Pelo histórico da sua ficha criminal, Eduardo Cunha é um chantagista de mérito indiscutível. Já há muito, colhemos do seu perfil em pesquisa:
Os pedidos com que Eduardo Cunha trabalha são muitos e variados: empreiteiras, empresas de telefonia, companhias prestadoras de serviço no setor elétrico. Dependendo da negociação, e do desejo do freguês, Cunha providencia a anulação de normas, inclui nas Medidas Provisórias as emendas-submarino (como são chamados no Congresso os adendos oportunistas que nem sequer precisam tratar do mesmo assunto da MP) e agiliza a aprovação de leis.
Mas com aquelas pessoas e empresas mais resistentes, ele sempre foi até o segundo passo. Chantageava. Segundo um delator da chamada Operação Lava Jato, partiu de Eduardo Cunha a iniciativa de pressionar multinacionais para que pagassem corrupção referente a contratos de navios-sonda da Petrobras por meio de requerimentos apresentados na Câmara.
Esse delator afirmou ter se reunido em 2011 com o deputado, e que nessa reunião Eduardo Cunha dissera “que havia tomado a decisão de fazer um requerimento na Comissão de Fiscalização da Câmara pedindo explicação sobre os negócios de Júlio Camargo".
Outro delator, Alberto Youssef, acusou Eduardo Cunha de pressionar a empresa Mitsui a pagar propina, valendo-se de pedidos de informações no Congresso que poderiam criar embaraços para a empresa. De acordo com o doleiro, Eduardo Cunha apresentou, por meio de um aliado, os pedidos de investigação contra a empresa porque ela parou de pagar propina.
São apenas algumas das chantagens denunciadas, que se busca e se colhe sem qualquer esforço de procura sobre ele. O problema é que a essa intensa ficha criminal, o nobre chantagista acrescentou o crime de sequestro, na medida em que procurou fazer da presidenta Dilma uma refém. E não exagero, porque sequestro é um crime de reter à força um bem ou pessoa com intenção de cobrar dinheiro, vantagens ou providências imediatas para a concessão do resgate. Mas nem toda força é física, é claro.
Refém, por sua vez, é a vítima capturada por um criminoso, grupo ou organização e que sofre ameaças, se não forem atendidas as exigências ou reivindicações dessa pessoa, grupo ou organização. Copio de pesquisa sobre o caráter de sequestradores:
“O sequestrador quer algo para obter alguma coisa. Isso pode ser tão simples como dinheiro, segurança pessoal ou uma passagem segura para outro país, ou pode envolver complicados objetivos políticos. Mas o alvo do sequestrador não é o refém, é uma terceira pessoa (uma pessoa, uma empresa ou um governo), que pode fornecer o que quer que seja que o sequestrador queira. Os reféns são apenas o meio para a barganha”.
O chamado presidente Eduardo Cunha já havia sequestrado o Congresso e, como bom criminoso, aumentava o preço do resgate a cada votação. Ele sacrificou o Brasil para exercer o próprio arbítrio e delinquência. Agora, posto contra o muro, tirou a máscara.
Ainda há matérias que perguntam na chamada: “Por que Cunha aceitou o pedido de impeachment?”. Precisa explicar? Ele sentiu o fim do seu reinado. As notícias falam que em uma primeira avaliação com assessores, a presidenta Dilma Rousseff desabafou que, ao menos, acabou-se a indefinição que estava imobilizando o governo. "Foi melhor assim".
O nobre delinquente, na sua decisão afirma de abrir o impeachment contra a presidenta: “(o governo Dilma) não é uma crise exclusivamente econômica, mas também política e, sobretudo, moral”. E mais: “tenho defendido que, a despeito da crise moral, política e econômica que assola o Brasil...”. Quem fala? Não tem pudor nem consciência. O cinismo não dói.
Eduardo Cunha, no seu estilo de bandido ético, sempre espalhou a ameaça de falar o que sabe se algum dia caísse, pois ele não cairia sozinho. Que caia e fale, que caia e venha abaixo com quem da sujeira dele se lambuzou. Parodiando o samba de Paulinho da Viola: um aliado que morre é uma ilusão. E uma ilusão deve morrer.
Na Rádio Vermelho http://www.vermelho.org.br/noticia/273736-35
Destaque do Dia: Será Temer um traíra?
Nenhum comentário:
Postar um comentário