Quem banca os mercenários que protestam contra o PT?


:
As ações do grupo que promove manifestações contra o PT e contra Dilma e Lula pelo Brasil afora chamam a atenção dos mais afeitos a detalhes, para além da simples aparência dos caros bonecos infláveis.
Em primeiro lugar, a estrutura que cerca os tais "bonecos" infláveis, expostos nas ruas do país. Ao preço médio de 12 mil reais, os bonecos recebem um aparato de segurança que contempla cercas, cones e pasmem, a contratação de vigilantes de empresas de segurança privada, além de apoio para os minguados manifestantes como água, sucos, refrigerantes e lanches, cadeiras para descansar do balouçar de bandeiras, banheiros químicos e a mordomia de ter à disposição, equipe profissional de apoio fardada, com motos e carros de luxo, sem contar com as camisas padronizadas, faixas, bandeiras e impressos em geral.
Foi isso o que vimos em Fortaleza, patrocinado por um denominado Instituto de Democracia e Ética, cujo único registro é uma página no Facebook, onde se coloca como "Instituição política, suprapartidária, sem fins lucrativos que busca conscientizar os cidadãos de sua responsabilidade política na sociedade". Na verdade, um braço do PSDB que tem no seu comando o empresário do setor imobiliário Paulo Angelim, membro da Comissão Provisória do PSDB de Fortaleza, pelo menos a partir de maio de 2015, segundo os registros do partido no TRE-Ce.
Em segundo lugar, para os ainda mais atentos, se destaca a estratégia de propaganda e marketing. A estratégia dos bonecos é nitidamente uma ação midiática. Haja vista a estrutura citada nos parágrafos anteriores. Colocar militantes nas ruas em passeatas perturbando o já conturbado tráfego das grandes cidades brasileiras não seria "simpático" à possíveis apoiadores, além é claro, de exigir mobilização social, o que não é o forte da direita no Brasil. Na passagem da boneca da presidenta Dilma em Fortaleza, contava-se, entre todos os presentes, quatro ou cinco "militantes". O maior número era de pessoas contratadas entre seguranças privados e equipe profissional de apoio, como mostram as fotos. Entretanto, o efeito midiático da ação, com bonecos gigantes, chama a atenção dos que passam pelos locais onde se monta a estrutura, criando a falsa sensação de mobilização.
Em terceiro lugar, o que se destaca mais ainda, é o custo dessa conta. Quem está pagando a agência de publicidade ou os marqueteiros contratados para criar a estratégia desta campanha de âmbito nacional? Porque não há dúvida, para quem é do ramo, de que há toda uma estratégia de propaganda e marketing político por trás dessas ações. Uma estratégia em que os bonecos são apenas uma pequena parte visível e que talvez, a maioria dos apoiadores nem perceba que são apenas massa de manobra nessa superestrutura maior que tem como objetivo derrubar um governo democraticamente eleito, mas que para infortúnio da grande maioria da população, não consegue superar suas dificuldades internas e abre espaço para que uma minoria detentora dos meios de produção concretos e simbólicos e, portanto detentora do poder real que é o poder econômico, consiga articular ações de desestabilização política que colocam em risco a maior conquista recente do Brasil que é a nossa democracia.
No final das contas, como sempre, quem vai pagar essa conta somos nós, a maioria do povo brasilero, cuja única demanda real é a estabilidade política e econômica, para que o País volte a crescer e se desenvolver.
Fátima Bandeira - Jornalista e editora do Ceará 247

Nenhum comentário:

Postar um comentário