BRA, Gávea, Armínio Fraga e o silêncio

Leio por aí que um dos sócios da falida empresa aérea BRA é a Gávea Participações, do nosso conhecido Armínio Fraga, chapa do Principe da Sorbonne.
Mais de 40% das ações da dita que demitiu 1100 funcionários e deixou os passageiros a ver navios pertencem a este fundo e nenhum jornal fala nadica de nada sobre o fato.
Os jornalões inclusive tratam do assunto sob a rubrica política, e não economia, onde de acordo com um mínimo de bom senso deveria estar. Ora, por que será?
Vamos ver agora o que mais esse cidadão de sucesso vai armar...Os outros negócios do Gávea.
Nos últimos dois anos, o ex-presidente do BC Armínio Fraga investiu em setores que vão de logística a shopping Multiterminais.
Em fevereiro, os fundos do Gávea compraram, por 125 milhões de reais, 25% da empresa, que fatura 206 milhões de reais por ano BRA.
Em dezembro de 2006, o Gávea comprou, com outros seis bancos e fundos, 45,9% da companhia aérea Aliansce Shopping Centers.
Em abril, foram adquiridos 23,5% da Aliansce, que administra 15 shopping centers e faturou 2,5 bilhões de reais em 2006*segundo a revista Exame, que acaba a matéria aqui com o seguinte texto: Ainda não se sabe onde exatamente a compra do McDonald's se encaixa nessa estratégia, mas o plano do Gávea é esperar de quatro a cinco anos para se desligar dos negócios em que investiu. Esse será o tempo necessário para saber se a turma de Armínio é realmente tão boa nos negócios como no mercado financeiro.
Já deu pra ver, né?

Kelly Christynna

2 comentários:

  1. Dois dia antes da falência da BRA Lula estava se confraternizando com os diretores da mesma. Talvez dividindo o butim e o depositando em algum paraiso fiscal, tal e qual fizeram com Duda Mendonça

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  2. Imagine só o barulho que o PT não teria feito no Congresso, nas Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais se o presidente da República, seu adversário, tivesse celebrado a compra de 20 aviões por uma empresa que quebraria menos de três meses depois, desempregando mais de mil funcionários e deixando milhares de passageiros com bilhetes pendurados na broxa?

    Quantos dos passageiros sem assento não compraram seus bilhetes confiados no aval dado pelo presidente à empresa? Será que a precária situação financeira da empresa era ignorada pelo governo a menos de três meses de sua falência? E que governo é esse que não sabe o que se passa com uma empresa de aviação prestigiada pelo presidente da República?

    Isso poderia configurar crime de responsabilidade. E ser objeto de uma ação popular.

    Para infernizar a vida do seu adversário, o PT não deixaria passar uma ocasião assim por nada deste mundo.

    Pois bem: Lula visitou a fábrica da Embraer de São José dos Campos em 21 de agosto último. E lá comemorou a compra de 20 jatos pela BRA. Alguns trechos do discurso dele:

    (...) Há pouco mais de 3 anos estive aqui para o lançamento da Família Embraer 170-190, que é um sucesso extraordinário da indústria nacional. Hoje, comemoramos a assinatura de um contrato entre a empresa BRA e a Embraer para a compra de 20 jatos Embraer 195, no valor de 730 milhões de dólares, ou cerca de 1 bilhão e meio de reais. O contrato se refere a mais de 20 opções do mesmo modelo, o que pode elevar o seu valor a 1 bilhão e 460 milhões de dólares.

    (...) Este é um fato muito importante. Na verdade, e por várias razões, um marco na aviação brasileira. E, aqui, eu queria dizer à direção da BRA que possivelmente hoje ficará marcado como o dia em que as empresas aéreas brasileiras descobriram a Embraer.

    (...) Pois bem, eu penso que a BRA está dizendo claramente o seguinte: nós temos uma empresa de ponta, que produz um produto de ponta e que atende plenamente os desejos do mercado nacional, com autonomia para voar de Porto Alegre ao Ceará em vôo direto e com conforto. E, possivelmente, o gesto que a BRA está fazendo neste momento será repetido por outras empresas.

    (...) Então, essa combinação que a BRA está fazendo nesse instante [compra de aviões de médio porte e vôos regionais] pode significar uma novidade extraordinária e uma revolução no conceito da aviação brasileira. Eu tenho certeza de que nesses próximos anos a BRA vai colher com o lucro e com o crescimento do número de clientes pela aposta certa que está fazendo de acreditar cada vez mais na aviação regional.

    (...) A BRA está dando uma demonstração de que não é apenas o coração que é brasileiro ou a cabeça que é brasileira, ela é uma empresa que acredita no crescimento da oferta de passageiros neste País para cumprir a demanda que eles vão oferecer.

    Ontem à tarde, no Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI) contou que no último sábado foi abordado por um homem em desespero no aeroporto de Brasília. Ouviu dele que comprara sete passagens da BRA para viajar de férias no fim do ano com toda a sua família.

    - Por que o senhor comprou com tanta antecipação passagens de uma companhia de terceiro nível para uma viagem de férias? - perguntou Heráclito.

    - Por um motivo muito simples: há um mês e meio, eu vi o presidente da República sendo fotografado ao lado do presidente dessa companhia e anunciando o financiamento de vinte aviões pelo BNDES. O Presidente, ali, avalizava. Era o garoto-propaganda não só da companhia aérea, mas também daquela negociação - respondeu o homem aflito.

    A história contada por Heráclito não sensibilizou a maioria dos seus pares, ocupada com manobras de última hora para a votação amanhã na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado da emenda que prorroga a cobrança da CPMF.

    Cadê o PT, gente?

    Quanta falta ele faz ao país...

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