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Juizite, síndrome causadora de uma certa sensação de elevação no paciente, que passa a pensar não estar pisando no chão, sendo este apenas um dos sintomas entre muitos outros relacionados à perda do contato com a realidade. A percepção dos primeiros sinais da síndrome é importantíssima, vez que, no estágio probatório, o paciente ainda sente um certo medo, que se manifesta de maneira geral, especialmente com traços de submissão. Se não tratada no início, a síndrome tende a se agravar, principalmente em ambientes privados, fechados para o público, ocasião em que a doença passa por uma fase de incubação e proliferação das células responsáveis. Nos casos mais graves, a internação nunca é recomendada, podendo levar à perda total das capacidades visual e auditiva, como o paciente ficando impossibilitado de ver ou ouvir outras pessoas. A anamnese torna-se impossível, portanto, em casos de maior gravidade. Embora o histórico demonstre que a patologia não é hereditária, a possibilidade de contágio não é pequena. Muito pelo contrário, pesquisas em macacos demonstram que a juizite se transmite na percepção dos gestos e atitudes entre os pacientes. A cura ainda não foi descoberta também, mas experiências recentes têm sido bem-sucedidas, com pacientes submetidos a leituras intensas sobre história, ciência política, sociologia, entre outros textos, acompanhados de uma viagem de ônibus ou uma visita à penitenciária. Terminantemente proibido textos de direito. Cientistas tentam criar um composto de humildade e empatia, mas a falta de matéria prima tem dificultado os testes.Terapias de grupo são recomendadas, ao ar livre, desde que não se coloque nunca mais de um paciente em cada grupo. Doenças como promotorzite, defensorite, pocuradozite, delegazite etc são da mesma espécie, morofologicamente semelhantes, mas com possibilidade de danos diversos.