A ponta do iceberg Alberto Dines

O novo julgamento de Renan Calheiros no plenário do Senado na próxima quarta-feira (21/11) vai produzir dois testes de grande importância.
Em primeiro lugar vamos saber se sob a presidência de Tião Viana assistiremos à reprise das arbitrariedades que marcaram o primeiro julgamento, em 12 de setembro, quando o acesso democrático às informações foi duramente cerceado.
O segundo teste tem a ver com o teor da própria denúncia contra Renan, desta vez acusado de usar laranjas para comprar um grupo de comunicação.
Comprar um jornal nada tem de irregular – desde que a origem do dinheiro seja verificada –, mas a compra de uma ou mais emissoras de rádio em nome de terceiros configura uma burla, já que as concessões de radiodifusão devem ser obrigatoriamente transparentes. Acontece que grande parte dos congressistas são concessionários de emissoras de rádio e TV – e geralmente através de laranjas, para não chamar a atenção.
Se Renan for condenado por seus pares, acusará seus colegas senadores de praticar o mesmo ilícito pelo qual está sendo punido.

Se for absolvido, a mídia será obrigada a desmascarar uma das maiores aberrações do nosso Legislativo e mantida em segundo plano para não deixar mal as empresas de mídia eletrônica cujas redes crescem à custa das concessões irregulares.
O caso Renan transcende ao político alagoano.

É a ponta de um iceberg que mais cedo ou mais tarde teria que ser encarado.

Um comentário:

  1. O que o Ministério das comunicações está fazendo que não denuncia estes casos,já que é esta uma de suas funções. O governo Lula e os anteriores são coniventes com esta prática ilegal, portanto também culpados. O cidadão não pode aceitar isto. A defesa incondicional do governo Lula é conivencia com o crime

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