Petista sujo festeja chegada do tucano mal lavado

A grande, a maravilhosa, a perfeita solidão exige a companhia ideal. Veja-se o caso do PT. Quando Lula abriu os salões do governo, a festa bombou. Casa cheia, gente saindo pelo ladrão, bateu no PT uma tremenda solidão. Ao cair em si, perambulara de colo em colo. Sentara nas coxas de Borbas, dera a mão a Valdemares. Esfregara-se em Janenes, roçara em outros azares. Provara-se, enfim, capaz de todas as abjeções. Mas não parecia confortável em sua solidão rodeada de más companhias.

Súbito, o Ministério Público empurrou para os arredores do PT um vizinho ansiado: o PSDB. Ah, glória suprema! Para um petista enrolado, a melhor forma de solidão é a companhia de um tucano encalacrado. De preferência um tucano como esse de agora, moído pela procuradoria da República, com o pé-direito da alta estima convenientemente rebaixado .

PT e PSDB encontraram-se na curva que leva ao fim da virtude. Antes trancado em seus rancores, Ricardo Berzoini (PT-SP) abriu as janelas da alma. A caminho do deserto da superioridade moral, achegou-se do neo-companheiro: “Eu creio que não há mais razão para que o PSDB possa ter qualquer aspiração a ser o paladino da ética", festejou.

Presidente do PT, na bica de renovar seu 'mandachuvinato', Berzoini, prenhe de humildade, exaltou as credenciais do grão-tucano Eduardo Azeredo. E o fez com prazenteira admiração: É “um importante governador do PSDB, que hoje é senador, e já foi presidente do partido." Oh, comunhão inaudita!

Sempre que dois seres humanos se identificam assim, de maneira tão profunda, precisam estar admiravelmente sós. Devem ser tratados como se formassem a primeira, a única, a última parelha da Terra.
Escrito por Josias de Souza

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