Independente do Inimputável estar ou não infectado sua atitude deve ser levada aos Tribunais para que ele seja responsabilizado . Se não existe clima político no país para o impeachment, ou para a Interdição, e eu penso que há, é necessário recorrermos ao Estatuto de Roma que expressamente prevê a responsabilização por crimes contra a humanidade.

Ou nós resgatamos um pouco da humanidade que ainda resta no sofrido povo brasileiro ou seremos vítimas da praga e do verme.

Bolsonaro mira o juízo final, por Ricardo Cappelli

A "voltinha" do Capitão neste domingo por Brasília foi uma demonstração clara de que ele vai às últimas conseqüências com a sua estratégia. 

É pouco provável que o presidente não tenha consciência dos 
riscos e de todas as variáveis. Parece estar se valendo da velha máxima: quem quer a paz deve se preparar para a guerra. Se ela não vier, melhor.

Ele sabe que a demissão de Mandetta neste momento pode lhe trazer algum desgaste. Para evitar o ônus, vai desautorizando publicamente o ministro esperando sua demissão. 

Outra hipótese que deve ser considerada é a possibilidade de duas táticas. Mandetta tenta minorar os efeitos da pandemia enquanto o presidente pinta sua base para a batalha. Contraditório? Talvez não.

É improvável que Bolsonaro seja um gênio que vai acertar sozinho na loteria na contramão de todos os líderes mundiais. 
Por que a cloroquina, testada supostamente com sucesso por médicos franceses, não foi usada na Itália? Por que nenhum país do mundo adotou a linha do isolamento vertical? 

Seria então o Capitão uma besta quadrada? Pouco provável também. O tal remédio é o "sutiã" que ajuda a sustentar o falso discurso de defesa da economia. 

Seu objetivo não é a saúde ou a economia. Ele busca o poder.

O presidente conseguiu sair do canto do ringue ao abraçar a bandeira de defensor dos empregos. Perdeu divisões pelo caminho, tudo indica que continua sangrando, mas não há dúvida que reagrupou e reorganizou seu exército para o momento decisivo.

Todos os estudiosos indicam que caminhamos para um desastre humanitário. Em Nova York, em apenas 48 horas morreram mais pessoas que em todos os homicídios ocorridos em 2019. O vírus fez o "indobrável" Trump ficar de joelhos para Lord Keynes.

As mortes na Itália estão mais concentradas no norte rico. Os distúrbios sociais causados pela carestia ocorrem principalmente no sul mais pobre.

O cenário mais provável, infelizmente, são cadáveres em profusão no sudeste e no sul e a elevação da tensão social nas regiões mais pobres do país. Caminhões do exército carregando corpos pela Avenida Paulista e saques nas periferias. Que tal?

O Capitão é produto do caos, a instabilidade permanente é seu habitat natural. Ele conta com boa parte da tropa nas forças armadas, exerce forte influência sobre as policias estaduais e possui um exército virtual invejável.  Tudo indica que sua atuação nas redes é coisa de profissionais, organizada e dirigida do exterior.

O Brasil não parece preparado para se despedir de seus familiares pelo celular. Se o pior acontecer, será inevitável a radicalização do ambiente político. Um desfecho, para um lado ou para o outro, acontecerá. Quem serão os culpados? Como reorganizar o país diante do caos? Os governadores sabotam a nação dividindo o país?

Bolsonaro já está preparando seu exército para esta disputa. Tem alguém na sala de operações do Comando Maior da Oposição Democrática? Existe este Comando?

Uma dica: na democracia, cadáveres costumam enterrar carreiras políticas. Só na democracia.

 Não se iluda, o Capitão está se pintando para a guerra do "Juízo Final".

Nova cara para o caos, por Janio de Freitas

A disposição das forças políticas, no tabuleiro do Poder, avançou em alterações importantes, nos últimos dias. Ainda que confundindo botinas com luvas, mulheres e furos, Bolsa e humanidade, o bolsonarismo oficial não foi contrastado pela oposição desde a sua posse. Dominou para nada que prestasse, aceito pela passividade proveitosa ou atemorizada diante da inépcia amalucada e regressiva. O contraste apareceu. Incipiente, mas já capaz de empurrar Bolsonaro e o bolsonarismo para mais próximos do seu lugar legítimo.

É o aparecimento quase simultâneo da lucidez independente no Congresso, há algum tempo puxada por Rodrigo Maia e, em algumas ocasiões, por Davi Alcolumbre; também da consciência ativada em muitos governadores, quase todos, tanto da sua responsabilidade como do seu poder; e, ainda, da marselhesa das panelas, som da opinião pública desalentada.

Essa combinação é uma força real, em condições de atenuar o estado caótico geral e o regressismo social e legal comum aos atos e projetos do governo. Não em condições, porém, de diminuir a alienação mental de Bolsonaro e dos seus três orientadores. Dotados de meios de resistência, como recusa a sanções, incidentes internacionais, mobilização de agitações com PMs, caminhoneiros, milícias. O cardápio é farto. E, sim ou não, com os militares.

Nosso falar, a propósito, precisa corrigir-se. A usual menção a militares inclui, além do Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Assim tem sido imprecisa e injusta. Marinha e Aeronáutica têm praticado um profissionalismo exemplar. Há muito tempo, e com mais razão nestes tempos, não se vê um almirante ou brigadeiro fazendo considerações públicas de fundo político, nem diretas nem disfarçadas.

As especulações de divisão e preocupações diversas nos comandos do Exército, ou divergências da tropa de generais entre si ou com Bolsonaro, em geral não têm indícios aceitáveis. Escalado ou voluntário para remendar falas de Bolsonaro, o general-vice Hamilton Mourão vem, sempre, com um "não se expressou bem" que, no máximo, traz vaguidão. É o suficiente, porém, para mostrar que a corrente do Exército no governo, representada por Mourão, não se opõe ao dito ou feito por Bolsonaro. Apenas procura não ser atingida, também, pela repercussão negativa do feito bolsonárico.

Como a já exausta última gota, o episódio que alterou a distribuição dos pesos políticos foi, na noite de terça (24), a fala de Bolsonaro em rede de TV. O contrassenso da alienação: uma leitura de mau texto para atacar a estratégia do seu governo no combate ao coronavírus. Mais contrassenso: fala em rede nacional para convocar os brasileiros a não cumprir o isolamento, na residência, recomendado pela Organização Mundial da Saúde, em nome da ciência, para evitar o contágio e diminuir as mortes. Bolsonaro propugnando a atividade econômica que seu governo, em 15 meses, jamais promoveu.

Bolsonaro, no entanto, em sua fala não fez mais do que ser Bolsonaro. Admite não conhecer estudo nem caso prático que apoie sua pregação contra o isolamento. Trata-se, pois, de uma intuição sua, um impulso instintual, algo vindo de suas profundezas mais recônditas. Da natureza do homem que tem como seu herói o chefe de crimes coronel Ustra; que fez e levou os filhos a ligação com milicianos homicidas; adepto do método "bandido bom é bandido morto"; que preferiria ver um filho morto a sabê-lo homossexual. Que instiga o aumento de tragédias rodoviárias, quer a população armada e libera arma até para menores de idade; defendeu e prestou homenagens parlamentares a assassinos, retira a proteção às tribos indígenas assediadas por matadores, propôs encerrar um confronto de traficantes na Rocinha com o lançamento aéreo de uma bomba na favela, ameaçou explodir bombas nos quartéis de seus companheiros no Exército: a morte alheia é indiferente a esse ser funesto, quando não é desejada.

A proposta de prioridade à economia, sobre a vida exposta das crianças escolares e dos adultos ativos, está na lógica e na natureza sinistra de Jair Bolsonaro. Já bem conhecida. Por que agora, ou só agora, causou indignação consequente, tanto pode dizer bem como dizer mal dos brasileiros. À sua escolha.