E-commerce

[...] e Facebook os dois lados desta relação

Quando você compra um computador, ou qualquer outro item on-line, é muito provável que tenha realizado uma pesquisa em diversos sites para saber mais sobre ele, como ler
comentários em relação ao seu desempenho de pessoas que já o compraram. Agora, o Facebook pretende utilizar a sua vasta rede de conexões sociais (cerca de 600 milhões de usuários ativos) como ingrediente decisivo na decisão de compra dos consumidores.

Um ano após o Facebook ter começado a distribuir a sua opção “Like” para milhões de sites – uma média de 10 mil sites por dia – a rede social de Palo Alto começa a se afirmar como uma potência no e-commerce. A rede social já conta com o engajamento de diversas empresas, como a Ticketmaster, cujo site inclui um aplicativo que permite às pessoas verem se seus amigos já compraram ingressos para shows aos quais tenham interesse.
Assim como quase sempre as pessoas conversam com seus amigos antes de realizar uma compra significativa, elas agora tem “uma forma de compartilhar on-line muito parecida com o procedimento off-line“, disse Dan Rose, um ex-executivo da Amazon.com.
Enquanto isso, um relatório divulgado na semana passada pela Harris Interactive Media disse que o botão “Like” está ultrapassando as opiniões de sites como o yelp como a principal forma de se apoiar um produto ou empresa através de uma mídia on-line.
Mas o gigante social não quer ser apenas o influenciador. No mês passado, o Facebook anunciou um serviço próprio de compra coletiva on-line em San Francisco e outras quatro cidades dos EUA, uma operação focada no convívio social que pode gerar grandes receitas.
No entanto, alguns céticos afirmam que o botão “Like” nunca vai se tornar o principal elemento em uma decisão de compra. Uma recente pesquisa com varejistas norte-americanos feita pela Forrester, em parceria com a Shop.org, descobriu que 62% dos inquiridos afirmam que o ROI (Return On Investment) do marketing social ainda permanecem incertos, e apenas 29% dos entrevistados afirmaram que as estratégias de marketing social ajudaram o seu negócio a crescer. Além disso, 61% dizem que o principal benefício deste tipo de marketing é “ouvir e compreender melhor nossos clientes”. Apesar de ser uma pesquisa realizada nos Estados Unidos aqui no Brasil não é muito diferente.
“As pessoas pensam que toda compra é social porque os adolescentes vão ao shopping em grupos”, opina Sucharita Mulpuru, analista da Forrester Research, que escreveu um recente relatório pessimista sobre o futuro do Facebook no comércio eletrônico. “A maioria das compras não são sociais. As pessoas não vão para o Walmart em grupos. Eles não vão ao supermercado em grupos”. Mas até que ponto uma analogia entre o on-line e o off-line pode ser utilizada para justificar um comportamento de compra?
Ainda assim, Mulpuru diz que existem nichos onde o Facebook pode se tornar uma grande força no e-commerce, como a venda de bilhetes, por exemplo, porque shows, jogos, entre outros eventos são inerentemente sociais, estes nichos são uma exceção, e não a regra.
O Facebook já teve tempo suficiente para provar que um dia vai produzir um Zynga do varejo”, diz ela, referindo-se a fabricante de jogos sociais que faturou bilhões no Facebook.
Mulpuru ainda acrescenta que para a maioria das empresas, principalmente para os varejistas, o Facebook pode ser mais importante para tornar os consumidores mais conscientes da marca, ao invés de impulsionar as vendas como muitos querem, ou acreditam.
Independente de se vender ou não em redes sociais, a presença das empresas nestes espaços é indiscutivelmente importante, e até mesmo vital. Elas devem testar, estudar e ficar atentas a estes ambientes complexos que muitas vezes podem se tornar perigosos, como em casos recentes aqui no Brasil. Mas que também podem trazer benefícios como em nenhum outro.
Guilherme Gavioli – E-Commerce News

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