Do Blog do Noblat


O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), acaba de confidenciar a jornalistas que Lula o autorizou a colher assinaturas para instalar a CPI dos Cartões Corporativos. Segundo Jucá, ele e Eduardo Suplicy (PT-SP) já conseguiram 28 assinaturas - uma a mais que as 27 necessárias - para abrir a CPI no Senado.

Jucá explicou assim a decisão de apoiar a criação da CPI no Senado, segundo Carol Pires, repórter do blog:

- A CPI é para mostrar que o governo não têm medo de investigação. O governo não tem o que esconder. CPI nunca é bom para qualquer governo, mas é melhor do que ficar pairando uma dúvida.

- Na Câmara o governo tem maioria. Mas no Senado é onde o governo e oposição têm maior igualdade de força.

A verdade é que o governo sabe que perderia a batalha se tentasse barrar a CPI, especialmente no Senado onde a oposição controla mais do que o 1/3 de parlamentares necessários para criar uma CPI. Nesse caso, melhor que o governo tomasse a iniciativa da CPI para calar os críticos. E ao fazê-lo, o governo passa a ter mais um argumento para indicar o presidente ou o relator da CPI, se quiser. Tem se tornado tradição nessa legislatura no Senado que a relatoria ou a presidência das CPIs fique sob comando do partido que tomou a iniciativa de criá-los.

Desde o último fim de semana, quando as notícias sobre a farra com os cartões atingiram a filha de Lula, o PSDB, por meio do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), passou a contar com o apoio informal do DEM para instaurar a CPI dos Cartões. Seria uma CPI mista (Senado e Câmara).
Durante reunião do DEM, ontem à noite, da qual participaram o senador Demóstens Torres (GO), Jorge Bornhausen, ex-presidente, e Onyx Lorenzoni, líder na Câmara, ficou acertado que o partido apoiaria a CPI dos Cartões.

Atualização das 17h58 - Jucá já coletou 35 assinaturas de senadores favoráveis à instalação da CPI do Cartão - oito além do número mínimo necessário.

Atualização das 18h05 - O presidente e o vice de uma CPI são eleitos pela maioria dos votos dos 81 senadores. O presidente eleito indica o relator. É da tradição do Congresso que o presidente e o relator representem governo e oposição. Mas a tradição já foi quebrada várias vezes nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.

A CPI do Correio, por exemplo, destinada a apurar o Caso do Mensalão, foi presidida pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) e o deputado Osmar Serráglio (PMDB-PR), ambos aliados do governo. Mesmo assim ela denunciou 19 parlamentares envolvidos no escândalo.
"CPI a gente sabe como começa, mas não sabe como termina", disse Jorge Bornhausen quando era Chefe da Casa Civil do governo Fernando Collor.
Agora com a CPI vamos passar a limpo esta história da farra com os cartões corporativos. Se não fossem as denuncias do P.I.G. tudo continuava na mesma.
Como são fatos ocorridos durante 2007 e publicados no Portal Transparência, do governo federal, pergunto por que os lulistas tão honestos e corretos, não tomaram providências antes da publicação pela imprensa?

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