Folha de São Paulo - O jornalista Janio de Freitas postula a forte presença de uma personagem decisiva no cenário eleitoral: o contrariado. Para Freitas, são os 'contrariados' que vão decidir as eleições. E quem seriam os contrariados? Aqueles que se insurgem contra as decisões do poder judiciário, notadamente ambíguas, precipitadas e em desacordo com as instâncias internacionais e com o próprio direito. Para o jornalista, os contrariados são em maior números que os 'adesistas' e, no final das contas, quem prospectará a maior vantagem de tudo isso é Fernando Haddad.
Em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo, o jornalista destaca os desdobramentos da impugnação da candidatura Lula feira pelo TSE: "os contrariados com a impugnação da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são mais milhões do que a soma dos milhões que apoiam os colocados, conforme o Datafolha, em segundo, terceiro, quarto e quinto lugares na preferência dos eleitores. Mas, a começar do próprio atingido, a contrariedade não veio do inesperado. Sua fonte é a confirmação do previsto."
E avança na elaboração de seu conceito de 'contrariedade': "se a contrariedade se manterá nos limites da manifestação eleitoral, nos próximos meses, é um componente a mais da zona de sombra em que o país transita —se a atravessa, é duvidoso."
Sobre Haddad, ele diz: "é possível que o desempenho de Fernando Haddad, ou de quem seja o substituto de Lula, funcione como uma compensação para a contrariedade."
E justifica o adensamento eleitoral de Haddad, na linha do adensamento dos contrariados: "no escasso tempo de que dispõe a campanha do substituto, porém, o desempenho e seus efeitos dependem pouco do candidato e muito das disposições dos contrariados."
Janio de Freitas ainda frisa o papel do sentimento de exasperação na sociedade brasileira: "não por acaso, o sentimento de injustiça e perseguição incide sobre uma parte da população já exasperada pela crise, com o desemprego, a criminalidade, a ação policial indiscriminada, a vida em tudo mais difícil. Até agora, a perspectiva das eleições não atenuou a tensão."
Brasil 247
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