dos Teatros da Vida

Cena 2 – O Imperfeito

- Eu quero.
- Mas não pode.
- Uma coisa não anula a outra.
- Não quero pensar nisso. O que não tem remédio, remediado está.
- Por que você foge tanto?
- Sou eu que acabo me dando mal. Mais na cara, impossível.
- Eu me dou mal também. Nesse momento estou me dando muito mal.
- O teu ‘eterno’ é efêmero demais. Quando viu, já não existe mais.
- Você fica medindo o tempo e não a intensidade…
- Eu fico medindo até onde dá pé pra mim.
- Eu te seguro. Se não der pra atravessar, eu te coloco de volta na borda.
- Não entendeu que você já está sufocando. No máximo, vai me levar junto.
- Seria ruim morrer comigo?
- Não quero.
- Seria?
- Não. Mas não quero.
- Você pensa demais…
- Você pensa de menos…

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