Há um acordo entre líderes do PSDB e dos partidos aliados do governo para que a CPI do Cartão Corporativo não investigue a fundo as contas da presidência da República na época de Fernando Henrique Cardoso e de Lula?
Há, sim. O acordo foi firmado no último fim de semana. Por isso Romero Jucá (PMDB-RO), líder do governo no Senado, concordou ontem rapidinho com a criação da CPI Mista. Antes a CPI ficaria restrita ao Senado. Agora abrangerá Senado e Câmara dos Deputados.
O acordo será respeitado?
Ninguém sabe. Vai depender do que for apurado.
Quando uma CPI se instala, começa a receber um volume gigantesco de informações. Não só as que requesita - mas também aquelas que lhe chegam de graça e muitas vezes de forma anônima.
A CPI do Cartão talvez venha a ser a mais perigosa para o governo até aqui. Porque ela não terá à sua disposição apenas grandes números - e a maior parte do distinto público nem sempre entende ou confere importância a grandes números.
Se quiser, ela se ocupará também com miudezas - e de miudezas todo mundo entende.
Qual o símbolo até agora do desperdício de dinheiro público depois que se começou a falar em cartão corporativo?
Não são os R$ 78 milhões gastos pelo governo por meio de cartões no ano passado. Nem o crescimento de quase 900% dos gastos feitos com cartões de 2003 para cá.
É a lixeira comprada para o Reitor da Universidade de Brasília que custou pouco menos de R$ 1 mil.
Se a CPI limitar sua ação ao exame dos grandes números, o governo poderá descansar em paz. Mas se esbarrar em um vestidinho comprado aqui, um botox aplicado acolá ou uma dentadura de porcelana novinha em folha paga com cartão, tachau e benção. O estrago será grande.
Estes acordos de comadre são uma vergonha nacional. PT e PSDB farinha do mesmo saco. E nós sendo roubados todos os dias.
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